A gente só é feliz quando criança.
Jesus, em meu ponto de vista, definiu a felicidade como o ato de recuperar a infância. Quando seus discípulos discutiam entre si sobre grau de importância e hierarquia, ele os interrompeu, dizendo que, a não ser que se tornassem como as crianças, jamais entrariam no Reino dos céus.
Temos aqui uma nítida ligação entre felicidade e Céu. A vida no paraíso é uma eterna brincadeira e todos nós ali seremos de novo crianças. Tanto que, perguntado como seriam as relações sociais no Céu, o Mestre disse que lá não haverá casamento, nem antigas associações que aqui na terra tivemos.
Para mim o Céu será um Jardim de Infância. Todos de novo inocentes, rindo das coisas mais simples e perdendo a noção do tempo sem estarmos preocupados em voltar para casa porque lá não haverá noite. E a casa será a Casa do Pai. Família, brinquedo, diversão, risos, gargalhadas.
Sendo desta forma em minha imaginação o Céu, felicidade é algo que só temos mesmo na infância. Pergunte a qualquer adulto na meia idade qual o seu maior sonho e você vai se surpreender com a resposta: não quer dinheiro, poder, bens ou reconhecimento.
O que querem os adultos é, se pudessem, voltar a ver seu pai e sua mãe que partiram. Ver e brincar na casa dos tios, dos avós, comer aquela comida que nunca mais ninguém foi capaz de preparar e deitar no quintal para ver as nuvens do céu e suas formas que se tornam bicho, monstro, rostos.
Por isso, como Jesus falou, é preciso voltarmos a ser crianças. No espirito, na essência, na vivência. Os moradores do céu não serão aqueles adultos chatos que se queixam de tudo e que entopem os ouvidos dos outros de lamento e insatisfação. Gente que leva tudo sempre muito a sério na vida e não se permite mais brincar com nada. Perderam o humor, a leveza, a alegria de estar contente com qualquer coisa.
Pois é, o Mestre disse que ‘das crianças é o Reino dos céus’. Que tal pedir e buscar uma verdadeira conversão, não aquela de uma religião para outra, mas a conversão do adulto para a criança?
Caleb Mattos.