Geração de empregos anima o comércio

Geração de empregos anima o comércio

Por Kelsor Fernandes, presidente do Sistema Fecomércio-BA

Os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho, trouxeram ânimo para a economia baiana, especialmente para o comércio. Isso porque o Estado obteve um saldo bastante positivo, entre admitidos e demitidos, de 11,5 mil no mês. No curso do ano de 2023, já são quase 70 mil trabalhadores com carteira assinada a mais do que o registrado em 2022.

Além, evidentemente, de refletir no aumento da renda e do poder de consumo das famílias baianas, esses números, de janeiro a agosto, trazem consigo uma grande expectativa para o fim do ano. O volume de vendas gerado pela Black Friday -desta vez sem Copa do Mundo no mesmo mês- e pelo Natal é intimamente ligado à injeção do décimo terceiro salário.

Aliado a isso, a inflação está mais baixa do que há um ano, o que se traduz em menor corrosão dos recursos, sobretudo quando se fala em deflação de alimentos e uma maior propensão dos consumidores a gastarem no comércio de bens, serviços e turismo.

Outro ponto relevante quando se trata de emprego formal é a confiança que é gerada em relação ao crédito. À medida que o trabalhador se sente seguro, estável, no seu emprego, a tendência é que ele amplie o consumo via crédito a longo prazo, com a aquisição de eletrodomésticos, veículos e assim por diante, aquecendo o varejo, por meio da aquisição dos chamados bens duráveis.

O aumento do otimismo pode ser comprovado pelo índice de Intenção de Consumo das Famílias, o ICF, indicador fornecido ao mercado pela Fecomércio-BA e CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. O item “emprego atual” sobe, em setembro, 11% em um ano. Isso representa 44% das famílias na capital baiana que afirmam estar mais seguras nos seus cargos atuais, contrastando com o percentual de 35%, apurado no ano imediatamente anterior.

Outro dado muito animador é que a liderança na geração de empregos na Bahia vem sendo puxada pelo setor de Serviços, que acumula um saldo positivo de quase 40 mil postos de trabalho gerados no ano, seguido do Agronegócio com pouco menos de 10 mil empregos criados. Já o Comércio de Bens foi o segmento que

menos empregos criou ao longo deste ano, com 3,7 mil postos de saldo, mas possui ainda o segundo maior estoque de empregados, evidenciando a importância do varejo para a economia.

Portanto, os dados do Caged/Ministério do Trabalho devem ser vistos como um importante termômetro das vendas de fim de ano na Bahia. Acreditamos que as projeções de faturamento, com a aguardada injeção do décimo terceiro salário, indicarão resultados bastante favoráveis para o setor terciário e a economia como um todo.

*Artigo veiculado no jornal Correio no dia 09 de outubro de 2023.

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