Fim da guerra comercial pode derrubar o dólar?
A guerra comercial EUA x China ainda não parece estar próxima do fim. Ninguém sabe ao certo até onde vai. Otimistas falam que falta pouco. Pessimistas afirmam que durará anos. Nos viajantes internacionais fica a pergunta:
Um eventual fim da guerra comercial poderia derrubar o dólar aqui no Brasil?
E por "derrubar", podem ter certeza que estão falando em "dólar abaixo de 4 reais". A resposta é: sim e não. E pra nós, mais provável que não. Como já foi dito no Blog, a formação da taxa de câmbio sai de uma enorme combinação de fatores e especulação de mercado. Fatores domésticos e externos. Nos dias atuais, pensando no que ocorre fora do Brasil, sim, o que mais está influenciando a alta do dólar é a briga entre os dois gigantes. Se fizerem as pazes, deve ajudar a desvalorizar um pouco a divisa norte-americana pois investidores voltariam a ter algum "apetite por risco".
No entanto, os receios atuais dos grandes players não se devem apenas a isso, e sim, a diversas coisas.
No exterior:
- Chance de recessão nos EUA
- Chance de não haver mais cortes nos juros americanos (apesar de mais provável com recessão nos EUA)
- Desaquecimento da economia Européia
- Risco de hard-brexit (saída do Reino Unido do bloco Europeu sem acordo)
- Possibilidade de conflitos no Irã após ataques a uma petroleira saudita
No Brasil:
- Enrolação do Senado Federal para aprovar a Reforma da Previdência
- PIB 2019 muito tímido até o momento
- Diversas tentativas da oposição para derrubar Bolsonaro e ministros importantes
- Amadorismo e trapalhadas do PSL, com alguns dos membros do partido ainda tentando sabotar o governo
Observem que são muitas coisas para preocupar quem tira capital de aplicações seguras e traz para países emergentes, onde o risco é maior. E seria preciso termos de volta muito dinheiro que daqui saiu nos últimos 5 anos, gradativamente. Voltar a termos o "Grau de investimento" pelas agências de rating internacional ajudaria muito, inclusive para derrubar o câmbio a patamares ainda menores, como 3.50 e 3.10. Mas ainda estamos bem longe dessa possibilidade. Primeiro é preciso arrumar a casa, a começar pela previdência e depois reforma tributária.
Vale destacar também que quando se fala em EUA, a rede social Twitter influencia muito o câmbio e os mercados, a qualquer nova mensagem do presidente Trump, por onde constantemente publica seus pensamentos, decisões e blefes.
Tenham todos um ótimo final de semana.
Att
Gustavo Candiota
Diretor GC Prime Câmbio Inteligente