Há 100 anos.
Em 1922, o Brasil celebrou o centenário da Independência e viu acontecer a Semana de Arte Moderna. Nesse ano, nasceram minhas duas avós: Maria Regina Justa Feijão e Maria Arsênia Martins Parente.
Elas cresceram num Ceará coronelista, parte de um Brasil patriarcal em que as mulheres não tinham voz nem vez: precisavam da autorização dos pais ou dos maridos para viajar, ter conta em banco e trabalhar. Obviamente, não fugiram à regra e foram criadas para serem esposas e mães de família.
Foram bem sucedidas nessa empreitada; casaram jovens e ficaram grávidas 15 vezes, ao longo de duas décadas. Vovó Regina criou 11 filhos, duas mulheres e nove homens. E Vovó Arsênia criou 12, quatro mulheres e oito homens. Mas ambas, à sua maneira, subverteram o sistema.
Vovó Regina se tornou professora e compositora talentosa. É a autora do hino do bicentenário de Sobral, onde foi morar quando casou. Em 1972, foi a primeira mulher a receber o Título de Cidadã Sobralense. Em 1992, foi vencida pelo câncer. Em 2005, uma escola foi batizada com seu nome e, agora em 2022, passados 40 anos da sua morte, o Centro de Referência da Assistência Social Regina Justa Feijão acabou de ser inaugurado, ambos em Sobral.
Eu tinha 13 anos quando ela se foi, mas sua voz rouca e suas composições seguem vivas na minha memória. Até hoje, só precisamos de um cantinho e um violão para nos fazer felizes.
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Vovó Arsênia acaba de completar 100 anos. É filha de uma poetisa, Vovó Aracy, de quem minha mãe herdou o nome. Desde cedo, foi incentivada a desenvolver seu talento para as artes da costura e da cozinha. Usou seu conhecimento, por anos a fio, para ensinar outras mulheres a bordar e costurar enxovais, e sua experiência de mãe para orientá-las no cuidado dos seus lares e filhos, no Clube de Mães Quiterienses, fundado por sua mãe. Também foi, por três vezes, a primeira dama do município de Santa Quitéria.
Coleciono memórias da vida inteira com ela. No batizado da Luiza, assim como no da Julia, ela me prometeu que estaria aqui quando elas fizessem 15 anos. Promessa feita é promessa cumprida! A Luiza acabou de fazer 19 anos e a Julia fará 17 em breve!
Obrigada, vovós, minhas duas Marias! Sem vocês, eu não estaria aqui, contando essa história.
Eu sou a Neivia Justa, líder ativista corporativa, jornalista, empreendedora, mãe da Luiza e da Julia, influenciadora, professora, mentora, consultora e conectora de líderes de propósito, que pensam, se comunicam e agem de maneira consciente, responsável, inclusiva, diversa e inovadora, construindo, assim, um futuro sustentável para todas as pessoas, começando pelas mulheres.
Eng. Química/ Gerente de Contas/ Vendas técnicas / Petroquímico / Polímeros / Poliolefinas / REsinas e Embalagens
2 aQue lindo! Devemos mesmo aprender com essas mulheres vencedoras de seu tempo. Parabéns pela homenagem!!! Amei
CEO | Conselheira | CMO "de Coração" I FORBES Brasil TOP 10 CMOs 2023 I Mulheres Inspiradoras 2023 | Women to Watch 2020 Brasil
2 aLindas histórias de mulheres inspirados em seus tempos. Vc está honrando muito bem a sua ancestralidade.
Fundadora da Bertoro Design Acessórios e Diretora Criativa da marca VYX Ipanema
2 aParabéns cunhada agora entendo mais um pouco da sua força e perseverança! Com mulheres tão fortes na família vc não podia ser diferente! Obrigada por compartilhar sua história!!!🙏👏🏻👏🏻👏🏻😍
Sales Director at Hershey do Brasil
2 aHistórias que marcam momentos 👏🏻👏🏻👏🏻
Personal Organizer - Organização em Residencias, Empresas e Inclusiva.
2 aLinda história, nada melhor que eternizar nossas memórias , temos que cultivar histórias de família 🌹😘