Fazer o bem sem olhar a quem
Todo mundo sabe que o Bill Gates é o homem mais rico do mundo. Fundador da Microsoft, revolucionou o mundo da tecnologia. Creio também que todo mundo sabe, que atualmente, Gates se dedica, e investe boa parte de sua fortuna, em uma série de iniciativas assistenciais pelo mundo.
Sempre que posso leio suas postagens, suas contribuições. Porém, fuçando hoje na internet, li uma matéria do ano passado (Financial Times, 15 jun2016), que trata de um mal-entendido entre Bill Gates e o governo do presidente Evo Morales, da Bolívia.
De modo a contribuir para o combate à fome, Bill Gates e a organização beneficente Heifer International decidiram doar 100 mil galinhas para os países pobres da África Subsaariana; e eles incluíram também a Bolívia, já que é um país pobre da América Latina, embora com boas taxas de crescimento nos últimos anos.
A iniciativa de Gates foi batizada de "Coop Dreams". O governo da Bolívia rejeitou peremptoriamente a doação, que considerou uma grande “ofensa” a seu país, pois mostrava claramente que “Gates não sabe nada da nossa realidade e pensa que ainda estamos a viver a 500 anos atrás, no meio da selva sem saber como produzir... Nós, bolivianos, temos dignidade, sabemos produzir e não precisamos da doação dessas galinhas”.
A resposta de Bill Gates veio imediata: “Para mim, é claro que qualquer pessoa em situação de pobreza extrema vive melhor se tiver galinhas. Na verdade, se eu fosse elas, era o que faria — iria criar galinhas.” De forma mais detalhada, Gates explica que se trata de uma ave cuja criação é “fácil e barata”, tratando-se de “um bom investimento” que “ajuda as crianças a permanecerem saudáveis”. Por fim, é também uma forma de ajudar as mulheres, pois, elas “vendem galinhas estão mais suscetíveis a reinvestir os lucros nas suas famílias”.
CONCLUINDO: Bill Gates propôs um investimento social que, a seu ver, poderia ter um efeito social positivo importante para a população pobre da Bolívia. O governo boliviano se sentiu ofendido com essa proposta. No entanto, a comunidade pobre da Bolívia não foi sequer ouvida. O que será que eles teriam achado da ideia?
A gente aprende desde pequeno que devemos fazer o bem sem olhar a quem. Porém, quando se trata de um projeto social ou mesmo de uma iniciativa de filantropia, devemos fazer o bem mas sempre olhar a quem estamos procurando atender. Quem é o nosso público-alvo? Quais são as suas reais necessidades? E qual a melhor maneira que temos para poder contribuir? Só acho! Assim conseguiremos ser efetivos.
E você o que acha?