Finanças de família e a logística do dia a dia
A vida financeira de uma pessoa pode mudar muito ao longo dos anos. Desde a juventude até a maturidade, enfrentamos diferentes desafios e oportunidades que afetam a forma como lidamos com o dinheiro. Neste texto, vou compartilhar um pouco da minha experiência como educador financeiro e pai de duas meninas, mostrando como a logística familiar pode influenciar nas decisões financeiras.
A simplicidade da juventude
Quando somos jovens, nossa vida financeira é bem simples: temos poucas contas a pagar e a maioria são despesas variáveis que podemos cortar facilmente se precisarmos. Além disso, temos um orçamento flexível e uma capacidade invejável de poupança. O problema é que essa capacidade é percentual: no início da carreira profissional, dificilmente temos altos ganhos, logo poupamos muito em relação ao que ganhamos, mas pouco em termos quantitativos.
A complexidade da maturidade
Quando se atinge certa experiência e maturidade profissional, o cenário se modifica. Ao longo do tempo, recebemos promoções, trocamos de emprego com melhores remunerações ou ampliamos nossos empreendimentos. Ao mesmo tempo, surgem novos desafios: uma vida a dois, onde é preciso sincronizar as ações para que o casal siga uma direção em comum, mesmo (em algumas vezes) tendo perfis financeiros antagônicos. É possível um poupador e um gastador formarem uma união feliz e duradoura, porém ambos terão que aprender e, principalmente, ceder.
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Em muitos casos, a complexidade vai aumentando: filhos. É nessa fase que me encontro atualmente. Tenho uma filha de sete anos (Bea) e uma que irá fazer um aninho em breve (Nalu). A Beatriz enfrentou muitos desafios nos últimos doze meses: ingressou no ensino fundamental, começou a ganhar autonomia de estudar em uma escola e ia para turno inverso em outra localidade de van escolar, isto é, uma rotina sem a presença dos pais. Em um momento, estávamos pegando ela na porta da Escola Infantil e, no outro, ela vai de um lado a outro sozinha, almoçando entre turnos, sem nós. Para nossa felicidade, ela tirou de letra o desafio. Além disso, ganhou sua primeira conta bancária e um cartão de débito. Ao longo do ano, se mostrou uma poupadora de primeira categoria, farei um post sobre ela em breve. A Ana Luiza, nossa Nalu, começou a escolinha.
A logística familiar e as finanças
O que isso tem a ver com Finanças? Tudo. Optamos por uma estratégia de automatizar a rotina da Bea, pois a logística de participar do transporte casa-escola-turno-casa na íntegra afetaria nossos horários e, qualquer imprevisto, nosso sistema cairia. O “Tio” Gustavo é nosso parceiro e faz parte da nossa rede de apoio. Optamos por uma creche próxima a nossa casa (na quadra) mesmo que um pouco mais cara para não necessitar um rearranjo no transporte: encontramos locais ótimos com um preço menor, mas qualquer coisa que saísse de 400m de raio aumentaria o custo em R$ 600,00 (Temos um carro… ou eu fico sem e preciso de Uber para trabalhar ou minha esposa usaria o Uber para o mesmo). Então, se o desconto não fosse de pelo menos uns R$ 900, não valeria a pena. Por que não os mesmos seiscentos? O fator tempo e desgaste deve ser levado em conta: eu poderia tentar consertar um vazamento em casa, mas levaria um dia inteiro e haveria um (grande) risco de não funcionar. Um profissional faria em minutos e cobraria 25% do meu valor de trabalho diário.
Finalizando, minha crença em relação à logística familiar é que ela deve ser pensada em diversos termos: custo, esforço dos envolvidos, resiliência a eventos atípicos e flexibilidade. Nada deve ser decidido sem olhar o todo, pois decisões precipitadas levam ao desgaste e dinheiro jogado pela janela.
Então, como anda sua rotina familiar? Conte mais para a gente nos comentários.
Designer Educacional e Cientista da Aprendizagem
11 mExcelente artigo! Parabéns, colega!!