A ficha ainda não caiu, mas a recessão já chegou

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" (Pequeno Príncipe)

O departamento do trabalho americando acabou de divulgar: mais de 20 milhões de pessoas perderam o emprego em abril! A taxa de desemprego atingiu 14,7% da força de trabalho americana, a MAIOR desde que o índice passou a ser calculado, em 1949.

Mas tem mais: boa parte dos que continuaram empregados tiveram seus salários cortados e mais de 11 milhões aceitaram trabalhos em tempo parcial para sair do desemprego.

Os mais afetados pelo desemprego foram os latinos e os negros e o setor econômico mais afetado foi o de lazer e hospitalidade (bares, restaurantes, hoteis, turismo): metade dos desempregados são deste setor.

Aqui nos EUA, onde o número de infectados e mortos começou a CAIR e as cidades vão começar a reabrir, a expectativa é que a recessão ainda vai durar até o ano que vem.

No Brasil, onde ainda estamos discutindo se as pessoas precisam ficar em casa, a recessão vai chegar como "surpresa" para muitos de nós, mas vai ser muito mais devastadora. Estamos demorando a reagir, como se fosse realmente "uma gripezinha", e o resultado já está aí: no front da saúde, o número de infectados e mortos está SUBINDO! E na economia, onde as medidas paliativas estão demorando muito a serem implementadas, a recessão vai bater forte e ser mais duradoura.

E tudo isto acontece diante da passividade geral: nossa e dos políticos, mais preocupados com o tradicional toma-lá-dá-cá característico da política nacional.

A vida costuma ser implacável e já nos ensinou inúmeras vezes: a gente sempre colhe o que plantou... Ficamos esperando que o "mito" da direita nos salvasse do "mito" da esquerda e os dois nos levaram para o fundo do poço...

Precisamos de um outro caminho, sem "salvadores da pátria" e onde cada um assume seu papel de cidadão.

Este dia só vai chegar se for construído. Não vai cair do céu. Depende de cada um de nós. O primeiro e mais importante passo é exatamente este: parar de esperar por um novo "messias". Como nos lembra o pequeno príncipe: somos eternamente responsável pelo que cativamos.

Que tal pararmos de cativar "salvadores da pátria"?