Felicidade em alta


Um fenômeno vem surgindo em Harvard e Yale, ambas renomadas universidades nos Estados Unidos: os cursos mais populares e cotados têm sido os que tratam da felicidade humana.

Tal Ben-Shahar e Laurie Santos, professores de Harvard e Yale, respectivamente, ganham a cada ano mais notoriedade. O que os dois têm em comum? Falam sobre felicidade para um número cada vez maior de estudantes, tendo como base a psicologia positiva.

Parece que os estudantes em Harvard e Yale querem mudar a cultura do campus para um ambiente com mais e melhores conexões pessoais e com menos pressão e mais propósito.

A questão é que o sucesso não traz felicidade mesmo e faz tempo que o tema sucesso profissional x felicidade pessoal me atrai e me provoca.

Tudo indica que a Felicidade está em alta, apesar de Aristóteles já ter filosofado a respeito séculos atrás, mas de forma abstrata ainda.

O que está mudando para gerações mais novas é o conceito de sucesso. Ele vem sendo ampliado por se desejar a vida e a carreira mais equilibradas. Ter sucesso profissional pode ter um alto custo para a vida pessoal, o que as gerações de profissionais com mais de 50 anos sabem muito bem. Ter mais tempo, mais conexão com as pessoas, fazer algo mais significativo, ter propósitos claros, lidar melhor com as frustrações, são coisas que fazem parte da nova agenda de vida e carreira de muitos, embora dinheiro e poder não tenham saído da agenda.

O interesse da ciência pela felicidade é recente e parece ser um grande tema para todos nós, que enfrentamos mudanças de uma magnitude nunca vista antes, mudanças estas que nos deslocam para situações de grande ineditismo, incertezas, curto prazo, nos demandando, permanentemente, novas aprendizagens. Tudo isto acaba trazendo efeitos colaterais danosos nas pessoas, como ansiedade, depressão, desconexão, falta de direção, insônia, estresse. 

A neurociência tem dado relevantes contribuições para este estudo e traz o aspecto da racionalidade na construção da felicidade individual. Felicidade, assim com a compaixão, não são só emoções. São processos com boa dose de racionalidade, e descobri isto numa das viagens à Índia, nos estudos da filosofia budista, não foi estudando neurociência. Filosofia e Ciência para mim juntas agora para minha felicidade!

Esta racionalidade é traduzida em intenção consciente, que devem ser construídas e cultivadas. Produzimos mais serotonina, neurotransmissor ligado à felicidade, ao fazermos a opção pelo longo prazo ou pelo propósito. E este processo está localizado no cérebro no lobo frontal, o de maior importância funcional na espécie humana, pois regula todas as funções cognitivas.

Ano passado, 2017, fui pela primeira vez a um Congresso em Curitiba que tratava do tema Felicidade. Para minha surpresa, o auditório estava repleto. O sucesso foi tanto em 2016 que decidiram dar continuidade ao Congresso no ano passado. Pessoas de diferentes formações, idades, religiões compartilharam este espaço de debates e aprendizagens. Inacreditável para mim naquele momento!

Felicidade em alta. Uma mudança à vista.

Vera Souza

Pesquisadora. Docente. Palestrante. Sócia-diretora na VZ Consultoria Organizacional

10 m

Tema polêmico que requer reflexão...especialmente, quanto ao significado do conceito Felicidade no Trabalho

Cristina .Cavalcanti

Gerenciamento da Mudanca T & D

6 a

Apreciei o texto!

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