"A gente precisa entender e não julgar", sugere Dante Mantovani aos líderes diante do desafio dos Millennials
Texto escrito originalmente para o Blog do Mílton Jung
“A tendência é que a gente cada vez mais tenha um ambiente multigeracional e cada um tenha seus valores diferentes, sua visão de mundo. E a convivência é um desafio. Ela é possível, mas a gente precisa entender e não julgar os valores dos outros” — Dante Mantovani, consultor.
Que as transformações vinham ocorrendo em alta velocidade, sabíamos. Que a pandemia fez empresas pisarem fundo no acelerador tecnológico para se safarem da crise, sabemos. E como os líderes devem se portar nesse cenário pouco conhecido? Teremos de aprender. Especialmente se considerarmos que, além de estarem diante desse desafio inédito, ainda precisam comandar equipes multigeracionais, com suas diferenças e necessidades. Em busca de uma resposta para essa situação, entrevistamos no Mundo Corporativo, Dante Mantovani, engenheiro e consultor de desenvolvimento humano, mestre pela FEA com tese em que estudou o comportamento dos Millennials.
Antes de continuar essa conversa, vale diferenciar: o Dante Mantovani que entrevistamos não tem nada a ver com o maestro, ex-presidente da Funarte e candidato frustrado à prefeitura de Paraguaçu Paulista, que já disse ser o rock coisa do capeta. Eles são apenas homônimos. E só.
De volta ao que importa: os Millennials que foram foco do estudo de Dante Mantovani são aqueles que nasceram depois de 1986, uma turma que tem entre 24 e 34 anos, que por aqui só conheceu o Brasil pós-Democracia e em um período de prosperidade. São jovens que buscam empregos que façam sentido para eles —- não apenas para pagar as contas —- e empresas que tenham propósitos claros.
“O estudo de gerações não é para colocar dentro de uma caixinha e rotular; é para você entender uma característica comum de comportamento”
Dante lembra que foi estudar os Millennials para enxergar o papel dos líderes e a mudança de comportamento que essa relação exige das empresas. Somaram-se a isso as lições aprendidas na pandemia que exigiu forte adaptação no ambiente de trabalho e nos processos de produção. Para o consultor, o que vivemos hoje deixará sua marca na forma de se comandar equipes de trabalho:
“O modelo de líder do futuro vai ser um líder mais colaborativo, que sabe não ter todas as respostas, mas tudo bem: ele será capaz de entrar na sala e dar um norte e fazer com que as pessoas tenham uma disciplina de encontrar essa solução; e aí existem varias metodologias para as pessoas construirem esse caminho juntos”
Já que falamos do capeta, agora há pouco, vale destacar o que nos disse Dante sobre a importância que o líder tem na dinâmica do trabalho e no desejo de as pessoas quererem ou não ficar em uma empresa. Para ele, a vida pode ser o céu ou o inferno dependendo o tipo de liderança que é exercida na organização:
“40% do comprometimento vem da ação do líder, outros 40% vem da própria pessoa e os 20% restantes são referentes a política da organização, ao clima organizacional benéfico e outros aspectos”
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