FMI alerta: Brasil no top 20 das piores taxas de investimento
Boa sexta-feira! Hoje é dia de Semana Corrida.
Nesta edição, você vai descobrir por que o Brasil bateu o recorde em recuperações judiciais e como fomos parar entre as 20 piores taxas de investimento do mundo.
Além disso, abordamos as novas regras do Pix e o avanço da Reforma Tributária, com o novo grupo que discutirá o “Pix dos Impostos”.
Aproveite a leitura e explore as tendências que estão redefinindo o mercado e a nossa economia!
DEU O QUE FALAR
📊 Recuperações judiciais batem recorde no primeiro semestre
O primeiro semestre de 2024 registrou um aumento expressivo no número de empresas que pediram recuperação judicial no Brasil, totalizando 1.014 casos.
Esse número representa um crescimento de 71% em relação ao mesmo período do ano passado e supera os pedidos feitos nos anos de 2022 (891) e 2021 (833).
De acordo com Luiz Rabi, economista-chefe do Serasa, o aumento nos pedidos é resultado de diversos fatores, incluindo a inadimplência de 73 milhões de consumidores e a alta taxa de juros, que encarecem as dívidas das empresas.
Os setores mais impactados pelas recuperações judiciais em 2024 foram o comércio, com um aumento de 65%; serviços, com 62%; e indústria, com 44%.
As micro e pequenas empresas foram as mais vulneráveis, com os pedidos saltando de 376 para 713 em comparação ao ano passado.
Essa aceleração é atribuída à dificuldade de acesso a crédito enfrentada por essas empresas, ao contrário das médias e grandes que têm mais facilidade em recorrer ao mercado de capitais ou ao BNDES.
Para Rabi, controlar a inflação e o câmbio, reduzir os juros e aumentar o emprego são fundamentais para reverter o cenário de endividamento elevado das empresas brasileiras.
📉 Brasil está entre as 20 piores taxas de investimento do mundo
A taxa de investimento do Brasil, após um breve alívio nos últimos anos, deve estabilizar-se entre 15% e 16% do PIB até 2029.
Assim, o País estará entre as 20 piores taxas de investimento do mundo, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
De acordo com o FMI, o Brasil encerrará 2024 com uma taxa de investimento de 15,9% do PIB, a 20ª pior entre os 170 países analisados.
Até 2029, essa taxa deverá cair para 15,4%, mantendo-o na 19ª posição dos piores desempenhos, abaixo da média projetada para a América Latina (19,7%) e países emergentes em geral (32,4%).
Em 2023, a taxa de investimento brasileira foi de 16,1%, colocando o País na 24ª pior posição.
Em 2021 e 2022, impulsionado pela recuperação pós-pandemia, as taxas foram de 19,5% e 18,1%, respectivamente, conquistando a 46ª e a 34ª posição.
De acordo com especialistas, apenas 9% dos países analisados pelo FMI têm uma Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) pior que a do Brasil.
Segundo eles, uma taxa ao redor de 15% do PIB é baixa e próxima das mínimas históricas do País, vistas em 2016 e 2017 com 14,5%, após a recessão de 2014.
📱 Limite de Pix é reduzido para novos usuários
A partir de 1º de novembro, o Banco Central implementará novas regras para transações via Pix, que visam aumentar a segurança e prevenir fraudes.
Dispositivos novos que nunca realizaram uma transação instantânea terão limites reduzidos até que o usuário atualize seu cadastro no banco.
Os limites temporários para dispositivos não cadastrados são de R$ 200 por transação e R$ 1.000 por dia.
Esses limites serão mantidos até que o usuário confirme, junto ao banco, que o novo dispositivo está autorizado para transações maiores.
Essa medida é exclusiva para aparelhos novos e não afetará quem já utiliza o PIX em dispositivos previamente cadastrados, a menos que troquem de aparelho ou usem uma nova chave Pix.
O BC esclareceu que essa ação visa reduzir a probabilidade de fraudadores usarem dispositivos diferentes daqueles já registrados pelos clientes.
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Além disso, os bancos deverão adotar medidas adicionais de segurança, tais como: gerenciamento de riscos de fraude; informações sobre prevenção de fraudes e verificação periódica.
🗣️ Governo cria grupo para discutir 'Pix dos Impostos'
O Ministério da Fazenda planeja formar, em agosto, um grupo técnico com bancos, fintechs, empresas de meios de pagamento e entidades do varejo para discutir a implementação do split payment, novo sistema eletrônico de arrecadação previsto na Reforma Tributária.
Esse mecanismo prevê o recolhimento automático dos novos tributos no momento do pagamento, dividindo o valor entre o vendedor, a Receita Federal e o Comitê Gestor, formado por estados e municípios.
Apesar das solicitações do setor privado para adiar a implementação, a Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária pretende manter o cronograma inicial, que estabelece o início do sistema para 2026.
Bancos e empresas de meios de pagamento desejam mais tempo para desenvolver a tecnologia necessária, mas o Ministério da Fazenda argumenta que o setor terá todo o ano de 2026 para fazer os ajustes.
Chamado informalmente de “Pix dos Impostos”, esse sistema é visto como a espinha dorsal da Reforma Tributária, pois conectará o sistema financeiro ao Fisco, agilizando a cobrança dos novos tributos sobre consumo: CBS e IBS.
O objetivo é reduzir a sonegação fiscal e aumentar a formalidade, descontando os impostos automaticamente no ato do pagamento.
IA EM FOCO
🤖 IA de Zuckerberg pode se tornar mais relevante do que o ChatGPT?
A Meta lançou o Llama 3.1, seu modelo de inteligência artificial generativa mais avançado.
Com até 405 bilhões de parâmetros na versão mais poderosa, a ferramenta é o maior modelo de linguagem open source de IA generativa já criado.
Diferente de outras empresas, a Meta optou por desenvolver um sistema de código aberto para liderar o campo da IA.
Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta, comparou sua estratégia com a importância histórica do Linux no desenvolvimento da computação.
“O Linux, de código aberto, ganhou popularidade por ser gratuito e permitir modificações pelos desenvolvedores. Com o tempo, tornou-se mais avançado e seguro. Hoje, ele é o padrão para computação em nuvem e sistemas operacionais de celulares. Acredito que a IA seguirá o mesmo caminho”, afirmou Zuckerberg.
O empresário aposta que seu modelo gratuito irá roubar a liderança da OpenAI, cujo ChatGPT possui mais de 100 milhões de usuários.
A Meta afirma que o Llama 3.1 tem desempenho comparável ao GPT-4, mas custa metade do preço para criar e rodar aplicativos.
Enquanto OpenAI, Anthropic e Google lucram vendendo licenças para seus modelos, a Meta pretende gerar receitas indiretas por meio de parcerias comerciais, segurança de ferramentas e remuneração de serviços de nuvem.
ROUBOU A CENA
💸 Eles perderam quase US$ 12 bilhões depois da pane global
As ações da empresa de segurança cibernética CrowdStrike despencaram 14% na semana passada após a empresa admitir responsabilidade pela pane global em sistemas de tecnologia.
A queda resultou em uma perda de valor de mercado de US$ 11,6 bilhões.
Diversas empresas de variados setores foram impactadas pela falha nos sistemas, incluindo aeroportos, sistemas bancários, pagamentos com cartão de crédito, serviços de emergência e canais de televisão.
George Kurtz, CEO da CrowdStrike, explicou que a falha foi causada por um problema de compatibilidade entre o software da empresa e os sistemas da Microsoft após uma atualização.
Este software é responsável por detectar e alertar sobre possíveis invasões.
Embora Kurtz tenha assegurado que a origem do problema foi identificada e corrigida, a CrowdStrike continuou trabalhando para restabelecer os sistemas de seus clientes.
Enquanto isso, a principal concorrente da CrowdStrike, a Palo Alto Networks, registrou uma valorização de quase 3% em suas ações no mesmo período.