Fatos, não ficção: Bioenergia da madeira contribui para a segurança energética da Europa e faz parte de uma energia sustentável

IEA Bioenergia: Comentando sobre a próxima votação no Parlamento Europeu sobre a Diretiva de Energia Renovável (RED III) disse o Dr. Paul Bennett, presidente do Comitê Executivo da IEA Bioenergia.

"A Europa está enfrentando uma temporada de inverno difícil e a falta de abastecimento de pellets e gás natural em função da guerra da Rússia na Ucrânia e a questão é de onde virá eletricidade e calor suficientes a preços acessíveis? 

Ações urgentes são necessárias para afastar-se da dependência de combustíveis fósseis, tanto para a segurança energética quanto para o clima.

Mas há campanhas atualmente contra a bioenergia da madeira que deturpam a prática florestal no solo. 

Isso é perigosamente míope e ignora implicações ambientais e sociais mais amplas. A formulação de políticas deve ser baseada em fatos, não em ficção".

A IEA Bioenergia, e também o Joint Research Centre (JRC) da Comissão Europeia, publicaram relatórios para dissipar equívocos e deturpações em relação à biomassa florestal.

Os fatos são:

A bioenergia florestal é uma parte importante da provisão energética na Europa – particularmente para a produção de calor – que responde à demanda energética atual e às demandas de segurança nesta situação política crítica. Mais de 90% da biomassa utilizada para energia é derivada de recursos europeus.

Florestas que são gerenciadas de forma sustentável continuam absorvendo carbono da atmosfera, e fornecem - ao lado de madeira ou celulose - também quantidades importantes de recursos de madeira de baixa qualidade que podem ser usados para energia. Nenhuma floresta tem que ser cortada por isso.

A biomassa florestal utilizada para energia são predominantemente resíduos e recursos de madeira de baixa qualidade. O Centro de Pesquisa da Comissão Europeia constatou que cerca de 50% da madeira usada para bioenergia na UE é derivada de produtos secundários, como subprodutos da indústria florestal e madeira pós-consumo recuperada, 17% de copas de árvores, galhos e outros resíduos, e 20% de madeira de caule e raiz, madeira de pequeno porte e caules de baixa qualidade que não podem ser usados em serrarias ou celulose e papel.

Por isso, observamos aqui: a madeira utilizada para bioenergia não é madeira de alta qualidade, mas normalmente compreende afinamentos, madeira de baixa qualidade, madeira de salvamento, resíduos de exploração madeireira, resíduos de processamento ou resíduos florestais.

Qualquer colheita de biomassa – seja para bioenergia, material de construção, papel ou outro uso – deve ocorrer dentro dos limites de sustentabilidade. 

Esquemas sustentáveis de manejo florestal, como o FSC ou o PEFC, contêm requisitos claros para a manutenção das florestas e de sua biodiversidade. 

Muitos países adotaram princípios semelhantes de manejo florestal em suas legislações florestais nacionais ou regionais. 

Além disso, no contexto europeu, a reformulação da Diretiva de Energia Renovável (RED II) impõe mais requisitos para minimizar o risco de uso da biomassa florestal derivada de práticas insustentáveis. 

A Diretiva deveria ser transposta para o direito nacional por todos os Estados-Membros da UE e seus requisitos de sustentabilidade devem ser cumpridos também por biomassa importada. 

As campanhas em curso muitas vezes ignoram as muitas medidas que já foram tomadas em direção ao manejo florestal sustentável, particularmente na Europa e na América do Norte.

O uso de combustíveis fósseis causa um fluxo linear de carbono prejudicando a atmosfera. 

Desde que as colheitas não excedam a absorção de carbono na floresta, o uso de biomassa amadeirada não aumenta a concentração atmosférica de CO2.

A ação mais importante agora é - além de garantir o acesso energético e o aumento da independência energética, - transformar sistemas de energia e transporte o mais rápido possível para que possamos deixar o carbono fóssil no solo. 

A bioenergia sustentável - também de madeira - está disponível agora, e é compatível com a infraestrutura energética existente, permitindo a substituição imediata de carvão, gás natural ou combustíveis petrolíferos. 

Portanto, desempenha um papel significativo no apoio à transformação do sistema de energia para atingir metas líquidas zero .

Celso Oliveira

Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa Bioenergia Bioeletricidade e Pellets

Diretor da Brasil Biomassa Consultoria Engenharia Industrial  Pellets Brasil Tecnologia

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