FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS DE ENSINO NO AMBIENTE ESCOLAR

Nas últimas décadas a tecnologia vem se afirmando no nosso dia a dia, e se torna presente no ambiente escolar. Convivemos em sala de aula com uma geração de alunos “tecnológicos e conectados” e a internet nos proporciona oportunidades de ensino diversas, abrindo discussões sobre como elas podem ser aproveitadas, pois se torna ferramenta de apoio para o educador e educando.  As redes sociais buscam novas possibilidades de integrar conteúdos e trazer resultados satisfatórios para atender a geração de alunos tecnológicos.

Para Toffler (1980) estamos em uma época de conhecimento e isso vem transformando a sociedade na qual vivemos, e com isso devemos refletir sobre a revolução das informações. Segundo Brandão (2007) o educador apresenta um papel fundamental no novo ambiente tecnológico de aprendizagem, desenvolvendo táticas para um aprendizado significativo e interdisciplinar.

As redes sociais possuem um potencial no ensino-aprendizagem, de acordo com Lima (2011) ambientes virtuais permitem que grupos em diferentes espaços consigam partilhar informações, assim é possível estimular outras formas de compartilhar e contribuir no ambiente escolar.

Será desenvolvida, neste trabalho, por meio de duas seções uma discussão sobre a onda de ensino voltada para tecnologia dentro do nosso novo modelo de ambiente escolar. Na primeira seção apresentamos a tecnologia como uma ferramenta de ensino e como ela esta presente no nosso dia a dia pedagógico. As redes sociais são uma das opções de ferramentas de ensino e abordamos formas de utilizá-las na segunda seção.


1- O USO DA TECNOLOGIA EM SALA DE AULA: O QUE SE ENTENDE POR TECNOLOGIA.


As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) representam todas as tecnologias que interferem e medeiam os processos de informação e comunicação. Entendidas como o conjunto de recurso tecnológico, são utilizadas de diversas maneiras e em muitos ramos de atividades como: indústria, comércio, setor de investimentos, e educação. Podemos dizer que a responsável no crescimento e potencialização das TICs, nestes diversos campos, veio com a popularização da internet.

Estamos na época definida como era do conhecimento, em que vivemos em um mundo de transformação afetando todos os setores da sociedade. Este momento interfere na vida cotidiana, neste processo pode repercutir individual e coletivamente ditando novos conhecimentos. Podemos dizer que estamos em uma revolução da informação, como já ocorreu no passado com a revolução agrícola e a revolução industrial, conforme Toffler (1980, p.223):

A alvorada desta nova civilização é o fato mais explosivo das nossas vidas. É o evento central a chave para compreender os anos imediatamente à frente. É um evento tão profundo como a Primeira Onda de mudança, desencadeada há dez mil anos pela descoberta da agricultura, ou o terremoto da Segunda Onda de mudança, provocado pela revolução industrial. Com os filhos de transformação seguinte, a Terceira Onda.


As TICs no ambiente escolar auxiliam os professores nas práticas pedagógicas, e essas transições passam a exigir constante atualização e inovação. Deparamos-nos com novas ferramentas que se tornaram comuns no dia a dia destes alunos chamados de “geração digital”: computadores, jogos eletrônicos, celulares, internet, em que as crianças dominam com facilidade o manuseio destes aparatos. Neste ritmo acelerado das tecnologias, os alunos assimilam rapidamente, exigem que a educação também acelere o passo, tornando a didática mais criativa, estimulando a aprendizagem.

Brandão (2007) descreve o conceito de educação com a origem etimológica do latim “educere”, que tem como principais significados extrair, tirar, desenvolver. Neste entendimento parte a ideia da ação que possibilita o crescimento. Temos aquele que conduz (educador), direcionando os conhecimentos, e outro que se deixa guiar (educando).

Neste ambiente tecnológico, o educador tem o papel fundamental de mediador das aprendizagens, e deverá assumir o conhecimento e critério, analisando os materiais que os alunos terão acesso. Para usar a tecnologia nas escolas, devem ser pautados os princípios da construção do conhecimento, o aprendizado significativo e interdisciplinar. Para tanto os professores precisam apropriar-se dessas tecnologias e desenvolver estratégias para um ensino-aprendizagem eficaz.

Observando o conceito de educação como forma de despertar para uma nova perspectiva de mundo, uma forma de perpetuar a cultura e difundir a interação entre seres sociais, Brandão afirma (2007, p.73):

Educação é uma prática social (como a saúde pública, a comunicação social, o serviço militar) cujo fim é o desenvolvimento do que na pessoa humana pode ser aprendido entre os tipos de saber existentes em uma cultura, para a formação de tipos de sujeitos de acordo com as necessidades e exigências de sua sociedade, em um momento da história do seu próprio desenvolvimento.


Os professores, neste contexto de mudança, precisam saber orientar seus alunos sobre onde e como colher informações, como tratá-las e como utilizá-las, instruindo em novas formas de pesquisa. Segundo Brasil (2006) “A pesquisa pode ser um componente muito importante na relação dos alunos com o meio em que vivem e com a ciência que estão aprendendo. A pesquisa pode ser instrumento importante para o desenvolvimento da compreensão e para explicação dos fenômenos sociais”.

Os discentes precisam de orientações e acompanhamento dos docentes, para aprender a pesquisar, transformar as informações adquiridas, tanto as científicas, quanto as que vivem cotidianamente, aliando os recursos tecnológicos que possuem e assim refletir e compreender os acontecimentos da sociedade.


2- REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA DE ENSINO


Redes sociais podem ser compostas por pessoas e/ou organizações, em estruturas virtuais conectadas por vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns na internet. Segundo Lima (2011), as redes sociais virtuais são compostas por grupos ou espaços na internet, que permitem que seus usuários partilhem dados e informações, sendo estas de caráter geral ou específico, de variadas formas(entre elas textos, arquivos, imagens, vídeos). Diante disso os alunos são estimulados a utilizar estes espaços para discussões, debates e apresentações de diversos temas.

Com o passar dos anos as mídias sociais transformaram a forma de comunicação das pessoas por ter grande alcance mundial, mobilizando e criando muitos grupos, direcionando informações com um curto prazo de tempo, independente do espaço físico ou geográfico.

As redes sociais possuem um potencial no ensino-aprendizagem considerado importantes, e dependem da maneira como os alunos trocam as informações e podem contribuir no ambiente escolar. No ambiente acadêmico, são utilizadas como ferramentas colaborativas independente da área de conhecimento como: fóruns, chats, plataformas, entre outros, assim facilitam a transmissão dos novos conteúdos com uma maneira mais dinâmica.

Percebendo que a forma de aplicar o conteúdo dentro e fora de sala de aula precisava ficar mais interativa, para que nossas novas gerações de alunos se mantenham interessados, é preciso uma formação de docentes que atendam estes objetivos e estejam voltados ao desenvolvimento de conhecimentos científicos deve considerar a importância da organização do ensino, por isso cabe ao professor organizar “atividades orientadoras de ensino” Segundo Moura (2002), uma atividade pode ser entendida como orientadora porque:


Define os elementos essenciais da ação educativa e respeita a dinâmica das interações que nem sempre chegam a resultados esperados pelo professor. Este estabelece os objetivos, define as ações e elege os instrumentos auxiliares de ensino, porém não detém todo o processo, justamente porque aceita que os sujeitos em interação partilhem significados que se modificam diante do objeto de conhecimento em discussão. (...) A atividade orientadora de ensino tem uma necessidade: ensinar; tem ações: define o modo ou procedimentos de como colocar os conhecimentos em jogo no espaço educativo; e elege instrumentos auxiliares de ensino: os recursos metodológicos adequados a cada objetivo e ação (livro, giz, computador, ábaco, etc.). E por fim, os processos de análise e síntese, ao longo da atividade, são momentos de avaliação permanente para quem ensina e aprende.

De acordo com Moura (2012), organizar o ensino envolve definir as ações e eleger instrumentos que sejam auxiliares de ensino.

O aluno por ser um nativo digital (pessoas que já nascem utilizando as novas tecnologias) dominar com facilidade as ferramentas, mas o professor ainda é responsável pela didática e troca das informações de acordo com suas experiências profissionais.

A tecnologia e internet não vão atrapalhar nesta troca de conteúdo, por isso o professor se responsabiliza em mostrar ao aluno que essas ferramentas são fundamentais para aprender de uma forma mais interessante, sem a mesmice da sala de aula tradicional (giz e lousa).

Boyd e Ellinson (2008) definem que as redes sociais são serviços web que permitem que os indivíduos construam um perfil, público ou sem-público, capaz de articular uma lista de usuários com quem compartilham uma conexão, ver e percorrer sua lista de conexões e aquelas feitas por outros dentro do sistema. Abaixo, uma explanação sobre as principais redes sociais utilizadas como ferramentas educacionais.

-Facebook:

 

É uma das redes sociais com maior ascensão do mundo, criada no ano de 2004 pelo universitário Mark Zuckenberg, seu objetivo era conectar estudantes da universidade de Harvard. Houve um crescimento entre os estudantes da instituição, o que facilitou na expansão para outros estados norte-americanos. Segundo o Boyd (2008), mais de 75% dos usuários desta rede estão fora dos Estados Unidos, com mais de 70 idiomas disponíveis.

Ele permite às pessoas conectar, interagir e compartilhar informações de forma dinâmica. Através dele, os educandos podem postar vídeos, fotos, notícias, criam grupos para discussão sobre aulas e conteúdos diversos, eventos multiculturais. Tem a função de comunicação através de bate-papo, mensagens pessoais, mensagens públicas.

Pode ser usada como ferramenta educacional, pois é uma ferramenta de utilização frequente por muitos estudantes. Os educadores podem estimular a participação dentro e fora do ambiente escolar. Muito útil na criação de grupos de aprendizagem, os alunos podem interagir e trocar informações, compartilhar diversos conteúdos que podem ser de interesse dos demais alunos. Através disso podemos promover a interação entre professor-aluno e aluno-aluno em diferentes espaços.

Segundo Muñoz e Towner (2009), o Facebook colabora para que os professores se conectem com os alunos, enviando conteúdos e atividades referente às aulas em forma de eventos, postando informações da web e outras atividades mesmo estando fora da sala de aula.

 

- Twitter:

 

Segundo Vasconcelos (2010) o Twitter tem como função um microblog que conecta pessoas através de mensagens curtas e instantâneas. Este microblog é mais simplificado do que o blog, sendo utilizado para mensagens curtas em até 140 cacteres, adaptado para dispositivos móveis com acesso a Internet ou via web.

O Twitter tem uma comunicação rápida, e seus usuários utilizam para se manter informados de assuntos do seu interesse, pois podem seguir perfis específicos com os temas do seu dia a dia. Pode ser usado na educação para manter os alunos informados a respeito de conteúdos que envolvem dentro e fora do ambiente escolar, atualizando com novidades, links que possam complementar as aulas.

 

-YouTube:

 

O YouTube serve como uma plataforma de compartilhamento de vídeos, é mundialmente conhecida e isso possibilita que as pessoas assistam e compartilhem vídeos de diversos assuntos que são criados por amadores e profissionais.

Segundo Costa (2010), com o fácil acesso à internet e popularização dos vídeos digitais surge uma explosão de publicações de vídeos, e a plataforma YouTube catalisa estes conteúdos, permitindo a publicação de vídeos de qualquer conteúdo, criando uma enciclopédia universal audiovisual, produzida coletivamente por diversos usuários.

Esta plataforma pode ser usada em sala de aula como complementação de conteúdo de forma mais interativa, ter um canal de divulgação dos trabalhos dos alunos, criação de vídeo aulas para que os alunos possam assistir por uma aprendizagem ubíqua com acesso à banda larga.

Estes são apenas alguns exemplos que com estas plataformas só agregamos conhecimento de diferentes formas, e com a velocidade de conteúdo outros sites vão aparecer com o passar dos dias, mas assim temos a amplitude do que essas ferramentas podem nos auxiliar no ambiente escolar e buscar um retorno positivo dos alunos, pois vão mostrar mais interesse no conteúdo proposto com uma aprendizagem mais eficaz.

A utilização destas redes sociais no ambiente escolar é uma opção para construir relacionamentos entre professores e alunos. Estes professores e alunos usam essas plataformas como troca de experiências, avaliações, troca de conteúdos com informações de aprendizagem em diversos níveis de estudos. Para isso as redes sociais funcionam como plataforma de intercâmbio de informações e comunicação, apresentando inúmeras maneiras de utilização pelos educadores, tais como: compartilhar metodologias, informações, programas e idéias com outros educadores; criar comunidades de aprendizagem (escola, classe, disciplina); gerar apoio didático dinâmico para professores e alunos.


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As redes sociais inicialmente foram utilizadas pelos jovens como ferramenta de comunicação e contatar com várias pessoas com interesses semelhantes e diferentes. Poucas pessoas reconhecem o recurso na formação de redes sociais, principalmente na comunicação de grandes impactos: eventos sociais, tragédias naturais, política, religião. É visível a expansão das mídias sociais, e algumas instituições de ensino e professores começaram a se atentar a esta nova forma de divulgar interesses para os alunos.

As pessoas encontram e descobrem aplicações muito úteis na educação. Facilitam o compartilhamento da informação que envolvem os temas abordados dentro da sala de aula, uma forma de estudar em grupo, divulgar diversos conteúdos informativos, compartilhar alguns recursos (documentos, apresentações de slides, links, vídeos), e fortalece a interação dos alunos e professores, criando uma comunicação entre a instituição de ensino.

Usando este espaço de colaboração, o professor tem a percepção de aspectos que muitas vezes são difíceis de identificar na sala de aula, como elaborar textos, desenvolver a escrita, pesquisar variados assuntos, opinar e debater conteúdos.

As novas plataformas de ensino são opções para relacionamento, em que professores e alunos trocam experiências, conteúdos, avaliações, informações com diferentes níveis de estudos. As redes sociais são usadas de inúmeras maneiras pelos educadores como: criar comunidades de aprendizagem, compartilhar conteúdos, gerar um novo conceito didático e dinâmico para várias áreas, disponibilizando novas maneiras de aprender conteúdo.

Para o aluno tem um retorno positivo estas novas aplicações de tecnologia assim podem compartilhar todas as informações, consultar notas de atividades e trabalhos, debater e questionar conteúdos de uma forma diferente, esclarecer dúvidas, compartilhar informações da classe e calendário escolar, instruções de tarefas, dicas para novos trabalhos.

Aos poucos, os professores vão aprendendo a lidar com os novos aplicativos e transformações propostas para o ambiente escolar, e com especializações vão desenvolvendo novas maneiras de adequar seu conteúdo didático com as novas ferramentas disponíveis.

Não se pode achar que a tecnologia será um “bicho de sete cabeças”, pois ela tem se mostrado importante e necessária para as novas gerações de alunos que já nascem com acesso tecnológico, assim o interesse que vem com os dinamismos das aulas será um retorno positivo tanto para o professor quanto para os alunos.



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