A HISTÓRIA QUE VOU CONTAR HOJE, É DE INTERESSE DE UMA COMUNIDADE QUE PRECISA APRENDER A SE AMAR.

O Conjunto Industrial foi construído em 1979, dia 14 de novembro de 1979, alguns vieram conhecer e já com chave em mãos, dia 20 do mesmo mês fizeram suas mudanças, compondo-se de 1.275 casas para uma população de 5.294 habitantes, em terrenos de mesmas dimensões, dispostos em quadras, está situado no primeiro I Polo Industrial de Fortaleza , no município de Maracanaú, situa-se ao Sul com o Anel Viário, ao Norte com o município de Fortaleza,ao Leste com a CE.021 e ao Oeste com o terreno da REFFSA.

No início de moradia por não ter um espaço de lazer, as pessoas se encontravam na lagoa aqui existente, era o ponto de encontro dominical para banho na lagoa, um churrasco e escuta de um bom som, com troca de ideias, diversão e muita amizade.

Porém os esgotos domésticos foram ligados diretamente para o Córrego Acaracuzinho, e o sistema de galerias pluviais, daí teve início a poluição da lagoa e a consequente expulsão dos banhistas, com a ocupação desordenada foi aterrada parte da lagoa, prejudicando o ambiente e a saúde da população.

O verde urbano deveria ter mais expansão territorial por tratar-se de área encravada no polo industrial, com atmosfera carregada de gás carbônico, além de outros componentes indesejáveis, nota-se que a legislação não foi respeitada pela comunidade, e os orgãos competentes não aplicaram as punições cabíveis.

Em 2000, começava a preocupação dos moradores com o conjunto, os esgotos começaram a derramar em frentes as casas, é que a população aumentou de forma crescente, e agora não eram apenas os primeiros moradores, com o qual a ideia do conjunto foi feita, servir a mão de obra qualificada das industrias, mas muitos outros moradores.

A Associação de moradores começou com um abaixo assinado pedindo a drenagem e a urbanização da lagoa, que vinha sofrendo a cada dia a degradação, e no ano de 2002, num programa do município, denominado : Conversando com a Cidade, do então prefeito da época ; Júlio César, a comunidade presente na reunião do programa, escolheram dois representantes para articularem juntos com a população, na escolha de uma obra prioritária.

A escolha foi a urbanização da lagoa e do canal, os dois representantes escolhidos, foram porta a porta e juntos conseguiram reunir duzentas pessoas no segundo encontro, acontecido na Escola Estadual de Ensino Médio José de Borba Vasconcelos, onde seria escolhida a obra prioritária em prol de nosso bairro, houveram três pedidos, sendo o que prevaleceu por um número maior, que foi a construção de um polo de lazer, com urbanização e drenagem da lagoa e do canal ( Córrego Acaracuzinho ).

Era este um local que foi destinado a uma praça, porém no momento estava acumulando sujeira, onde a própria população colocava lixo no espaço, porém era o sonho de muitos, em transformá-la em uma bela praça, com árvores, bancos e um parque infantil, onde o sonho ainda continua.

Em 2003, foi iniciada a obra, começando pela praça, que logo sofreu descaracterização, pela falta de cuidados do poder público e dos próprios moradores, ficamos sem um espaço de lazer e meio de interação, pois a tão sonhada praça, voltou a servir para guardar lixo e mato, inclusive ponto de desordem, onde certas pessoas quebravam e até levavam os bancos.

Tínhamos ainda um problema de um matagal que distanciava a praça das escolas, José de Borba e Walmiki Sampaio, e sabemos que é preciso que as escolas se comuniquem com a praça, é preciso ter noção das funções que devem ser desempenhadas por cada um nos espaços da comunidade local.

Pois o desenvolvimento acontece com o envolvimento e a utilização do local, onde todos ajudam no cuidar, amar e preservar, naquela época a prefeitura até mandou a reforma da praça, consertou os bancos que sobraram, mas a drenagem do canal e da lagoa não aconteceu, e portanto também não aconteceu a urbanização da lagoa,essa obra ficou apenas na promessa de campanha política e do programa da prefeitura daquela época.

Um belo dia, escuta-se que o novo prefeito, Roberto Pessoa, fez uma promessa, a de que nossa lagoa do mingal seria finalmente urbanizada, até houve uma boa reforma com um calçadão, onde logo depois, as pedrinhas foram se arrancando e ficamos novamente no sonho.

Novo prefeito : Firmo Camurça, novamente uma reforma, até com aparelhos de academia e uma mesas com jogos, enfim a comunidade não cuidou, e alguns vândalos acabaram com tudo, mas a gestão também não cuidou.

Foram marcados vários abraços ao redor da lagoa, porém a a comunidade sempre participação, fica acomodada, pois acredita que somente a gestão política é responsável, onde ao mesmo tempo, essa comunidade fica desacreditada, pois foram tantos abraços e tanta promessas.

O ano é 2020, andam fazendo algumas reformas na lagoa, como a do calçadão, e no canal, também o calçadão, mas a drenagem e a urbanização da lagoa e do canal ainda esperam, o ano é de eleição, não queremos mais promessas, não queremos mais abraços, pois não adianta tão somente um abraço, mas nossa lagoa pede socorro.

A comunidade do Conjunto Industrial, pede socorro, pois o sonho da urbanização já dura pelo menos uns 41 anos, mas o conjunto como um todo, sofre, faltam muitas coisas, principalmente atenção, amor e cuidados, dia 14 de novembro estaremos de aniversário, fazendo 41 anos de existência.

Um dia antes das eleições, então ficaremos no esquecimento, pois que vai se preocupar com tal feito, se o momento pede atenção a conquista de votos, mas nós, que amamos nossa comunidade, e moramos aqui, vivemos o cotidiano das ações, estamos aqui para lembrar.

Como falei, o Conjunto Industrial encontra-se em uma área encravada no polo industrial, portanto faz-se necessário o verde urbano ganhando mais extensão territorial, e a lagoa do mingal, fica localizada entre o Conjunto Industrial e o Loteamento Esplanada do Mondubim, quando fiz a pesquisa, a poluição e o abandono era visível em um área de 15.819.62m, com perímetro de 749,83m, hoje não mais desse tamanho, visto muitas coisas que aconteceram.

O lixo ainda é colocado pela própria comunidade, e este disputa com os poucos peixes ainda existentes na lagoa, o espaço que um dia foi e serviu a tantos momentos de lazer.

E mesmo apesar da poluição, esses peixes que ainda sobrevivem, servem de alimentação para algumas famílias carentes, advindas de outras comunidades, o estado precário é preocupante, por isso é preciso que a comunidade tome consciência da real situação.

O lixo colocado no canal, facilita a proliferação de insetos, que afetam a saúde das pessoas, principalmente as que moram mais próximas do local, a comunidade deve ter consciência que ela mesma deve tomar conta dos espaços locais, pois a qualidade de vida da população depende dela mesma,

Reconhecendo os erros da gestão municipal para conosco, como também os nossos erros para com nossa comunidade, devemos nos unir para o desenvolvimento local, com o compromisso de cuidar, conserva, preservar e amar nossa comunidade.

Acreditando que o bem estar individual passa pelo estar coletivo, é que acreditamos que devemos incorporar nossa comunidade em nossas ações diária de cuidados, provocando caminhos e alternativas possíveis na construção de uma comunidade melhor e acolhedora.

Parabéns Conjunto Industrial, pelos seus 41 anos, e que venham mais, com muita luta e coragem para que sejas uma comunidade acolhedora, para os que ainda estão aqui desde que chegaram aqui, nem ainda havia se inaugurado, os que nasceram aqui e os que virão.

Maria Izolina Sousa do Nascimento

Agente de Desenvolvimento Social e Comunitário - Comunidade Local - Voluntária

4 a

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Maria Izolina Sousa do Nascimento

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