As histórias do Miami Open e do Mercado de Títulos de Crédito Privado no Brasil
🎾 Em meados de março começa o Miami Open 2024. Esse torneio incrível cuja história começou em 1985 e passou a ser patrocinado pelo Itaú em 2015 atrai mais de 380 mil fãs de tênis e é um dos maiores e mais importantes no circuito profissional feminino e masculino de tênis.
O primeiro Miami Open, em 1985, ocorreu em Delray Beach, na Laver’s International Tennis Resort. Para atrair jogadores e público, o torneio buscou por meio de pessoas a construção de uma combinação de seriedade e charme. As primeiras edições contaram com a coordenação de Alan Mills, que atuava como árbitro de Wimbledon e com a participação de Ted Tinling, famoso estilista de roupas de tênis na época. A premiação também era atrativa, de US$ 1,8 milhões, perdendo apenas para Wimbledon e US Open. Hoje, o torneio paga mais de US$ 13 milhões em prêmios.
Em 1986, o torneio foi movido para Boca West e em 1987 para Key Biscayne, onde foi jogado pelos 32 anos seguintes até 2019 no Crandon Park. Esse espaço sempre teve uma atmosfera incrível, mas foi perdendo atratividade ao longo do tempo pela falta de infraestrutura, o que ameaçou a relevância do torneio no circuito. Enquanto a família Matheson, que era dona do espaço, e o Miami-Dade County discordavam sobre a amplitude das reformas, Stephen M. Ross aproveitou a oportunidade. O empresário do setor imobiliário e dono do time de futebol americano Miami Dolphins se comprometeu com investimentos massivos nas adaptações da infraestrutura do Hard Rock Stadium para o tênis e conseguiu reinserir o Miami Open na lista dos torneios mais desejados do circuito, tanto pelos jogadores quanto para os fãs.
Desde 2019, o Hard Rock Stadium é o palco desse super torneio que este ano vai contar com 96 jogadores no masculino e 96 no feminino em 12 dias de jogos e ambientes incríveis.
📈 Em 2023, o mercado de títulos de crédito privados no Brasil atingiu mais de R$ 390 bilhões em novas emissões. Em 2002, quando defendi minha tese de mestrado na EAESP-FGV (“O Desenvolvimento do Mercado de Debêntures — avaliação do Caso Brasileiro”), esse mercado inteiro negociava R$ 38 bilhões. Apontei no estudo que a redução das taxas de juros e desenvolvimento do mercado secundário eram condições essenciais para a expansão desse mercado. Houve evoluções importantes nas duas frentes, mas nem no meu maior devaneio imaginei que, em pouco mais de 20 anos, mais de 10 vezes do volume do mercado poderia ser emitido anualmente.
Para entender melhor sobre a história mais recente da evolução do mercado de títulos privados no Brasil, conversei com a Vanessa Müller, CFP® , que atua no Private há 15 anos não só cobrindo, mas também desempenhando papel essencial no crescimento desse mercado, no qual o Itaú Private Bank tem liderança em market share.
Observamos que anos de redução do mercado, como 2019 e 2023, foram marcados por acontecimentos extremos, como o menor patamar de juros da história recente do Brasil (2% a.a.) e eventos de crédito raros como o caso do default das Lojas Americanas, respectivamente. Concluímos ainda que, além das condições que eu havia apontado em 2002, aspectos de incentivo regulatório também fizeram muita diferença, especialmente para investidores pessoa física.
Para entender melhor, é importante lembrarmos que quando o investidor investe em títulos de crédito privado ele(a) aceita um risco maior de perda do principal e uma liquidez menor do que quando investe em títulos públicos.
Em novembro de 1997, foram criados os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e a isenção de imposto de renda sobre sua remuneração, para investidores pessoas físicas, regulamentados em 2005 pela Lei nº 9.514. Os CRAs (Certificados de Recebíveis Agrários) foram regulamentados posteriormente e receberam também o benefício da isenção tributária para pessoas físicas em dezembro de 2004 (Lei nº 11.076 e Lei nº 11.033). Mais à frente, em junho de 2011, foram criadas as Debêntures Incentivadas (Lei 12.431), que viabilizaram emissões para financiar investimentos em infraestrutura no Brasil contando também com a isenção tributária para pessoas físicas.
O principal objetivo do governo com essas medidas foi incentivar os setores imobiliários, agrários e de infraestrutura, oferecendo fontes de financiamento mais baratas para as empresas desses setores aliadas a rendimentos mais atrativos para pessoas físicas. Nessas condições, a atratividade dos títulos de crédito privados para investidores individuais cresceu bastante em comparação aos títulos públicos, especialmente nas emissões que ofereciam proteção contra inflação acrescido de um juro real líquido de impostos.
Como resultado nasceu um novo mercado de títulos privados corporativos formado exclusivamente por emissões isentas, sendo elas CRIs, CRAs e Debêntures de Infraestrutura (enquadradas no artigo 2º da Lei 12.431), que atingiu a casa de R$ 1 trilhão em 2023.
Mais recentemente, em fevereiro de 2024, entrou em vigor a resolução 5.118 impondo restrições aos tipos de lastros elegíveis para emissões de CRIs e CRAs. Com essas medidas, o mercado espera uma redução nesse crescimento, mas ainda dentro de limites saudáveis em um mercado maduro e bem mais líquido especialmente depois que gestores de fundos também passaram a investir nesses títulos.
Recomendados pelo LinkedIn
🎾 📈
A atratividade do Miami Open para jogadores e fãs e dos Mercados de Títulos Privados para investidores no Brasil atualmente é inegável.
Cada um com suas histórias, marcadas por fase de investimentos para crescimento criaram, à sua maneira, o que cada um de seus participantes mais gostam:
🎾 No caso do Miami Open: condições excelentes para que tenistas e fãs vivenciem o melhor que o tênis pode oferecer.
📈 No caso do Mercado de Títulos Privados: mais alternativas para a busca de retorno com risco equilibrado para os investidores.
🎾 📈
O que dá mais orgulho é que o Itaú foi um player essencial na construção dessas duas histórias de sucesso.
Play!
Investment Associate | Itaú Private Bank
9 mTrabalho sensacional Andrea Masagão Moufarrege
Sócio da Tarpon
9 mSensacional!