Gerenciando os riscos com a ferramenta FMEA

Gerenciando os riscos com a ferramenta FMEA

A sigla FMEA significa “Failure Mode and Effect Analysis”, traduzindo significa Análise de Modos de Falha e seus Efeitos. Trata-se de uma metodologia que permite analisar possíveis falhas e o que sua ocorrência poderia causar em um processo, projeto ou produto.

Neste artigo, o tópico a ser abordado vai ser a utilização da ferramenta para analisar os riscos envolvidos na execução de projetos na área de engenharia Mecânica e de Materiais. Mais especificamente na empresa Solidus Júnior, empresa júnior da UFRN, dos cursos citados.

Na Solidus, o FMEA é efetuado antes de apresentar uma proposta para o cliente, pois ele é um modificador da precificação. É realizado por meio de uma planilha, na qual devem ser preenchidos oitos itens, eles são: Atividade relacionada; Descrição do processo; Modo de não conformidade; Efeito de não conformidade; Detecção; Severidade; Ocorrência e Ação recomendada.

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Atividade relacionada:

Esse item deve conter informações genéricas sobre o serviço solicitado pelo cliente, citando os pontos que deverão ser realizados no decorrer do projeto.

Descrição do processo:

O item a seguir, deve possuir uma quantidade maior de riqueza nas informações passadas, quando comparada ao item anterior. Explicar com detalhes as etapas do projeto e descrevê-las. Informar os equipamentos necessários e outras observações relevantes para o FMEA.

Modo de não conformidade:

Esse item vai abordar os itens que venham a influenciar negativamente o desenvolvimento do projeto, como possíveis riscos e falhas no processo. E, diferente dos outros dois itens anteriores que só deve haver um de cada por projeto, esse item deve informar cada um dos riscos ou falhas que possam ocorrer no projeto. 

Efeito de não conformidade:

Esse item é a consequência do quesito anterior, deve abordar quais as consequências que cada um dos riscos e/ou falhas irão trazer para o serviço. Vale ressaltar que o mesmo efeito de não conformidade pode ser causado por modos de não conformidades diferentes, e vice-versa.

Os três itens a seguir devem ser preenchidos com notas de 1 a 10, classificando a intensidade de cada quesito, de acordo com a legenda abaixo.

Detecção:

Dificuldade de perceber o modo de não conformidade no processo. Pode ocorrer do início do processo ao término.

Severidade:

Importância que o modo de não conformidade causa no processo. Os elementos levados em consideração são o atraso/inviabilidade do processo, afetar a qualidade do serviço e o risco à integridade dos membros da Solidus Jr.

Ocorrência:

Probabilidade do modo de não conformidade ocorrer.

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Esses três itens são de bastante importância pois a partir deles que irá ser calculado o Risk Priority Number (RPN). O RPN é calculado por meio de uma simples multiplicação das notas dadas nos três itens. Quanto maior o número encontrado, maior será o impacto negativo que o risco possa a vim a causar, portanto, maior prioridade deve ser destinada aos itens com maior RPN.

Porém, a pontuação dada nesses três itens é subjetiva de acordo com a percepção do responsável por preencher o FMEA. É aconselhado que a justificativa para cada valor seja alterada para se encaixar no perfil dos processos da empresa.

Ação recomendada:

Nesse item, deve ser elaborado o plano de ação que deverá ser seguido caso o modo de não conformidade aconteça. Para fazer um bom plano de ação, ele deve possuir quatro pilares:

  • Ser viável: A solução dada é viável no aspecto financeiro?
  • Eficaz: A solução pode ser executada em bom tempo útil?
  • Estruturada: A solução deixa definido os itens da ferramenta 5W2H?
  • Fechada: A solução pode ser compreendida de maneira clara por qualquer pessoa?

Vale ressaltar, quanto maior for o RPN, mais bem detalhado o plano de ação deve ser. Não há uma regra que se aplique a todos os casos, a utilização do bom senso é essencial.

Depois de preencher esses oito itens, o FMEA está completo, porém existem alguns fatores que podem vir a melhorar a sua realização.

É preciso ter um amplo conhecimento do que você está fazendo, então entender o escopo do projeto, as etapas a serem realizadas, quais ferramentas são necessárias para executar o serviço é imprescindível. O estudo do projeto pode ser realizado por meio de: Treinamento presencial ou online; manuais de serviços de empresas; livros; normas; pesquisa pela internet e dúvidas com autoridades nos assuntos.

Além disso, a realização do FMEA pode ser melhorada com a utilização de outras ferramentas, como o diagrama de Ishikawa (espinha de peixe). Ela pode ser utilizada para auxiliar o preenchimento dos itens: modo e falha de não de conformidade. Baseando-se na ferramenta, primeiro é preenchido a coluna de efeitos e depois a de modos de não conformidade.

O FMEA é uma ferramenta poderosa quando usado com inteligência, ele pode vir a diminuir a frequência de falhas ou até mesmo eliminá-las. Os processos, tornam-se mais assertivos, prezando sempre uma busca pela melhoria contínua (KAIZEN), desse modo, o FMEA pode ser tornar uma medida preventiva.


Por: Felipe Fernandes | Vice-Presidente e Diretor de Qualidade

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Maykon Melo

Mediador | Aluno de Desenvolvimento de Sistemas

4 a

Parabéns pelo artigo! 👏👏 E o gerenciamento de riscos é muito importante, seja com o FMEA ou qualquer outra ferramenta.

Heitor Dantas

COO na Colina Tech | Marketing | Growth | Gestão | Performance | SEO

4 a

É de extrema importância, saber "onde estamos nos metendo". O FMEA, vem exatamente para trazer esse sendo de responsabilidade, cuidado, medo e consequentemente qualidade. Especificamente, aflorar o sentimento de medo/receio, acaba permitindo criar uma análise minuciosa e em função disso, entregar um resultado ainda melhor. Muito bom, Felipe.

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