A FESTA DA ALMA! (Academia Literária do Maranhão)
Por José Carlos Castro Sanches
Site: www.falasanches.com
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.” (Fernando Pessoa)
Bem-vindos à festa da ALMA. Usarei um fragmento da metáfora da Alma Humana de Rubem Alves e da fábula “Festa no Céu” de Ângela Lago para induzir uma reflexão sobre o primeiro encontro sociocultural e jantar de Confraternização Natalina da Academia Literária do Maranhão – ALMA:
“O nosso amigo, passarinho engaiolado, bem se lembrava do dia em que, enganado pelo alpiste, tentador, saboroso, entrou no alçapão. Alçapões são assim; têm sempre uma coisa apetitosa dentro...
“Um padre velho e ranzinza tinha raiva do melro. Ele comia as sementes que o padre semeava. Um dia, o padre encontra o ninho de melro num arbusto. Estava cheio de filhotinhos. O padre, para se vingar da mãe, engaiola os filhotinhos. A mãe, vendo seus filhos engaiolados, e sem forças para abrir a portinhola de ferro, traz no seu bico um galho de veneno. ‘Meus filhos, a existência é boa só quando é livre’, ela disse...” (Rubem Alves)
A fábula popular brasileira: "A Festa no Céu", conta a história de uma tartaruga que decide ir a uma festa no céu, mesmo que apenas os animais com asas pudessem participar. A história é sobre um festejo para animais com asas, onde estão convidados madame Saracura, doutor Urubu, dona Garça e mosquitos. Mestre sapo fica enciumado e cria um escarcéu, mas não consegue voar. A fábula tem como moral a ideia de que animais que nasceram para rastejar não devem ambicionar voar, pois podem se esborrachar no chão. O que não significa limitar os que não têm asas a rastejarem-se eternamente, afinal a distância entre sonho e realidade se chama ação. Sabiamente Johann Goethe afirmava: “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor.”
Queridos confrades, confreiras, familiares e demais convidados. A fábula acima nos faz refletir sobre a importância da diversidade – temos diferenças e cada um apresenta características e habilidades únicas – somos capazes de voar, sem ter asas (voar nas asas da imaginação) - portanto, juntos somos mais fortes e unidos imbatíveis. Com liberdade, flutuaremos entre a diversidade e a multiplicidade, sem perder a identidade.
Mais um ciclo se fecha - é tempo de fazer uma retrospectiva; de olhar para trás e rever os planos que foram traçados, o caminho que foi percorrido, as metas e objetivos realizados e os sonhos que foram alcançados. É tempo também de olhar para a frente, iniciar um novo ciclo, refazer planos, visualizar novos horizontes, e abrir o coração para sonhar.
O fim do ano é sempre um bom momento para pensarmos sobre a vida, lembrar das maravilhas que temos a agradecer pelas bênçãos recebidas, ganhos, perdas, adversidades que nos permitiram refazer as estratégias e redefinir as rotas para alcançar o sucesso.
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Toda nova etapa deve ser comemorada. A criação da ALMA é motivo de grande alegria, entusiasmo, regozijo, plenitude e satisfação para todos nós que fazemos parte dessa arcádia. Ganhamos a sublime oportunidade para a integração de um grupo seleto de literatos, homens e mulheres, ávidos por conhecimento, com aflorada capacidade criativa, dinamismo e inspiração. A busca da felicidade com amor e empatia nos permite viver novas alegrias! Nos cercaremos de pensamentos positivos e daremos o nosso melhor para elevar a literatura e a nossa ALMA DE POETA, como descrevo na estrofe que segue:
“A ALMA se confunde comigo, / num misto d’eu com ela, dela com’eu /no misterioso espaço divino, / invisível aos limitados olhos humanos. / A alma do poeta não tem sombra, nem luz, / ela é ao mesmo tempo negridão e claridade. / Negrid(ade) e clarid(ão). / A alma do poeta transpira liberdade./A alma do poeta é a própria liberdade."
Somos acadêmicos dotados de inteligência, capacidade criativa, sabedoria divina e senso de coletividade unidos promoção da literatura e engrandecimento da ALMA, na Ilha de São Luís, no Estado do Maranhão, por extensão no Brasil e além-mares.
Agradeço a todos pela oportunidade de ampliarmos as relações interpessoais, fortalecermos os laços de amizade, a integração, a relação de confiança e a lealdade; trocar experiências e conhecimentos. Ao tempo em que aproveitamos a celebração para exercitarmos a empatia, a solidariedade, a generosidade; intensificarmos as parcerias para consolidação e aprimoramento da ALMA como entidade representativa da literatura maranhense. Como disse Leonardo da Vinci: “O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.”
Que o Natal não seja apenas a representação de um momento de aparente interação entre as pessoas, que o amor, a paz e a intensa luz divina nos conduza com harmonia por caminhos virtuosos e seguros para juntos partilharmos as conquistas do presente e do porvir. Desejo que a alegria do Natal seja o bálsamo que cura e rejuvenesce a alma. Que no ano novo tenhamos alma nova. Feliz Natal! Boas Festas e 2025 realizações!
São Luís, 12 de dezembro de 2024.
José Carlos Castro Sanches. É Consultor de SSMA da Business Partners Serviços Empresariais – BPSE. Químico, professor, escritor, cronista, contista, trovador e poeta maranhense. Membro Efetivo do PEN Clube do Brasil, da Academia Luminense de Letras, da Academia Maranhense de Trovas, da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes, da Academia Literária do Maranhão, da Academia Rosariense de Letras Artes e Ciências, da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, da Federação das Academias de Letras do Maranhão, da União Brasileira de Escritores, da Associação Maranhense de Escritores Independentes. Membro correspondente da Academia Arariense de Letras Artes, da Academia Vianense de Letras e da Academia de Ciências Letras e Artes de Presidente Vargas. Tem a literatura como hobby. Para Sanches, escrever é um ato de amor e liberdade.
Autor dos livros. Tríade Sancheana: Colheita Peregrina, Tenho Pressa, A Jangada Passou; Trilogia da Vida: No Fluir das Horas, Gotas de Esperança e A Vida é um Sopro!; Pérolas da Jujuba com o Vovô, Pétalas ao Vento, Borboletas & Colibris (em parceria); Das Coisas que Vivi na Serra Gaúcha, Me Leva na Mala, Divagando na Fantasia em Orlando e O Voo da Poesia. Participa de diversas antologias brasileiras.
NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches e está licenciada com a licença JCS12.12.2024. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual, amparado pela Lei nº 9.610/98, que confere ao autor direitos patrimoniais e morais da sua obra.