Fracassei. E agora?

Há um tempo penso em escrever algo para o LinkedIn sobre vivências que um jovem de 27 anos passa em sua carreira profissional. Em meio a uma enxurrada de Forbes Under 30 e casos de sucesso aplaudidos por milhões, me enxergo como um jovem comum que batalha no dia-a-dia para se destacar no mercado corporativo, com dúvidas e aflições que cercam 99% dos trabalhadores nessa faixa etária.

 Para o artigo de hoje gostaria de trabalhar um tema que há muito me aflige. Pra começar, duas situações genéricas:

1-    Você saiu do emprego para abrir o seu negócio. Só você sabe o esforço que foi juntar todo aquele capital pra aportar naquilo que seria a porta para a independência financeira. Mas não deu certo.

2-    Finalmente um voto de confiança, o projeto é seu. Seu gestor está super empolgado com o que vai ser apresentado. Na hora H, não era o que todos esperavam.  Há decepção generalizada e o que você enxergava como uma oportunidade se transforma em frustração.

 Na hora vem uma enxurrada de sentimentos negativos: raiva, tristeza, indignação, auto depreciação e frustração.  Entendo que tais emoções são vividas intensamente em diversas fases da vida, mas os “vinte e poucos” nos reserva uma dívida “moral” com pais/amigos/colegas que servem como benchmark para nosso sucesso, falhar não é somente algo tomado para nós mas é como se falhássemos para os outros.

A frustração nos faz questionar que tipo de profissional seremos no futuro. E eu acredito que seremos EXCELENTES. Contanto que a situação gerada gere frutos e não barreiras.

Onde estava o problema? Na semente ou no solo? Sua ideia era boa mas o mercado não estava preparado? A ideia era realmente ruim ou apenas precisava ser melhor trabalhada? Toda a dor nos faz crescer, é necessário que o desenvolvimento venha. Tenho certeza que o projeto que não deu certo ao negócio que não deu frutos você cresceu imensamente como profissional e isso te dará inúmeras qualidades para um caminho futuro.

Por mais que eu quisesse fugir do tema padrão de autoajuda, sinto que há palavras que ainda precisam ser ditas e repetidas. Quando abri a Chef Comida Express com meu sócio enfrentamos MILHARES de desafios. Descobrimos problemas mas também descobrimos soluções. Aprendi a gerenciar equipes e a lidar com diversos elos da cadeia produtiva. Não deu certo. Ou será que deu mais certo do que eu imaginava?

A segunda hipótese é mais válida para o meu caminho profissional atual. Tenho certeza que todo o aprendizado será valioso e que dificilmente o teórico teria mais validade do que toda a prática adquirida durante as experiências tidas como fracassadas. Fracassei sim, e daí? Foi ótimo.