Golpes contra MEI
Quando foi abrir sua empresa pela primeira vez, Vanessa Ribeiro digitou na barra de buscas do computador um atalho que facilitasse o caminho. Porém, o primeiro link de sugestões do navegador levava para um site golpista, que cobrava pela abertura de micro e pequenas empresas, um serviço gratuito do governo. “Paguei uma taxa de mais de 250 reais, mas só descobri que não havia conseguido abrir a empresa quando fui tentar entrar no site oficial do MEI”, conta.
Vanessa é uma das milhares de pessoas que caiu em um dos golpes contra MEI e pequeno empresário no Brasil nos últimos anos. E novos golpes surgem a cada dia, é preciso estar atento e bem informado.
Falso site do MEI
O golpe em que Vanessa caiu é um dos mais comuns. Criminosos criam falsos sites bem parecidos com o oficial do governo. Eles enviam links por WhatsApp, e-mail, ou anúncios de internet, prometendo benefícios para atrair a empreendedora. A partir daí, eles coletam informações como dados bancários e até enviam boletos para pagamentos prometendo auxílio na abertura da empresa.
Como evitar
Ao acessar qualquer site, confira na barra de navegação os endereços. Os sites oficiais do governo iniciam com www.gov.br/ seguido do nome da página. No caso do site do MEI é o https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/empreendedora.
Verificar se o site tem um cadeado antes do endereço também demonstra que ele é protegido pelo certificado digital, assim como a letra S no final do HTTP (HTTPS://nomedosite.com.br).
QR Code falso
Nesse golpe, os fraudadores enviam um QR Code com uma suposta conta a ser paga. O dinheiro vai direto para a conta dos golpistas.
O mesmo golpe pode ser aplicado no ponto de venda, neste caso os criminosos colocam um QR Code falso sobre o QR Code que o comerciante costuma deixar à vista para o consumidor escanear.
Como evitar
Confira sempre o nome do beneficiário ao escanear um QR Code ou ao fazer uma transação de PIX antes de efetuar o pagamento. Caso desconfie do nome, converse antes com o vendedor e confirme as informações.
Falso boleto
Neste golpe, é gerado um falso boleto parecido com um documento oficial do governo. Pode ser um DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), ou uma mensalidade de plano de saúde. Porém, ao pagar o boleto, o dinheiro vai para a conta do fraudador.
Lembrando que o DAS é o único imposto que os MEIs pagam para a União, e ele é emitido pelo portal oficial do empreendedora.
Como evitar
Confira atentamente todos os dados do beneficiário antes de pagar qualquer boleto, além de data de vencimento e valores.
Cobrança indevida
Parecido com o golpe anterior, neste caso a empreendedora recebe um boleto ou outra forma de cobrança de associações de classe ou de contribuição sindical patronal. Porém, MEI não tem a obrigação de se afiliar. Os boletos são de valores baixos, cobrando taxas ou contribuições para sindicatos de classes, ameaçando cancelamento de direitos em caso de não pagamento.
Como evitar
Além de deter a informação de que nenhuma contribuição sindical é obrigatória para MEIs, fique sempre atenta às correspondências que você recebe. A maioria tem erros grotescos de ortografia e gramática, logotipos em péssima definição e outras falhas.
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Pedidos de retificação
MEI precisa fazer a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN SIMEI) e nada mais. Porém, para confundir a microempreendedora, eles mandam e-mail ou mensagens de WhatsApp com links para retificação do documento. Esse link leva a instalação de vírus e programas espiões nos aparelhos, que capturam dados bancários e pessoais da vítima.
Como evitar
Não clique em nenhum link ou anexos de e-mails de destinatários desconhecidos. Para chegar as informações, entre no endereço oficial do governo ou na página oficial da Receita Federal.
Auxílio social da empreendedora
Durante a pandemia do COVID-19, golpistas aproveitaram-se do momento de fragilidade das empreendedoras para oferecerem um suposto auxílio financeiro em nome do Sebrae. Eles criaram falsos sites e também enviaram e-mails para vítimas, pedindo o preenchimento de dados pessoais e bancários, que foram utilizados para conseguir empréstimo bancário em nome da vítima e até mesmo permitiram acesso ao banco.
Como evitar
Nunca forneça seus dados bancários por e-mail ou por link. Os auxílios oferecidos pelo governo são feitos exclusivamente pelo portal oficial da Caixa Econômica Federal.
Falso fiscal
Neste golpe, há presença física do golpista, que entra em contato para exigir pagamento de liberação de alvará. Ele pode entrar em contato por telefone, e-mail, WhatsApp, e até pessoalmente.
Como evitar
Sempre exija as credenciais de qualquer fiscal que aparecer em sua porta e esteja sempre em dia com suas obrigações. Órgãos fiscalizadores não fazem abordagens prévias para alertar sobre irregularidades.
Empréstimo falso
Muito comum, bandidos oferecem empréstimos a juros muito abaixo dos praticados no mercado. Por whatsapp através de links ou por ligações telefônicas, são solicitados dados pessoais e bancários.
Como evitar
Novamente, o segredo é não clicar em links de remetentes desconhecidos e não fornecer dados pessoais. Também desconfie de condições boas demais.
Caso caia em algum golpe
Caso você seja vítima de algum desses golpes, faça um Boletim de Ocorrência (BO) online ou presencialmente. Tenha todas as provas em mãos e contate seu banco para relatar o ocorrido.
E para não cair em golpes, vale sempre lembrar daquele velho ditado: “quando a esmola é demais, o santo desconfia”.