Gol x Ferrari
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Gol x Ferrari

Atualmente venho acompanhando as vagas promovidas no mercado. E em algumas delas eu até me inscrevo, para mensurar como está o mercado de trabalho e porque não, pensar em uma transição. Acredito que além da classe empresarial (que contrata), as pessoas, meros mortais como eu, também precisam ficar antenadas e saber como estão as mudanças corporativas. É nesse quesito que eu desenvolvi esse artigo.

Antes de mais nada, não sou nenhum especialista na área de recursos humanos, sou apenas um nano empresário que se aventura por esse mundo complexo que é o nosso Brasil, cheio de impostos, burocracias e etc... O que todos já estão enojados de saber. Logo, venho declarar antes de mais nada, que essa é uma opinião pessoal e gostaria muito, que as pessoas com conhecimento mais aprofundado, pudesse me dar sua opinião ou esclarecer algo que nos ajude a entender esse movimento.

O título desse material é GOL x FERRARI.

Qual seria a diferença entre um GOL e uma FERRARI?

Obviamente teríamos uma enxurrada de qualidades e benefícios entre a comparação dessas duas máquinas. E certamente a Ferrari dispararia com índices de elogios e demandas técnicas acima da média. Como sofisticação, design, luxo, potência, confiabilidade, velocidade, imponência, tecnológico, segurança, status... e etc. E por outro lado teríamos alguns pontos negativos, o custo é elevado, manutenção extremamente delicada e pode lhe deixar na mão por falta de peça no mercado brasileiro. Sem falar nas rodovias, muitas não estão preparadas para absorver esse tipo de veiculo.

E do outro lado temos o velho e guerreiro GOL. O design já não é mais um atrativo, e as vezes é duro feito um osso, mas basta você dar uma ajeitada que ele volta para os eixos. Seus pontos fortes, é que se adapta a qualquer terreno. Pode não ser veloz, mas vai te levar até onde você quer chegar. Pode não ter a confiabilidade de 100%, mas se tiver algum problema, você resolve em qualquer esquina e num piscar de olhos já está rodando de novo rumo ao seu destino. Possuem uma grande experiência de rodagem, já passou por inúmeros incidentes que o fizeram deixar com "a lata grossa".

Agora faça a mesma simulação com os profissionais no mercado. As vezes temos pessoas FERRARI, altamente capazes, com conhecimento técnico acima da média. Mas são pessoas sensíveis a certos terrenos. Possuem certas restrições no convívio com outras pessoas, discutem ou perdem interesse com facilidade, mudam de emprego a todo momento por achar que ali não é o lugar dele. As empresas precisam estar sempre buscando alternativas, "peças de reposição" para mante-lo em funcionamento, caso contrário irão parar ou simplesmente irão embora para outra empresa.

De outro lado temos as pessoas GOL. Tem conhecimento e experiência para se adaptar e até promover a mudança. Pode não ser na velocidade astronômica que os FERRARI fariam, mas irá fazer chegar lá. Em certos momentos, por ser "queixo duro", cria algumas divergências, porém basta conversar e esclarecer os pontos. Que logo volta para os trilhos. Para a empresa é fácil manter esses profissionais, geralmente fazem de tudo um pouco na companhia e ganha 3 vezes menos que qualquer FERRARI. Suas perspectivas são diferentes do FERRARI e por isso muito menos custoso.

Ao resumo disso, o que tenho visto é que as empresas querem comprar um FERRARI uma pessoa altamente eficaz, com conhecimento técnico acima da média e com alguns "acessórios". Procuram aquele profissional que tem Graduação, MBA, fluente em inglês, mestrado, 15 anos de experiência, e que essa mesma FERRARI se adapte aos diferentes terrenos e as diversas situações que nosso país impõe, ou seja com os atributos do velho guerreiro GOL.

Mas, além disso essa mesma empresa quer essa mesma FERRARI com o preço e custo de manutenção de um GOL. Nesse caso, a empresa quer uma FERRARI, mas quer que ela seja ao custo de um GOL. Isso nunca irá acontecer.

Eu concluo que na verdade essa mesma empresa está incerta do que realmente precisa. Eu vejo que essa mesma empresa está procurando uma FERRARI, com preço de GOL. É o que me parece nesses processos seletivos. A empresa quer todos os atributos, mas quer pagar por esse profissional.

Minha teoria é que a empresa está definindo seu objetivo errado, a empresa precisa entender sua real necessidade primeiro. Pois, nada adianta comprar uma FERRARI luxuosa altamente capaz, com custo elevado e que pode lhe deixar na mão a qualquer hora. Onde um GOL guerreiro e barato pode resolver seus problemas. Por mais que as vezes você precisa parar para conversar (manutenção) para ele voltar executar as suas atividades corretamente.

Ao final, declaro que as empresas estão em busca de uma FERRARI, com um preço de GOL. E o que realmente ela precisa é de um SENTRA, GOLF, ELANTRA ou demais modelos de carro que se encaixam nesse perfil. São pessoas que flutuam entre a flexibilidade, resiliência do velho e bom GOL, com o conhecimento técnico, inovação e eficiência da FERRARI.

É claro, que nesse termo, as empresas terão de pagar o preço justo para esse perfil de profissional. De nada adianta, usar a desculpa do atual cenário para se aproveitar desses modelos. Pois, logo a economia vai melhorar e aquele SENTRA que estiver sendo pago por salário de GOL, tomará o mesmo rumo de uma FERRARI.

Obrigado

Rodrigo de Oliveira

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