"Fui demitido, e agora?"
Respire fundo, demissão assusta mesmo.
Até para quem já estava esperando por isso sente-se mal no momento do desligamento, é super normal.
As reações durante e depois são diferentes mas existem aquelas que são mais comuns.
Para quem queria sair da empresa e esperava por isso é bem mais tranquilo. A pessoa consegue descansar alguns dias antes de sentir que não tem mais emprego. Algumas pessoas mesmo sendo "pegas de surpresa" também têm tranquilidade nos primeiros dias.
Para a maioria a experiência é diferente: a sensação é de estar caindo em um buraco sem fim, de estar tudo desmoronando, já que o trabalho é associado ao sustento meio de sobrevivência. Sem ele, tudo fica instável e o sentimento de insegurança é enorme.
Os primeiros dias são os mais confusos e também importantes: por mais que esteja assustado é importante usar a razão. Estamos em um momento desfavorável mas é possível conseguir um novo emprego, quanto mais conseguir focar e ser positivo, melhor.
Esse é o maior desafio. Como manter-se calmo e otimista em um país com 12 milhões de desempregados???
Se olhar dessa forma é desesperador e por isso ser racional é fundamental. Não existem milhões de pessoas disputando a MESMA vaga que você. Talvez uma centena mas lembre-se que cada vaga e cada perfil são únicos. Se o mercado está favorável para as empresas que podem contratar profissionais mais preparados por um salário menor, é preciso ser estratégico e saber se posicionar e agir da melhor forma para ser competitivo.
Os profissionais tendem a repetir um processo de recolocação que funcionava há 10 anos atrás: assinar um site de vagas (que hoje a maioria são falsas), incluem a última experiência no CV e disparam para todos os contatos, emails e vagas que encontrar. Seguindo esse pensamento, entram no Linkedin e adicionam o máximo de pessoas também disparando o CV como um panfleto e fazendo candidatura para qualquer vaga que aparecer.
Algumas pessoas levam dias para perceber que não está funcionando. Algumas levam meses e outras insistem por mais de uma ano. Mesmo vendo que o processo não funciona, continuam insistindo.
Mesmo com a quantidade de informação sobre recolocação que tem gratuitamente na internet, muita gente sequer assiste um vídeo ou tenta fazer de forma diferente. Esse é o maior erro. Continuar fazendo o mesmo e culpam o mercado, a falta de vagas, os selecionadores/RHs, as empresas... por não conseguirem um emprego.
Existem muitos profissionais para poucas vagas, a conta não fecha, é fato. Mas existem muitas pessoas que poderiam conseguir um emprego por terem competências suficientes e não conseguem por errarem no processo.
O mercado mudou, a demanda por mão de obra mudou, as necessidades do mercado mudaram, as relações de trabalho mudaram, os processos seletivos mudaram, as leis trabalhistas mudaram, tudo está mudando! O primeiro passo é se atualizar e entender COMO fazer esse processo HOJE, no presente!
Quem continua olhando para o passado vai continuar no final da fila esperando uma oportunidade. Quem entende que precisa se atualizar vai atrás de informação, pede ajuda (e aceita!), se adapta e persiste até o fim.
É realmente desafiador ter que passar por todas essas mudanças com o psicológico já abalado por inseguranças. Esse é o problema. Mesmo profissionais mais seguros tendem a se abalar após alguns meses de desemprego, após tantos "nãos" e sendo ignorado por tanta gente. É difícil, sim. Manter a calma, o otimismo, o tal "brilho nos olhos" que tanto se fala após meses se sentindo pior que todos os outros. Se sentindo culpado por, no fundo, sentir uma ponta de inveja quando alguém consegue a recolocação e você continua aguardando o retorno do RH após semanas da entrevista.
A questão é: existem vagas no seu perfil e uma empresa em que você se encaixe bem. Talvez tenha que fazer algumas adaptações mas tudo bem. Foque nisso. Deixe o seu CV e perfil do Linkedin o melhor possível, aprenda a usar bem o Linkedin e não ficar curtindo e compartilhando qualquer coisa só para aparecer, não adicione e envie seu CV logo de cara a menos que tenha abertura para isso (o famoso "panfletar"), prepare-se para apresentar seu perfil nas entrevistas (e não para responder perguntas).
Quanto mais entender cada fase do processo de recolocação e se ajustar à ela, mais retorno vai conseguir. Adaptar-se é fundamental, quanto mais insistir em fazer o mesmo, mais vai demorar para conseguir.
Se o emocional/psicológico estiver muito abalado, procure ajuda de um psicólogo (existem muitos programas populares e acessíveis, é só buscar). Não espere chegar no limite ou ter consequências graves para isso. Existem muitas pessoas dispostas a ajudar.
Vencer o desafio interno é o primeiro passo e o mais importante.
Aos poucos as coisas vão se ajeitando, vão acontecendo e, em breve, você irá conseguir seu novo emprego. Se você chegou até aqui, vai sim conseguir chegar onde deseja.
Respira funda e continua.
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5 aGrato Ana
Master of Business Administration - MBA | Gestão Empresarial
5 aexcelente Ana!