Feito é melhor que não feito.
Levei anos para entender essa lógica. Mas exijo um desconto para minha ignorância, assim como serei complacente com aqueles que ainda não entenderam a lógica do título.
Antes, deixe me contar uma história que justifica meu comportamento.
Em 1996 consegui uma vaga para integrar uma equipe de redação na editora Abril do Projeto Zé. Nossa tarefa era criar uma revista semanal para a classe C e D que deveria custar R$1,00 à, no máximo, R$1,99 e os desafios eram: colocar conteúdos relevantes para donas de casa; política; economia com linguagem simples e acessível; e por último, fofocas de novelas e o mundo das celebridades globais. Por 11 meses passamos por intermináveis reviravoltas no direcionamento do projeto e cansativas rodadas de testes com consumidores.
Na época, se fazia testes convidando pessoas que compunham o perfil de cliente desejado e oferecíamos um café onde o produto lhes era entregue para que elas pudessem ver/degustar. No final essas possíveis consumidoras eram entrevistadas numa sala e nós, da equipe de produção, sentávamos dentro de um aquário escuro, onde podia se ouvir o que o entrevistador e entrevistados diziam. No final, nem preciso dizer o que aconteceu com o Zé. Na verdade, ele até saiu, mas claro que não era nada daquilo que se pensou no início e seu conteúdo foi dividido em duas, ou três revistas: Tudo que Eu Quero; Mais Você; e Minha Novela.
Hoje, quase 20 anos depois, estou em um programa de apoio a novos negócios do Sebrae de SC e aprendi que Feito é melhor do que não feito. Simples assim! Não tente encontrar uma maneira de explicar essa frase, apenas faça, JUST DO IT! Não haverá melhor forma de entender se as pessoas querem seu produto ou solução se você não tiver nada a lhes oferecer. E mais, não tem como você saber o que as pessoas sentem se você não interagir com elas e entender quais são os seus reais problemas e como resolvê-los de forma simples.
Nesse ambiente de novas empresas tornou-se comum o uso de palavras-chave para definir certas coisas. StartUp por exemplo está na moda. E todo empreendedor tem uma StartUp, mesmo que algumas delas tenham mais de 10 anos, enfim, modismos são assim. O pior contudo é que certos mítos são construídos sobre essa nova categoria de empreendimento e vão se consolidando em verdades. Frequentando esse ambiente, escuto histórias de devoção cega a Steve Jobs. Acredito que ele foi um grande VENDEDOR, talvez o maior que já existiu, afinal, ele foi capaz de vender algo que nenhum de nós sabia que ia precisar. Para os que discordam de mim sugiro o seguinte exercício de reflexão:
Como seria o mundo se Steve Jobs não existisse?
SEGUE MINHA RESPOSTA
Bem, muito possívelmente não estaria aqui escrevendo esse texto em meu PC (Perssonal Computer), se estivesse, não teria um mouse para me ajudar a movimentar o cursor pela tela. Provavelmente estaria escutando um CD, meu smartphone seria um Black Berry e meus filhos nunca teriam assistido aos filmes da Pixar.
Mas de fato, como disse, essas realizações estão ligadas ao enorme senso prático que Steve Jobs conseguiu desenvolver.
Ninguém pensava em ter um computador em casa até Steve Wozniac (sócio de Jobs) inventar o PC. Viaje de volta ao distante ano de 1979 e veja como era um computador, quem teria um armário com luzes piscado na sala de casa? E qual seria sua utilidade? Jobs foi brilhante em saber que se ele tivesse o produto certo, o mercado aconteceria e usou sua incrível capacidade de venda para tornar realidade, seu senso prático para FAZER.
E, FEITO É MELHOR DO QUE NÃO FEITO!
O resto todo, segue a mesma lógica, por tanto, pare de arranjar desculpas para não fazer, arregace as mangas e FAÇA!