Fog Computing ou Fogging - A computação em nevoeiro em ação.
À medida que a Internet das coisas(IoT) evolui para a Internet of Everything(IeT) e expande seu alcance em praticamente todos os domínios, processamento de dados de alta velocidade, analytics e tempos de resposta mais curtos são cada vez mais necessário para se ter uma experiência mais rica e funcional da já presente Fog Computing, que vem a ser o fenômeno resultante da junção dessas duas tecnologias, um padrão de arquitetura descentralizada que traz recursos de computação e aplicações mais perto da borda(Edge Computing), o ponto mais próximo no continuum entre a fonte de dados e da nuvem.
O termo Fog Computing, cunhado pela Cisco, refere-se a necessidade de trazer as vantagens e poder de computação em nuvem mais perto de onde os dados estão sendo gerados e postos em prática. A Fog Computing reduz a quantidade de dados que são transferidos à nuvem para processamento e análise, assim, melhorando a segurança, uma grande preocupação na indústria da Internet das coisas.
O problema com a nuvem
A Internet das coisas deve seu crescimento explosivo às conexão das coisas físicas e tecnologias operacionais (OT) para análise e aplicações de aprendizagem de máquina, que podem ajudar recolher insights de dados gerados pelo dispositivo e permitem dispositivos para tomar decisões "inteligentes" sem intervenção humana. Atualmente, os recursos são na sua maioria sendo fornecidos pelos prestadores de serviços em nuvem, onde existe a capacidade de computação e armazenamento.
No entanto, apesar de seu poder, o modelo de nuvem não é aplicável a ambientes onde as operações são de tempo crítico ou conectividade de internet é pobre. Este é o ponto crítico especialmente em cenários: como a telemedicina e assistência ao paciente, onde milissegundos pode ter consequências fatais. O mesmo pode ser dito sobre as comunicações em veículos autoguiados, onde a prevenção à colisões e acidentes não podem sofrer a latência causada pela ida e volta ao servidor em nuvem. O paradigma de nuvem é como ter seu cérebro comandando seus membros a milhas de distância – todavia, esse paradigma não será o mais eficiente onde se precisa de reflexos rápidos.
Mais ainda, há outras questões que se deve levar em consideração, a privacidade do envio de dados brutos através da internet, segurança e implicações legais, especialmente quando se lida com dados sensíveis que estão sujeitos a regulamentações distintas em diferentes países.
O Fogging colocado na posição perfeita
Nós da Internet das coisas estão mais perto da ação, contudo por enquanto, eles não têm os recursos de computação e armazenamento para realizar análises e tarefas de aprendizagem de máquina. Servidores em nuvem, por outro lado, possuem a força concentrada para realização de tarefas que demandam muito poder computacional, mas estão muito longe para processar os dados e responder a tempo.
A Fogging(Fog Computing) é a junção perfeita onde há suficientes recursos de computação, armazenamento e rede para simular recursos de nuvem na borda(Edge) e apoiar a ingestão local de dados e a resposta rápida dos resultados.
Um estudo realizado pela IDC afirma que até 2020, 10% dos dados em todo o mundo serão produzidas e transacionados por dispositivos de borda. Isso irá impulsionar ainda mais a necessidade de mais soluções de computação em fogging fornecendo baixa latência e inteligência holística simultaneamente.
A Fog Computing tem o seu próprio órgão de apoio, o Consórcio OpenFog, fundada em 2015 cuja missão é impulsionar a indústria e criar um padrão que possa ser replicado e ensinado na academia. O consórcio oferece um guia de referências das arquiteturas, guias, amostras, SDKs para desenvolvedores e equipes de TI entenderem o verdadeiro valor da Fog Computing.
A Fog Computing irá eliminar a Cloud Computing?
Não, certamente não. A Fog Computing melhorará a eficiência e reduzirá a quantidade de dados fez a ser enviado à nuvem para processamento. A Fog Computing complementará a nuvem, e não substituí-la.
A nuvem continuará a ter um papel relevante no ciclo de Internet das coisas. Na verdade, com a fogging assumindo o ônus da análise de curto prazo na borda, recursos de nuvem serão liberados para assumir as tarefas mais pesadas, especialmente onde a análise dos dados históricos e grandes conjuntos de dados estarão em voga. Insights obtidos pela nuvem podem ajudar a atualizar e ajustar as políticas e funções na camada de operação da fogging.
Há muitos casos em que a infra-estrutura de computação centralizada, altamente eficiente da nuvem irá superar sistemas descentralizados em desempenho, escalabilidade e custos. Isso inclui ambientes onde os dados precisam ser analisados a partir de fontes em grande escalas e parte dispersos.
É a combinação de fogging e cloud computing que irá acelerar a adoção da Internet das coisas, especialmente para a empresa.
Alguns cases de Fog Computing?
Graças ao poder de fogging, a empresa de energia Envision tem sido capaz de obter uma melhoria da produtividade de 15% a partir da vasta rede de turbinas eólicas que opera.
A empresa processa 20 terabytes de dados ao mesmo tempo, gerados pelos três milhões de sensores instalados nos 20.000 turbinas que administra. Utilizando as features de edge computing permitiu a Envision reduzir o tempo de análise de dados de 10 minutos para apenas alguns segundos, proporcionando-lhes insights e benefícios de negócios significativos.
Uma outra empresa que destacamos é Plat One é outra que utiliza massivamente o processamento de dados para os mais de 1 milhão de sensores que administra. A empresa utiliza a plataforma ParStream que faz medições de sensores em tempo real em milhares de dispositivos, incluindo iluminação inteligente e estacionamento, porto e gerenciamento de transporte e uma rede de 50.000 máquinas de café.
A partir desses pequenos insights podemos prever para onde se dirigirá essa força de mercado. A tendência é que todos os dispositivos se tornem hubs de dados e intersecção de outros milhares hubs de dados. Em futuro próximo estaremos vestidos com roupas inteligentes que se comunicarão com outras a sua volta, óculos com acesso a internet, que se comunicarão com nossos smartphones, que estarão integrados aos nossos carros(autônomos, certamente) que se comunicarão com os sinais de trânsito e todos os outros veículos a sua volta.
O próximo passo para esse mundo se tornar possível, está calcado somente no barateamento dos componentes, na largura de banda de internet e espaço para armazenamento dos dados. Pois as tecnologias para empreendermos essas maravilhas já estão disponíveis e se tornando a cada dia mais baratos.