A Gestão do conhecimento como vantagem competitiva para as organizações
Ações para a sustentação do conhecimento e sistemas de gestão formais que estimulem os colaboradores a compartilhar e trocar experiências são cada vez requisitadas nas organizações.
De acordo com Atwood (2009), a gestão do conhecimento é um sistema que as organizações utilizam para identificar informações, coletá-las, armazená-las e compartilhá-las dentro de uma companhia, melhorando processos, apoiando a tomada de decisão, desempenho e lucros do negócio.
A gestão do conhecimento, está de forma intrínseca conectada às formas das empresas fazerem a combinação de fontes e tipos de conhecimentos desenvolvendo competências específicas comportamentais ou técnicas que apoiam o negócio em processos, sistemas, lideranças de mercado (Terra, 2000).
As empresas que são consideradas como as melhores no mercado, apoiam e iniciam grandes mudanças e geram e utilizam informações e conhecimentos de forma compartilhada (Fleury e Oliveira Junior, 2001).
O sucesso das organizações é resultado de suas competências em criar conhecimento, propagá-los por toda empresa e incorporá-los em seu negócio (Nonaka e Takeuchi, 1997).
Atualmente o mercado de trabalho é um espaço competitivo, onde tem visibilidade quem busca se manter informado e novos aprendizados (Nonaka e Takeuchi, 2008).
Entende-se que gerir conhecimento pode fortalecer uma empresa e seus colaboradores. Os colaboradores se desenvolvem em conhecimento, habilidades e podem colocar em prática no dia a dia na empresa os conhecimentos adquiridos, se tornando profissionais competitivos e propiciando um ambiente estimulador na buscar do protagonismo e aprendizado contínuo.
Quando a gestão do conhecimento não tem a devida atenção, observa-se alguns indícios como por exemplo: perda de conhecimento com a saída dos colaboradores da empresa; retrabalho e repetição de erros; baixo aproveitamento dos conhecimentos produzidos; dificuldade para inovar; concentração de conhecimento em poucos profissionais; pouca percepção de desenvolvimento e falta de agilidade no processo e na tomada de decisão (Nonaka e Takeuchi, 2008).
Os cinco passos gerais para implementar um sistema de gestão do conhecimento são: estabelecer as necessidades do negócio e empresa, obter as fontes do conhecimento, decidir métodos e sistemas que garantam a utilização de dados e informações, reunir validar o conhecimento e manter o sistema e conhecimento, pois ele é dinâmico e pode se modificar (Atwood, 2009).
Para colocar a gestão do conhecimento em prática, é importante atenção aos seguintes pontos: o diferencial não está na quantidade, mas sim na qualidade. Todos são responsáveis por gerar conhecimento: colaboradores, fornecedores, clientes e outros “stakeholders”. Conhecimentos diferentes podem se completar e se fortalecer. Ter um ambiente inovador, com base no trabalho de equipes multidisciplinares pode impulsionar a troca de conhecimentos (Nonaka e Takeuchi, 2008).
O conhecimento se divide em duas partes básicas: conhecimento tácito e o explícito (Nonaka e Takeuchi, 2008).
Conhecimento tácito é particular, subjetivo e singular de cada pessoa, é desenvolvido ao longo da vida, por meio de percepções e experiências adquiridas inconscientemente. É o conhecimento que por realizar muitas vezes, pode desenvolver expertise e realizar com eficácia. Este conhecimento por meio de metodologias didáticas tradicionais é difícil de ser formalizado, transmitido ou explicado (Nonaka e Takeuchi, 2008).
Conhecimento explícito é o oposto, se pode verbalizar e analisar. Pode facilmente ser comunicado e compartilhado. Pode estar representado em relatórios, livros, revistas entre outros. Este conhecimento acaba se tornando uma ameaça, pois é facilmente expresso, e pode ser divulgado e comercializado (Nonaka e Takeuchi, 2008).
Em empresas e negócios grandes é importante o mapeamento como meio de identificação dos conhecimentos críticos para o negócio e definição de prioridades e de compartilhamento. Importante atenção que o indivíduo que gerencie esse mapeamento seja alguém que possua conhecimento relativo ao mapeamento e desenvolvimento de conhecimento para que dessa forma não exista perdas de informações que venham consolidar o mapeamento e contribuir com o crescimento dessa empresa/negócio.
Os líderes e organizações devem promover ferramenta gerencial e de comunicação contribuindo para melhorias e implantações de estrutura voltada para novos processos (Teixeira, 2013).
Programas e ações para os colaboradores que estimulem o compartilhamento e a troca experiências são importantes. Por isso, a necessidade de empresas investirem em programas de formação e desenvolvimento de multiplicadores internos, o investimento em formação e compartilhamento de conhecimento contribui com o aumento de capital intelectual e à medida que se aumenta o capital intelectual, também se aumenta a produtividade (Atwood, 2009).
Estimular nas equipes a troca de informações, integrar diferentes conhecimentos para gerar novas oportunidades e valorizar as atitudes, consequentemente apoiará aumento de performance, alavancando a gestão do conhecimento e negócio.
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Referências
Alves, F. 2018. Instrutor Master - O papel do instrutor no processo de aprendizagem. DVS Editora, São Paulo, SP, Brasil.
Arets, J; Jennings, C; Heijnen, V. 2016. 70 20 10 Towards to 100% performance. Sutler Media, Maastricht, Holanda.
Atwood, C.G. 2009. Knowledge Management Basics. ASTD Publications, Alexandria, VA, EUA.
Davenport, T. H; Prusak, L. 1998. Conhecimento Empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Campus, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fleury, M. T. L; Oliveira Jr., M. M. 2001. Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências. Atlas, São Paulo, SP, Brasil.
Nonaka, I; Takeuchi, H. 1997. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. 10ed. Campus. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Nonaka, I; Takeuchi, H. 2008. Gestão do conhecimento. Bookman, Porto Alegre, RS, Brasil.
Terra, J. C. C. 2000. Gestão do conhecimento: o grande desafio empresarial: uma abordagem baseada no aprendizado e na criatividade. Negócio Editora, São Paulo, SP, Brasil.
Teixeira, A. L. A. 2013. Mapeamento de processos: teoria e caso ilustrativo. PUC, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Disponível em: <http://www.puc-rio.br/pibic/relatorio_resumo2013/resumos_pdf/ctc/IND/IND-2393_Ana%20Luisa%20Alves%20Teixeira.pdf>. Acesso em: 04 jun. 2020.
Psicóloga Organizacional na ISA CTEEP
4 aParabéns Ju, sensacional!
Ezequiel S. Oliveira Sacco
Facilitadora de diálogos, Mestre em Action Learning e Coach Executiva (PCC Professional Certified Coach by ICF)
4 aMuito bom artigo Ju! Parabéns!
Analista de RH na Sonda Supermercados
4 a@Juliana Santos concordo com a Karina vc nos inspira. Buscar e compartilhar o conhecimento, nestes momentos de tantas incertezas, faz a total diferença. Precisamos nos unir para transformar o mundo corporativo. Parabéns pelo artigo e iniciativa 👏🏻💛
Especialista em Educação Corporativa | Pedagoga empresarial | Designer Educacional | Gestora de RH| DHO | T&D | Designer de Aprendizagem | Gestão do conhecimento | Gestão da mudança | Mãe do Cauã e da Maria Luiza
4 aExcelente, Juliana S.! Você sempre nos inspira e enriquece com seus conhecimentos e práticas relacionamento a gestão do conhecimento! Muito obrigada por compartilhar!