FRANCHISING: MARCA NOVA OU JÁ CONSOLIDADA?
O planejamento necessário para adquirir uma franquia deve considerar o retorno do investimento para o futuro empreendedor, que deve avaliar os prós e contras de se adquirir uma franquia que já esteja consolidada ou uma nova marca. A análise deve ser criteriosa, pois cada nicho de mercado apresenta características diferentes para cada perfil do investidor.
Uma das grandes diferenças entre as duas opções está na experiência operacional obtida ao longo do tempo com a gestão do negócio. Uma marca consolidada já passou por diversos testes de mercado e isso confere maturidade e maior direcionamento frente às dificuldades, inerentes. Já uma franquia nova é um negócio que não está totalmente estabilizado, ainda por enfrentar novos problemas, demorando mais tempo para ajustes e correções de rota e, consequentemente, com um maior custo.
Importante também de se certificar que, em qualquer opção de investimento, as competências e aptidões estejam totalmente alinhadas com o perfil requerido por uma determinada marca.
A previsão da Associação Brasileira de Franchising (ABF) é que o setor fature em 2017 8% a mais que o ano anterior, com um incremento na abertura de novas unidades de 2%. As perspectivas são estimuladas pela permanente rotatividade na entrada de empreendedores no mercado. As franquias estruturadas e especializadas também prometem um forte crescimento nos próximos anos. Com o grande volume de franquias em operação no Brasil, a tendência é a expansão maior do setor relacionado a números de unidades por rede de franquia.
O empreendedor deve considerar que alguns franqueadores novos se preocupam mais em venderem novas franquias do que em oferecerem um suporte operacional robusto para o desenvolvimento do volume de negócios em cada unidade. A situação é um sinal de alerta, pois o empreendedor poderá ser prejudicado se receber menos transferência de conhecimento. Independentemente do fato de ser uma marca consolidada ou não, a experiência da franqueadora será fundamental para o franqueado obter sucesso no seu mercado local. O fato de ser uma marca nova deve se ater à marca e não influenciar na capacidade de transferência de conhecimento para a operação do negócio. Ainda é preciso considerar o tempo de atuação da empresa no mercado, verificar o número de unidades em operação, se houve unidades da rede fechadas e os motivos desses fechamentos.
O fato de ser iniciante no franchising não significa que a rede terá dificuldade em concorrer com os grandes representantes do mesmo segmento. O importante é como uma nova marca se diferencia no mercado. A novidade pode representar mais uma opção de consumo e experiência, tanto para o mercado quanto para o consumidor.
Um ponto importante é que seja feita uma avaliação da capacidade e estrutura do franqueador para replicar o negócio com eficiência, ou seja, se a sua estrutura é coerente com a sua meta de expansão, com profissionais qualificados e condições logísticas adequadas. Um levantamento de aceitação do produto/serviço também deve ser feito. Para a visualização das possibilidades é importante o empresário contar com opinião de especialistas que possam ajudá-lo a colocar tudo no papel. Preparar um plano de negócios analisando mercado, concorrência, competitividade, imagem da marca e simulações de resultados do franqueado e franqueador em curto e longo prazo, planilhas financeiras, mapeamento de territórios para expansão e perfil ideal de franqueados.
A recomendação para quem deseja investir em uma franquia é traçar claramente em qual perfil de mercado deseja se inserir. O êxito do negócio dependerá da estruturação da empresa para enfrentar as dificuldades e da perseverança e flexibilidade dos gestores para se adequar às mudanças e dificuldades que surgirão. A maturidade e sucesso de qualquer negócio, consolidado ou não, demanda tempo e o empreendedor deve ter consciência desse processo.
Lucien Newton, coluna Franquias de A a Z, Jornal Estado de Minas. Publicação em 19/11/2017.