FOCO, VISÃO E DETERMINAÇÃO
Hoje às 5h da manhã tive o privilégio de assistir a mais um show de Marcelinho Huertas pela seleção brasileira de basquete no mundial da China. Se você não o conhece, vou dispor um vídeo! Mas o que importa é a história a seguir.
Desde que nasci sou sócio de um clube em São Paulo, onde cresci fazendo atividades esportivas, das quais a que mais me encantou foi o basquete. Defendi a honra do clube jogando interclubes na minha categoria, e aprendi a ter disciplina. Hoje no entanto eu percebo que o que o maior aprendizado foi determinação, visão estratégica e foco com um garoto de apenas 5 anos, no caso, o próprio Marcelinho Huertas.
Explico: naquela equipe o nosso armador era o excelente Felipe Huertas, que segurava o time na armação. O irmão menor dele, no caso o Marcelinho, devia ter lá seus 5 anos, e nós os nossos 8, algo próximo disso. Marcelo era fã de Felipe, isso era um fato até hoje.
Sempre antes ou após os treinos, aquele menino franzino, loirinho e invocado desafiava os colegas do Felipe a jogar com ele. Nós ríamos, saíamos de perto, e ele ficava cada vez mais nervoso com aquilo e chamava pro 'pau', desafiando os mais velhos, assim como David e Golias.
Algumas vezes ocorreu de estar sozinho na quadra treinando arremessos, o Marcelinho chegava, observava por um minutos e já chegava desafiando, e lógico que não perdia a chance de irritá-lo desdenhando do seu tamanho e idade, um bulling na época sem muita repercussão.
Só que ele respirava diferente, tinha um olhar focado, uma calma e uma determinação fora do comum, e adivinhem... Dificilmente perdia, odiava perder, mas talvez odiava ainda mais ser bloqueado, o famoso toco (vídeo abaixo). Aí vem a visão estratégica. Para não ser bloqueado, ele fazia verdadeiras acrobacias com a bola. Até hoje utiliza muito disso para evitar o block.
Quando dava tudo errado e ele perdia, ficava em quadra treinando o quanto podia, sem descanso, era incansável.
Verdadeiramente eu raramente via o Marcelinho fazendo outra coisa do que jogando. A bola estava sempre debaixo do braço, e havia sempre uma disposição enorme para pequenas partidas um contra um, ou em dupla no máximo. Marcelinho nunca estava desafiando os outros, ele estava desafiando a si próprio.
Esse garoto cresceu no basquete, fez história no clube, foi para Europa e fez história no Barcelona. Chegou à seleção brasileira, e fez sempre o seu máximo, nada comparado a um Neymar que é uma decepção na seleção.
Marcelinho se supera, assiste os seus companheiros, comanda a equipe em quadra, tem visão de jogo diferenciada, e ainda guarda com ele aquele olhar focado, uma tranquilidade de quem sabe o que quer, e uma determinação e disciplina que todos deveriam ter qualquer que seja a sua profissão.
Marcelinho tem mais uma característica que só quem é do basquete entende: ele acredita até o último milésimo de segundo, pois sabe que o resultado pode mudar completamente uma partida no último lance.
O quanto você estaria disposto a treinar, estudar, e se desafiar? Incansavelmente? Talvez esteja aí a chave do sucesso que todos querem alcançar, mas apenas poucos 'marcelinhos' conseguem.
A disciplina e a determinação junto com a vontade fazem milagres, bela história, parabéns !