Família : O amor em tempo de mudança
Olá tudo bem?
E a família como vai?
Seres humanos tem uma capacidade de adaptação incrível, mas eu confesso que ouvia com descrédito frases como: Vamos sair melhores dessa.
Vi com tristeza, por exemplo, que pelo mundo, o confinamento gerou conflitos que fizeram muitos casais optarem pela separação. Um olhar mais atento, no entanto, me mostrou que que as manchetes sensacionalistas não mostram que as mesmas pesquisas apontam a existência de um número muito maior de pessoas que se nega a pegar atalhos e concentra energias na busca por soluções para os problemas que afloraram com a pandemia.
Minha percepção se confirmou na consulta a diversos especialistas da área de habitação que me mostraram mais que uma nova tendência, uma mudança significativa no conceito de “morar bem”.
No setor percebeu-se um aumento na procura por condomínios horizontais e a primeira razão da migração é o medo do vírus e a tentativa de amenizar todos os inconvenientes trazidos por ele, como o rigor em medidas de higiene e a necessidade de se evitar aglomerações.
Porém, mais do que a pandemia, a maioria desses adeptos tem falado de uma outra razão para a decisão de morar nesses empreendimentos: a família.
Essa palavra aparece sempre em meio as explicações de pessoas que deixaram, ou pretendem deixar suas casas e apartamentos em centros urbanos, e estão em busca destes espaços. Ocorre que por geralmente estarem um pouco mais afastadas dos centros nervosos das cidades de médio e grande porte, estes empreendimentos possibilitam que, sem perder a comodidade de acesso à cidade, se desfrute, com o máximo conforto, de um ambiente que lembra casas de campo.
Nunca se valorizou tanto os quintais. A falta de espaço é uma reclamação frequente nos relatos das pessoas em isolamento social. Problema inexistente nos condomínios horizontais. Quintais amplos e abertos devolvem a sensação de liberdade e possibilitam uma maior interação familiar. Não tem preço a opção de se desligar das tecnologias e dedicar-se ao cultivo de um jardim, orquidário, horta ou pomar.
É sabido que as áreas comuns dos condomínios possibilitam, com baixo custo, o acesso ao laser, esportes e maior qualidade de vida para toda a família, mas descobri nesta pesquisa que, nos horizontais, principalmente as crianças se beneficiam com a conquista de uma liberdade semelhante a que seus pais tinham na infância, uma vez que a áreas amplas e seguras dispensam um controle maior sobre os filhos. Uma psicóloga me revelou, que é unânime na área o entendimento de que com essa liberdade os pequenos desenvolvem maior autonomia.
Com a interminável quarentena o espaço doméstico passou a servir também como escritório, escola, igreja, e tantas outras forçadas utilidades. Por conta disso engenheiros e arquitetos consultados destacam que cresce nas famílias o desejo de construção das próprias casas. Muito melhor do que fazer adaptações é a liberdade de planejar e construir ambientes que atendam às necessidades de cada membro da família e também criar espaços comuns que facilitem a convivência de todos.
O setor registra também um grande interesse de idosos pelos condomínios horizontais. Por terem sofrido mais com o isolamento eles estão em busca de segurança, espaços abertos, tranquilidade e acessibilidade.
Outro foco de tensão aparece nas pesquisas. Condomínios horizontais também possibilitam um equilibrado distanciamento de vizinhos. Razão de muitas desavenças nos verticais, por estarem uns sobre os outros, esse distanciamento, na medida certa, garante privacidade mas, também evita o isolamento.
Gostei dos resultados da pesquisa que fiz. Descobri que no novo conceito de morar bem, fica evidenciada máxima de que algumas coisas tem preço, outras valor. Saber que há casais com um crescente interesse em investir em suas famílias é reconfortante e reacende a esperança de dias melhores. As relações familiares ao que tudo indica sairão fortalecidas de todo este momento de tensão mundial, prova de que o ser humano é capaz sim de se adaptar e crescer nas adversidades.