Grêmio: vice-campeão do mundo e melhor time das Américas
Toda e qualquer derrota sempre abre um ponto de interrogação na cabeça do torcedor. Assim, tão logo ouvi o apito final em Abu Dhabi fiquei matutando: qual time nas Américas seria capaz de vencer a essa constelação de craques milionários do Real Madrid?
Depois de refletir em meio a um turbilhão de mensagens recebidas (mais cornetas do que desabafos é bem verdade) posso afirmar que, das terras que ficam entre o Canadá e o Chile, somente o Grêmio seria capaz de fazer frente ao time de Cristiano Ronaldo, Benzema, Kroos, Modric, Marcelo e companhia.
Isso porque temos uma defesa sólida. Geromel é sem sombra de dúvidas o melhor zagueiro em atividade no Brasil. Soma-se a ele Kannemann e temos a melhor dupla de zaga das Américas. Entretanto ontem, a solidez para segurar o poderoso ataque merengue, não refletiu do meio para frente.
Ah, Arthur você fez muita falta. Além de não termos o futuro meio-campo titular da seleção brasileira (e quem sabe até dos galáticos de Madrid), “faltou” uma jogada de escape, uma articulação bem-sucedida, um mísero chutezinho para assustar o goleiro da Costa Rica.
Enfim, para enfrentar uma equipe com uma folha salarial DEZ vezes maior é preciso ser perfeito, milimétrico, sortudo e iluminado. Mas ontem, a barreira abriu.
Sim, poderíamos ter feito mais. Aliás, por sabermos que somos a única equipe das Américas capaz de enfrentar o Real Madrid é que nos frustramos; não com a derrota, porém com o desempenho da equipe.
Agora, fazer terra arrasada, pedir a cabeça de um jogador ou outro é o ódio de uma paixão cega que o torcedor tem pelo manto azul, preto e branco. Entretanto essa frustração pode passar logo ali em fevereiro quando temos a chance de levantar mais uma Recopa Sul-Americana.
“O ciclo vitorioso do Grêmio apenas começou”, como bem disso Odorico Roman.
Quantas vezes fomos eliminados na Libertadores antes de irmos na Argentina levantar a Copa pela terceira vez? Quantas outras vezes ficávamos nas quartas da Copa do Brasil antes de sermos pentacampeões?
Eu sei, dói chegarmos tão longe e não trazer o bi mundial. Mas acreditem, tudo é processo de amadurecimento para o sucesso. Tropeços nos fazem crescer também: os “fracos” dão lugar aos “fortes”.
Obrigado Grêmio. O ano de 2017 foi sensacional. Saímos de uma desclassificação no Gauchão para sermos o melhor time das Américas.
Continuarei vestindo o manto tricolor com orgulho e batendo forte no peito: aqui é Grêmio. Eu sei que logo ali estaremos de novo no caminho para buscar esse caneco.
Publicado originalmente no Blog do Rolim em 17 de dezembro de 2017.