Grandes bancos e suas parcerias com fintechs
Não é segredo que a transformação digital está remodelando o setor financeiro, e as parcerias entre bancos tradicionais e fintechs surgem como uma alternativa eficaz para reunir tecnologia e soluções que facilitem a vida das pessoas. A dinâmica do mercado exige agilidade para atender às expectativas de consumidores cada vez mais exigentes, e essas colaborações têm o poder de redefinir como esses serviços financeiros são entregues. Ao unir a confiabilidade das instituições bancárias com o espírito empreendedor das fintechs, essas parcerias estão criando um novo ambiente, onde a segurança e a tradição encontram a modernidade e a eficiência tecnológica.
Uma pesquisa desenvolvida pelo Finastra aponta que 56% dos bancos têm vontade de aderir a parcerias com Fintechs. Mas, afinal, o que realmente está incluso nessas parcerias?
As fintechs são conhecidas por sua agilidade e capacidade de desenvolver soluções inovadoras rapidamente. Ao se aliarem a bancos, as instituições tradicionais podem acelerar sua própria transformação digital, adotando novas tecnologias e modelos de negócio com mais rapidez. Além disso, as duas organizações possuem competências complementares.
Como funciona essa parcerianbsp;
As fintechs têm um papel importante no setor financeiro atual. Basicamente, elas surgem para preencher lacunas deixadas pelos bancos tradicionais, oferecendo produtos e serviços que combinam agilidade, personalização e acessibilidade. Exemplos disso incluem aplicativos de pagamentos que simplificam transações, plataformas de investimentos automatizados que democratizam o acesso ao mercado de capitais e serviços de empréstimos digitais que desburocratizam o crédito. A principal função das fintechs, portanto, é facilitar a experiência do usuário, melhorando o acesso a serviços e criando novas oportunidades de mercado por meio de um aprimoramento contínuo e centrado no cliente.
Um bom exemplo é a parceria do banco Santander que incorporou a fintech Superdigital, com a ideia de oferecer uma experiência de banco digital a usuários que não tinham esse acesso, facilitando a inclusão digital para pessoas das classes C e D. Tudo isso sem comprometer a segurança e a confiabilidade associadas à marca. Essa sinergia permite que os bancos modernizem suas operações e melhorem a experiência do cliente, garantindo sua competitividade nesse mercado cada vez mais digital.
No entanto, essas parcerias também vivem desafios, principalmente devido às diferenças operacionais entre bancos e fintechs. Os bancos, com suas estruturas organizacionais mais rígidas e processos mais lentos, contrastam com a agilidade das fintechs. Essa disparidade pode gerar tensões na gestão da parceria, especialmente em áreas como governança corporativa, compliance e gestão de riscos. A solução para isso é a comunicação e decidir em conjunto os próximos passos.
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nbsp;A experiência do clientenbsp;
A combinação de dados de bancos e fintechs, impulsionada pela inteligência artificial, está revolucionando a experiência do cliente no setor financeiro. Essa união permite criar ofertas e serviços altamente personalizados, que atendem às necessidades e desejos de cada indivíduo. Ao cruzar dados como histórico de transações, perfil demográfico e comportamento digital, esses recursos conseguem identificar padrões e prever as necessidades futuras dos clientes.
Com base nessa análise, é possível criar ofertas personalizadas, como sugestões de investimentos, seguros ou produtos financeiros que se encaixam perfeitamente no perfil de cada cliente. A comunicação também se torna mais relevante e eficaz, com mensagens enviadas no momento certo e pelo canal mais adequado.
A gamificação, por exemplo, acaba ajudando bastante nessa personalização. Ao transformar a experiência financeira em uma jornada recompensadora, ela incentiva o uso dos serviços e fortalece o relacionamento com a marca. Através de desafios, missões, níveis e recompensas, essa estratégia torna a experiência financeira mais engajadora e contribui para a educação financeira dos clientes.
Conclusão
Ao unir a tradição e a confiança dos bancos com a tecnologia e a agilidade das fintechs, essas parcerias estão criando um ambiente financeiro mais eficiente, que responde às demandas por comodidade e personalização dos consumidores. Com uma postura colaborativa e uma visão compartilhada sobre excelência no atendimento ao cliente, bancos e fintechs têm o potencial de criar um setor financeiro mais dinâmico e alinhado às necessidades do consumidor moderno. Assim, essas parcerias respondem às demandas do presente e preparam o terreno para o futuro das finanças, onde a segurança e a tecnologia caminham lado a lado para oferecer uma boa experiência ao cliente.
Sócio BTLaw | Professor FGV e Insper | Fintech, Meios de Pagamento, Bancos Digitais
3 mExcelente artigo!!! Realmente os bancos têm utilizado de parcerias para aumentar a capilaridade e oferecer novos serviços, principalmente ao publico até então desbancarizado. Um desafio é de como evitar que os bancos venham incorporar as Fintechs aos seus conglomerados e, assim, desincentivar a concorrência. Na regulação do BC já constam algumas vedações, como a SCD e SEP, mas é importante que o regulador continue atento ao incentivo da concorrência no setor, sem que isso implique em desincentivos para as Fintechs de criarem negócios inovadores com o intuito de receber investimentos futuros (inclusive de Bancos).
IT and security specialist | Security Coordinator | ISO/IEC 20000 e 27002 | CCVT | CI-SCS | ITIL | GRITC | ITMP | Membro ANPPD®
3 mAdriana Bessa, seu artigo traz uma análise perspicaz sobre a dinâmica entre bancos tradicionais e fintechs. É fascinante ver como essas parcerias estão transformando o setor financeiro, combinando a confiabilidade das instituições tradicionais com a inovação ágil das fintechs. Concordo plenamente que a transformação digital é uma necessidade urgente, especialmente diante das demandas crescentes dos consumidores. A personalização proporcionada pela inteligência artificial é realmente um ponto-chave; ela não só melhora a experiência do usuário, mas também estabelece um novo padrão de serviços financeiros. Entretanto, os desafios na integração entre culturas organizacionais tão distintas não podem ser subestimados. A comunicação clara e o alinhamento de objetivos são cruciais para garantir que ambas as partes tirem o máximo proveito dessa sinergia. Seu destaque para a gamificação também é interessante — é uma abordagem eficaz para engajar os usuários e promover a educação financeira. No geral, acredito que essas colaborações são um caminho promissor para o futuro das finanças, onde segurança e tecnologia coexistem para atender melhor às necessidades dos consumidores. Parabéns pelo excelente artigo!