Governo Brasileiro toma medidas de estímulo a produção de borracha

Governo Brasileiro toma medidas de estímulo a produção de borracha

Para atender crescente demanda interna, governo brasileiro cria estímulos de produção para que produzir borracha continue sendo um bom negócio.

É verdade que os resultados dos setores de pneus e artefatos de borracha, foram insatisfatórios no ano de 2016. Contudo, ao avaliarmos o desempenho dos últimos anos, a indústria cresceu consistentemente. Os indicadores vinculados à borracha natural, uma das principais matérias-primas do setor, pode ser utilizada como parâmetro para avaliação geral deste mercado, e eles indicam que houve desenvolvimento. Nos últimos 20 anos, a produção nacional cresceu mais de oito vezes, um desempenho admirável. Para o futuro, as tendências são ainda mais otimistas. Há previsão de aumento da demanda, continuidade dos programas de incentivo e investimentos em toda a cadeia, ligada a heveicultura no Brasil.


O Governo Federal, através de medidas como o Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora), e o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), vem incentivando o desenvolvimento do setor, criando mecanismos que ampliam o acesso ao crédito e promovem ações que fomentam o mercado. Isso deve reforçar ainda mais, a confiança na tese de forte crescimento futuro para o setor.

É claro que, qualquer ação que propicie a expansão da economia local é bem vinda. Contudo, as indústrias de pneus e artefatos de borracha estão preocupadas e manifestam discordância, com algumas medidas tomadas pelo Governo, que podem favorecer o produtor de borracha natural do país, mas por outro lado, impactam na oferta do produto em mercado. Com a recente decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), o governo elevou a alíquota do imposto de importação da borracha natural de 4% para 14%, por um período de um ano. A medida veio de encontro às solicitações de produtores locais eda Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que alegam possuírem custos na cadeia da heveicultura brasileira, desiguais as dos competidores internacionais.

De outro lado, a indústria nacional de pneus e artefatos, pede a revisão de tal medida e está preocupada com os impactos que a elevação dos impostos, proporciona em seus custos de produção. O processo poderá desencadear repasses de preço, chegando a afetar o consumidor. Algo que está na contramão das diretrizes do mercado, que busca meios de reduzir custos na cadeia produtiva, para aumentar a competitividade e superar as adversidades impostas pela estagnada economia. A preocupação é procedente, haja vista o setor receber da produção local de borracha, cerca de 35% do que consome. O restante é importado, principalmente da Indonésia, responsável pelo fornecimento de 40% da demanda brasileira, seguido pela Tailândia e outros produtores mundiais desta matéria prima.

Enfim, há pontos de vista diferentes a serem considerados. Um amplo diálogo deve ser promovido, a fim de encontrarmos para o país, pontos de convergência entre propostas. O que não podemos permitir é que interesses setoriais sobreponham os interesses da maioria, e tragam para a sociedade brasileira, mais uma conta a débito.

Luiz Gimenes - Diretor Top Tec Borrachas

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