Formar líderes ou "importar" líderes formados?

Formar líderes ou "importar" líderes formados?

A urgência para que a gente faça as coisas rapidamente e consiga as coisas com a maior velocidade possível faz com que tomemos decisões que nem sempre são as melhores quando olhamos para o contexto e para o médio e longo prazos. Muitas vezes não nos damos conta de que as decisões que tomamos hoje resolvem o problema no curto prazo – ou num prazo imediato – mas tendem a não ser sustentáveis para o futuro.

Algumas destas decisões têm a ver com faturamento, produtividade, lucro. Enfim, com resultados. Resultados são obtidos por meio da dedicação, esforço, união e engajamento das pessoas. E a liderança é um componente fundamental para provocar esses comportamentos e atitudes nas pessoas. Aí surge uma questão: quais são as características que eu procuro num líder?

Podemos responder esta pergunta sob a ótica do ex-presidente da Porsche, Peter Schutz:

“Contrate pelo caráter e treine as habilidades!”

Fica claro que as características que devem predominar no líder são aquelas que têm a ver com seu lado comportamental: sua inteligência emocional, moral e ética. Sua capacidade de se relacionar e lidar com as pessoas. Neste sentido, John Rockfeller, megaempresário americano do início do século XX, também afirmou:

“Pagarei mais pela habilidade de lidar com pessoas do que por qualquer outra habilidade debaixo do sol.”

Da mesma forma, eu procuro responder a estas perguntas a partir do que eu presencio no dia-a-dia das empresas em que eu atuo e com quem tenho contato. Praticamente todas empresas que relatam ter problemas com a liderança o afirmam que esses problemas estão em questões como o mal relacionamento interpessoal, má comunicação e falta de capacidade de gerenciar conflitos. E a partir disso penso ser possível afirmar que os problemas de relacionamento e de conflitos derivam da má comunicação que o líder tem com a sua equipe.

Diante disso, às vezes as pessoas me perguntam: vale mais a pena desenvolver a liderança internamente ou contratar um líder experiente, alguém de fora que esteja “pronto” para lidar com os desafios da empresa? Vale mais a pena investir no desenvolvimento de uma pessoa que já está conosco e que tem potencial para se tornar um bom líder ou importar um líder formado?

Acho que a resposta depende do que está escrito no começo do texto: do tempo, da urgência. Se a empresa precisa de respostas mais rápidas, de ações que deem resultados mais rápidos, então a solução é contratar uma pessoa mais experiente. Naturalmente, essa decisão deve ser olhada também sob a ótica do investimento, pois provavelmente será necessário investir mais para contratar um líder experiente. E será necessário um inevitável tempo de adaptação do líder com sua equipe, para o que um bom relacionamento se desenvolva.

É uma decisão e independente da decisão que a empresa tomar, creio ser fundamental que as empresas invistam na formação dos seus próprios líderes, pois quando o líder é formado "dentro de casa" a sua atuação será sempre pautada nos valores e na cultura da organização. Afinal, o que mais dificulta ou torna impossível a adaptação de um líder importado na nova organização é a diferença entre os valores e a cultura organizacional.

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