A rica Gastronomia Brasileira e suas importantes influências de origem

A rica Gastronomia Brasileira e suas importantes influências de origem

Quem já não petiscou em um boteco aquela mandioca na manteiga de garrafa? Quem já não reservou aquele sábado para comer aquele frango com quiabo e angu? Quem já não comeu a sobremesa queijada, em Minas conhecida como queijadinha? Estes pratos dizem sobre a nossa riqueza cultural e gastronômica. Nossa gastronomia possui esta identidade tão única e marcante, pois foi influenciada por três importantes matrizes: a indígena, a africana e a portuguesa.

Nossa primeira influencia, a matriz indígena, advêm dos povos nativos, aqueles que habitavam as Américas. Segundo o Carlos Fausto, “os sistemas sociais indígenas das Américas as vésperas da conquista eram articulados, e ao que tudo indica através da literatura, vastas redes comerciais uniam povos e culturas...” Por mais primitiva que fossem as aldeias, os relatos literários demonstram que os indígenas possuíam sua organização de subsistência, e neste contexto estava inserido a base da nossa gastronomia. Os índios eram divididos em três grupos, distintos basicamente pela questão geográfica: índios da floresta amazônica, índios do litoral e índios da restante das regiões, denominados do cerrado.

Os povos indígenas da floresta tinham características de populações pouco adensadas e viviam em aldeias de pequeno porte, logo, pode-se dizer que eram aldeias de menor organização e que por consequência viviam como nômades. Estas populações tinham uma agricultura baseada na mandioca. Uma produção feita em baixa escala e sem técnica.

Os povos do cerrado e também do interior, que ficavam as margens da floresta tropical, com uma vegetação rasteira e arbustiva, também levavam uma vida nômade, com pouca organização nos seus métodos de plantio e caça. Contudo com o passar dos anos e com a consequente importação de técnicas de horticultura, se tornaram agricultores, e passaram a cultivar milho e batata doce além do forte plantio de mandioca. Vale ressaltar que estas regiões hoje são os maiores produtores de soja, cana de açúcar, café e milho, que fomentam o nosso agronegócio.

Os povos indígenas que habitaram o litoral possuíam características homogêneas e a maior fonte de pesquisa se concentra na cultura dos tupi-guarani. Estes povos tinham como base a alimentação da farinha advinda da mandioca amarga. Tinham três tipos de preparo da mandioca, que basicamente consistia na trituração e na geração da farinha.

Observa-se que a mandioca esteve presente na gastronomia dos três grupos indígenas e que no processo de colonização portuguesa houve uma importante fusão de culturas gastronômicas. Esta fusão possibilitou novos ganhos, para os indígenas, que incorporaram em seus métodos gastronômicos a cana de açúcar, os óleos vegetais, bem como técnicas de cocção, como a fritura e o confit, e para os portugueses, que passaram a utilizar castanhas e amendoins nos doces e como aprenderam a usar gomas, frutos secos e raízes para substituir a farinha de trigo para as sobremesas lusitanas.

Nossa segunda influência, a matriz Africana, deu-se origem através das importações de escravos do continente africano.

De uma riqueza cultural diversa, mas brutalmente reduzida pela escravidão, a gastronomia africana foi sendo inserida aos poucos em nosso país. A princípio, os africanos tiveram que se adaptar a nossa cultura, pois os principais alimentos como mandioca, milho e amendoim não existiam em seu continente de origem. Porém ao poucos, os costumes alimentares dos africanos foram sendo introduzidos em nossa gastronomia. Mudas, bulbos, sementes, raízes eram trazidos ao soar de partida dos navios tumbeiros. As comidas empapadas, como o angu, o pirão e as papas em gerais foram trazias pelos africanos, que fizeram do milho, antes alimento voltado para o trato de animais, verdadeiras receitas tradicionais, destacando o munguzá.

Os africanos também tinham grande predileção por quiabos, gengibre, inhame, açafrão, gergelim, melancia e jiló, ingredientes presentes nos hábitos alimentares africanos.

Vale ressaltar que estes ingredientes acima, representam fortemente a gastronomia mineira, tão marcada pela cultural africana em nossa história.

Nossa terceira e maior influencia, a matriz portuguesa, possibilitou o desenvolvimento do início de uma gastronomia tipicamente brasileira. A intenção dos portugueses não eram misturar com colonos e escravos, mas a precariedade de recursos, seja de fornecimento de ingredientes, de instrumentos e recurso físicos (equipamentos) obrigaram os portugueses a “se misturar”. E eles logo trataram de trazer o conhecimento do continente europeu. Trazendo as técnicas de criação de animais, pois culturalmente consumiam muita carne. Trouxeram também as parreiras, a cana de açúcar, os nabos, a couve, a hortelã, salsa, funcho, agrião, chicória, cenoura, acelga, maça, pera e marmelos. E trouxeram as festas tradicionais, como Quaresma, Festa de São João e Natal, que tem em sua composição a gastronomia típica do evento.

Entretanto nada desenvolveu tanto a gastronomia brasileira, quanto a apresentação dos Portugueses aos colonos e escravos do doce e do salgado. Este foi um grande marco para a formação da nossa culinária.

A fritura, desconhecidas pelos indígenas e escravos, foi incorporada aos métodos de produção.

É certo que as culturas indígenas e africanas trouxeram uma fusão de temperos e ingredientes enriquecedores, mas estas populações tinham baixo desenvolvimento, não possibilitando o avanço de nossa Gastronomia de forma estruturada. Neste sentido, foi de suma importância o intercâmbio com a matriz portuguesa, que colocou em prática as técnicas de produção e incrementou os métodos produtivos de alimentos, como a pecuária e a agricultura de maior escala. Estas origens de três continentes distintos nos possibilitou ter uma gastronomia diversificada e que com o passar dos séculos foi sendo aprimorada e tomando sua própria identidade, a típica comida Brasileira.

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