A FORÇA DO AGRONEGÓCIO NACIONAL
No agronegócio nacional, grande parte do vigoroso crescimento verificado entre 2006 e 2010 se explica por preços favoráveis no mercado externo das commodities, aumento do consumo doméstico e de investimento das empresas e do governo federal. O consumo interno estimulou por outro lado o consumo, como reflexo direto da valorização do salário mínimo acima do PIB, entre 2003 e 2015. É possível afirmar com segurança que mais da metade da crise econômica ainda em curso decorre da queda generalizada dos preços das commodities, a partir de 2011, principalmente pela variação do preço do petróleo, que saiu de mais de U$ 100 para menos de U$ 30 por barril, mas as políticas internas que tiraram força da economia, como repasse de tarifas e elevação da taxa de juros, levaram ao aprofundamento da recessão, assim como contribuíram para o agravamento da crise as medidas de combate à corrupção que alcançaram as maiores empresas da indústria da construção civil, ampla empregadora de mão-de-obra menos qualificada.
Em 2017, os dez principais mercados de destino, representando 70% das exportações do agronegócio, foram, pela ordem de valores transacionados: China, União Europeia, Estados Unidos, Japão, Irã, Arábia, Saudita, Rússia, Hong Kong, Coreia do Sul e Indonésia. Em grandes grupos, os dados fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), consideram a seguinte distribuição das exportações do agronegócio brasileiro: Ásia (36%), Europa (19%), América do Norte (16%), América do Sul (16%), Oriente Médio (6%), África (4%), América Central e Caribe (2%) e Oceania (1%).
Na composição da pauta do agronegócio brasileiro, destacam-se em grandes grupos, pela ordem dos valores transacionados: a soja, as carnes, a cadeia de papel e celulose, o setor sucroalcooleiro, o café, o milho em grãos, os sucos, com destaque para o suco de laranja congelado, os produtos têxteis, o fumo e cigarros, as frutas, o cacau e suas preparações, os pescados, o mel natural, os ovos e gemas, além do leite e derivados.
No contexto global, a corrente mundial de comércio cresceu entre 2010 e 2013, caindo 18,1% até 2016. O agronegócio mundial cresceu também no primeiro período, até 2014, caindo em seguida, de forma menos intensa que os demais setores da economia mundial. Parte da redução, resultou da queda dos preços internacionais das commodities, em todos os setores da economia. Porém, em conformidade com cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI) a redução média entre 2011 até meados de 2017 foi de 49,2%, quando se registrou nova recuperação dos preços das commodities. Observa-se, no entanto, que a queda verificada apenas nas commodities agropecuárias foi menos intensa, ficando em cerca de 20% entre 2011 e 2017. A diferença nas taxas de redução, fez com que a participação dos produtos alimentares se elevasse no comércio mundial, passando de 7,8%, em 2014, para 8,7%, em 2016, apesar da crise.
No contexto brasileiro, as commodities agrícolas e minerais possuem uma participação relevante na pauta exportadora, entretanto, o que se observa é que os produtos básicos ganharam participação cada vez maior na pauta de exportação do País, chegando a representar, em 2011, 47,8% do total, partindo de um patamar de 29,2% em 2006, o que indica um mau funcionamento do setor industrial, colocando o Brasil na desconfortável condição de exportador de produtos básicos, com tendência de reprimarização crescente de sua pauta de exportação.
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4 aNayanne Conde, parabéns pelo artigo! Ficou muito bom! 😁