Vamos comentar a seguir os diferentes indicadores desenvolvidos para o gerenciamento do risco do investimento em ações:
- Variância dos retornos de uma ação - é uma medida da variabilidade média das taxas de retorno históricas (ex-post) ou das taxas de retorno estimadas para o futuro (ex-ante). A medição da variância ex-ante é feita a partir da distribuição subjetiva de probabilidades estabelecida para diferentes taxas de retorno esperadas.
- Semivariância (Down side risk) dos retornos de uma ação - testes empíricos têm constatado que as distribuições das taxas de retorno históricas se configuram como quase simétricas e, portanto, neste caso, a semivarância é igual à metade da variância.
- O VaR - valor ao risco das ações (ou carteira de ações) originou-se do modelo Risk Metrics desenvolvido pela J. P Morgan. O VaR é uma técnica que permite calcular a perda máxima do valor investido na ação (ou carteira de ações), em um determinado período, dentro de um intervalo de confiança. A grande vantagem do VaR é integrar, em um único número, a maior parte das informações relevantes apresentadas em outras medidas de risco (desvio-padrão, gama, delta etc.). Ele mede o risco total da ação (ou carteira de ações) sob análise. O grande problema do cálculo do VaR, como o de todos os outros indicadores para quantificação do risco, é estimar para o futuro as volatilidades e as covariâncias dos retornos das ações que compõem a carteira.
- O Shortfall Probability - é uma medida da probabilidade de ocorrência de uma taxa de retorno no período em análise inferior a um determinado valor. Essa medida de risco é muito conveniente para carteiras de ações que devem atingir, consistentemente, retornos acima de uma determinada taxa de referência, como por exemplo carteiras de fundos de pensão com planos de benefícios definidos que devem produzir consistentemente taxas de retorno acima da taxa de custeio dos seus planos de benefícios para que não incorram em déficit téecnico.
Dentre essas medidas de risco, as mais populares são a variância (ou o desvio-padrão) e o VaR, que vêm ganhando um número cada vez maior de investidores interessados na utilização desses indicadores.
Para finalizar, entendo que o investidor deva tomar muito cuidado uma vez que a utilização de estratégias de gerenciamento de risco pode levá-lo a tornar-se excessivamente autoconfiante e então assumir maior exposição a riscos por acreditar na infalibilidade das desisões tomadas por informações obtidas nos cálculos desses indicadores - sería igual a um motorista que, ao colocar o cinto de segurança, decida a dirigigir mais afoitamente, naturalmente submetendo-se a maiores riscos, acreditando estar seguro contra qualquer tipo de acidente.