Gentileza gera...

Aposto que você conhece o final dessa frase do senhor José Daltrino, mais conhecido como o “Profeta Gentileza”.

Em junho, eu mediei um painel no evento “Expofavela” e, quando estava indo embora, uma das painelistas perguntou para onde eu iria e se eu poderia dar uma carona para ela. Não estávamos indo para o mesmo lado, mas respondi: “Eu te levo”.

Precisei insistir para que aceitasse meu gesto e reforcei que não seria incômodo levá-la. Durante a carona, ela comentou que estava dando trabalho para mim, que eu não precisava fazer aquilo, que estava constrangida... Como a Fátima é uma pessoa maravilhosa resolvi explicar o que estava por trás da minha atitude.

Quem me conhece sabe que gosto de ajudar, apoiar e encorajar as pessoas a alcançarem seu máximo potencial, seja em sua vida pessoal e/ou profissional. Sempre fiz isso porque acredito que o mundo fica melhor quando as pessoas estão melhores. Se dá para ajudar e isso não vai me custar muito, eu ajudo.

Com o tempo – e já estou com quase 30 anos de estrada no mundo corporativo – percebi que as pessoas reconheciam minhas “gentilezas” como inspiração para suas vidas ou retribuíam o meu gesto com retornos positivos para os projetos em que estava trabalhando.

Quer um exemplo? Uma vez pedi a um antigo fornecedor a cessão de uma sala de hotel para realizar um treinamento com minha equipe. O não eu já tinha. Não só ganhei a sala como também um serviço básico de coffee break. Fiquei surpresa e liguei para agradecer o cuidado e o atendimento, além das minhas solicitações.

Foi quando ouvi que o gesto dele era uma forma de retribuir meu apoio no início de sua jornada na empresa onde atua até hoje. Isso foi a uns 15 anos atrás. Ele continuou esclarecendo que o fato de eu ter confiado a ele a gestão da hospedagem de um grande evento foi muito importante para sua consolidação na empresa onde tinha acabado de entrar. Eu não conhecia essa parte da história.

Para mim, eu só havia delegado uma função para ele. Mas aquela gentileza, de ter confiado nele, gerou uma gentileza muitos anos depois, a cessão da sala de hotel. Felizmente são várias experiências para contar.

Contei esse fato e alguns outros para Fátima e disse que já tinha aprendido na escola da vida que ser gentil é bom para a vida, para nossa carreira e para nossos negócios.

Como existe uma professorinha que mora em mim, continuei minha explicação: com aquela carona eu perderia uns poucos litros de combustível, uns 10-15 minutos do meu tempo livre, mas ganharia uma aproximação com alguém que eu admirava. Só isso.

O que vier depois (e se vier) será fruto de um gesto positivo. Sinceramente, não espero nada, mas os anos de experiência me ensinaram que a lei do retorno existe e é implacável.

Pode ser que você, meu caro leitor, me considere manipuladora, após eu revelar meu segredo, mas a grande verdade é que a gentileza faz a roda do bem girar.

Então, sob a ótica do Marketing Pessoal:

Gentileza GERA boas parcerias, amizades, credibilidade, reciprocidade, novos contratos e boas histórias.

A Gentileza é umas das melhores técnicas que eu conheço de Networking. Ganhei uma parceria fiel na empresa quando a ajudei após ela levar um tombo, um super desconto em um projeto em outro caso, um grande amigo quando argumentei de forma amistosa sobre um assunto difícil.

Ser gentil é estratégico, constrói parcerias sólidas e melhora o mundo.

Um combo perfeito, não é?

Tem muito Marketing no nosso dia a dia e muitas formas de construir nossa reputação e imagem.

Então me fale, você se lembra de alguma gentileza e como ela contribuiu para sua carreira ou negócio?