Grêmio tricampeão da América
Foram mais de 60 horas desde a saída de Porto Alegre, a chegada em Buenos Aires, a copada em Lanús; até voltar e avistar as luzes da capital que hoje respira em azul, preto e branco mais do que nunca.
Mas o que é o tempo quando se esperou mais de vinte anos por esse momento? Na verdade, o gremista parou o seu relógio quando Pedro Geromel ergueu a taça e a cidade explodiu em festa para anunciar o fim de uma Era – poucas coisas ainda fazem sentido nesse mundo pós-tricampeonato.
Isso porque estamos vivendo daquele instante para trás. Voltamos até o início do jogo e repetimos ele na nossa cabeça; como um filme que você vê várias vezes, sabendo que irá sofrer, rir, chorar e ao final explodir de felicidade. Somos um corpo em estado de alegria permanente; um sorriso congelado no rosto vagando por aí, demonstrando claros sintomas de “Grêmio na mente”.
Apesar de impossível, eu busquei forças dentro de mim para estar consciente nos 90 minutos do jogo para gravar na minha retina cada lance, minuto, segundo dessa final. Eu sabia que viveria a história, não só por mim, mas em memória de quem se foi e me ensinou a ser gremista; por quem gostaria de estar lá, gritando comigo na arquibancada da cancha adversária e por algum motivo não conseguiu ir.
Ver Fernandinho arrancar em velocidade, romper a grande área, emendar um chute com a força de milhões de tricolores para desmoronar La Fortaleza foi como sonhar acordado. E, quando Luan carregou a bola com a personalidade de um craque veterano, para ao final encobrir o goleiro-líbero, eu já não tinha mais dúvidas: a América estava sendo libertada, a Copa era nossa.
A festa dos cinco mil na Argentina ditou o ritmo do carnaval tricolor pelo mundo. Poucos conseguem um tricampeonato e somente copeiros levantam a taça em solo hermano. Há de se parabenizar a direção, o grupo de jogadores e a comissão técnica. Esse Grêmio dos dias de hoje faz pesar a camisa e honra a sua tradição.
E há de se reverenciar o nosso treinador. Nosso ídolo na casamata foi (é) o comandante de um time que joga o melhor futebol do Brasil. As lágrimas, a voz rouca, o arrepio que você sente em lembrar de cada lance dessa final chama-se Renato Portaluppi.
Por isso eu clamo: respeitem o nosso herói, ouçam e aprendam com ele; jamais duvidem da sua capacidade e competência. Ninguém ganha um Copa Libertadores ao acaso. Muito menos torna-se campeão como jogador e técnico sem talento e inteligência.
Graças à Renato estamos num outro patamar, numa outra turma, num outro plano, numa nova dimensão: a dos pentacampeões da Copa do Brasil e agora tricampeões da América.
Nessa “doença” em que vivemos algo nos diz que o planeta ainda há de explodir em dezembro nos Emirados. Sabemos que o impossível ainda pode acontecer, pois estamos falando de Grêmio.
A paixão pelo tricolor nos move. Essa Copa é o alimento da alma de quem não vive sem pensar no azul, preto e branco. Viveremos esse sonho eternamente. Contaremos mais essa história para nossos filhos e netos; sobre tudo e todos que duvidavam.
Por hora, não acorde gremista. Congele esses 90 minutos na sua memória.
Deixe a bandeira na janela, vista o dia inteiro o seu manto tricolor e coloque a foto dos jogadores na parede da sala.
Grite a qualquer hora "tricampeão".
Simplesmente, não pare de comemorar.
Nós somos campeões da América!
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