Geração Z. Para que ter, se posso compartilhar?

Durante os anos 80 e 90, a geração X ficou conhecida como Yuppies. expressão que significa "Young Urban Professional", ou seja, Jovem Profissional Urbano.

Com o passar do tempo o termo passou a ser usado de forma pejorativa, como um rótulo, para explicar uma geração que valorizava apenas o trabalho e os bens materiais, investimentos em bolsas de valores, automóveis importados, inovações  e tecnologia.

No início do Século, a geração Y chegou ao mercado de trabalho e pode ser traduzida pela cultura do "work hard, play hard".

Profissionais bem preparados, com ótima formação, que encontram satisfação no trabalho mas também gostam de aproveitar a vida, experimentar, dispostos a largar um emprego estável pela oportunidade de mochilar na Europa.

A geração Z ainda não chegou ao mercado de trabalho, mas já demonstra algumas características que a diferem das gerações anteriores.

O mais importante é a forma de pensar o trabalho: é difícil para a geração Z pensar o trabalho de forma linear, como algo que começamos a fazer as oito horas da manhã e paramos as seis da tarde.Dois aspectos influenciam essa mudança:

• O primeiro é a própria natureza do trabalho. Com a automatização daquilo que é repetitivo, o trabalho se torna mais voltado à criatividade, à customização, à criação. E trabalhos criativos independem de horário. Você não liga seu cérebro as oito da manhã e diz: seja criativo. Ideias surgem em qualquer hora e lugar.
• O segundo aspecto tem a ver com as experiências que vem moldando a cultura da geração Z: Exatamente por não haver uma distinção entre vida on line e vida offline, é difícil separar trabalho e lazer: é possível acessar uma rede social no horário de trabalho, da mesma forma que é possível trabalhar pelo celular enquanto se está no ônibus.

 Outra característica importante é uma mudança comportamental que começa a ter impacto inclusive na economia: A geração Z acredita que experimentar é mais importante do que adquirir.

De certa forma, parte da geração Y já pensa assim. O crescimento de empresas que possibilitam o compartilhamento de bens, como Uber, AirBNB, Descolaai e outros, mostram que a geração Z entende que vale mais a pena alugar ou compartilhar um carro, casa, ferramenta ou equipamento do que possuir algo que vai gerar custo, manutenção e que vai perder o valor rapidamente.

Essa característica é influenciada tanto pela tecnologia, que permite, por meio de aplicativos e sites, oferecer produtos e serviços a serem compartilhados, quanto pela situação econômica: a crise econômica nos países desenvolvidos e o desemprego no Brasil forçou os jovens a permanecer na casa dos pais.

Tanto do ponto de vista de seus futuros trabalhadores quanto de seus futuros consumidores, as empresas precisam começar a entender essa nova geração. Afinal é do próprio futuro da empresa que estamos falando.