Facebook é coisa de velho?

Facebook é coisa de velho?

- Nossa, Tia Gisele! Você ainda tem Facebook? Coisa mais antiga. Só velho usa.

Vivo ouvindo isso. E se eles soubessem que sinto falta até do finado Orkut? Ai, meu Deus! Que contenda!

Até entendo os representantes das gerações Z e Alpha daqui de casa. Se querem fotos, há o instagram; se é pra conversar, o whatsapp é o lugar; se o que desejam é uma boa discussão, correm logo para o twitter. E se a Juju ou a Gabriela aparecem com aquela receita “incrível” de laranja com leite condensado? Certamente, a fonte foi o tiktok. Por lá o que não falta são receitinhas mirabolantes e técnicas inusitadas de maquiagem e de como deixar as unhas incríveis. Já me apresentaram várias.

Preferências à parte, como uma mulher engajada no meu tempo, navego por todas as possibilidades, sem, é claro, abrir mão do Facebook.  Para mim, essa ainda é uma rede social relevante e útil. Além de me oferecer a oportunidade de reencontros incríveis com pessoas igualmente incríveis. Todas, obviamente, com mais de 40 anos.

Outra coisa que me atrai nessa rede “jurássica” são os resgates que faz. Recortes de momentos que significaram e ainda significam muito pra mim. Verdadeiras preciosidades.

Hoje foi bem assim. Tava por aqui dando uma olhada e me deparei com um post de 2020 que trata sobre as "jujugisses". Prestenção que lá vai:

Mais uma da Ana Júlia:

- Tias, a gente pode votar em mais de um candidato?

Tia DD, de forma objetiva, respondeu:

- É claro que não, né Juju?

E a Tia Gisele, em momento mais professoral, explicou:

- Não, Juju! A gente vota duas vezes: uma, em um dos candidatos à prefeito e, a outra, em um dos candidatos a vereador.

- Ahhh, murmurou a Juju!

Como se tivessem ensaiado, as duas tias fizeram a pergunta óbvia:

- Por que, Juju?

- Ahh, porque eu queria votar em três. Primeiro, no "o homem vem ai", depois no Cassimiro e, por último, no Leão.

- Mas quem é "esse homem que vem aí"?

- Ah, Tia Gisele, não sei o nome, não. Mas eu adoro essa música da campanha dele. " O homem vem aí", cantarolou. E antes de encerrar a conversa, disse:

- Mas, deixa pra lá, né? Criança não vota.

Interpretação do texto: A Juju foi seduzida pelo jingle do "homem vem ai". Mas, longe de querer magoar a família A ou a família B, optou por distribuir seus votos para os três candidatos. Coisas da Juju.

Papai que ouvia a tudo em silêncio, inspirou-se na estratégia amorosa da Juju pra contar sobre uma história revelada na urna:

- No tempo em que a gente ainda votava no papel, um eleitor de Conceição do Pará aproveitou a eleição para declarar o seu voto na mulher que era a dona do seu coração. Na hora de votar, abriu mão de escolher um dos candidatos para escrever na cédula: " voto em você, minha querida para ser, pra sempre, a dona do meu coração."

Quem era a sortuda? Papai diz que não se lembra. Vai saber, né? Em cidade pequena, em se tratando de casos de amor, o melhor mesmo é manter o sigilo. Mesmo que essa declaração tenha acontecido há bem mais de 20 anos.

Ainda agora, três anos depois esse conversê adorável na varanda daqui de casa ainda me provoca um riso de lua crescente no rosto.

E pensar que ainda tem os meus queridos querendo me convencer a banir o Face da minha vida. Vá dar, não, gerações Z e Alpha!

Ah, a pergunta que não quer calar? E você? Também acha que a rede do Zuckerberg é coisa só pra velho? Me conte. Estou super curiosa.

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