“Filha você não é como todo mundo!”
Quem já ouviu essa frase quando foi pedir para os pais para ir a uma festa, viajar com amigos, dormir na casa da amiga...
Quando nascemos nossos pais nos valorizam por cada gesto, cada sorriso, cada passo, não somos como nossos primos e o filho do vizinho, somos únicos e especiais. Fazemos coisas com poucos meses que nenhum outro bebê faz aos olhos deles.
Crescemos e começamos a testar nossos pais, questioná-los e aí ouvimos:
“Viu como sua prima é obediente sua tia não precisa ficar falando para ela tomar banho mil vezes, porque você não é como ela.”
“Se você não estudar e tirar notas altas não vai ganhar presente do Papai Noel.”
“Cuide do seu irmão como seu amiguinho, senão Deus vai te castigar!”
“Você tem que estudar e fazer uma boa faculdade, senão não vai ser ninguém na vida.”
Começamos a ficar confusas, não temos maturidade para entender que os nossos pais falam. Porque tem horas que eles querem que sejamos como todo mundo e tem horas que não.
Ficamos nos questionando: Quem é esse Deus que eu nunca vi que vem me castigar; Como aquele homem de vermelho que eu tiro foto com ele no shopping no final do ano sabe que eu não tiro 10 em matemática.
Não aprendemos a importância de estudar, não para tirar notas altas e sermos aceitas e sim para crescer, evoluir como ser humano e contribuir com o mundo.
Em alguns aspectos na minha vida nunca fui como todo mundo. Não como arroz nem frango, não quis ter filhos e há muitos anos já trabalho em casa.
Mas durante muito tempo fui como todo mundo. Escolhi uma profissão que a sociedade aprova e fiz MBA. Como todo mundo que conheço hoje em dia não era feliz e muito menos realizada. Aprendi que essas palavras não combinavam com uma profissão, aprendi que a vida é uma luta e nascemos para pagar boletos.
Sem perceber eu tinha me colocado numa prisão atendendo as expectativas dos meus pais, familiares e da sociedade. Até que aos poucos encontrei minha tribo, pessoas que um dia foram como todo mundo e deram seu grito de liberdade e hoje são únicas e especiais. Pessoas que se reconectaram com sua criança interior, entenderam a importância do estudo, trabalham por prazer, ganham dinheiro não só para pagar boletos e estão contribuindo com o mundo.
Amiga lembre-se: VOCÊ NÃO É COMO TODO MUNDO, VOCÊ É ÚNICA E MUITO ESPECIAL.