Hoje é o seu Dia do Livro Também?
Tainara Cavalcante

Hoje é o seu Dia do Livro Também?


Há quase cem anos é comemorado o Dia Mundial do Livro e há exatos 24, a Unesco determinou que seria na data de hoje, 23 de abril. É um dia criado para incentivar a leitura, valorizar grandes autores e obras. No entanto, de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, o brasileiro lê 2,4 livros por ano. Se você fizer as contas, não chega nem a duas páginas por dia, considerando livros de 200 ou 300 páginas.

Há quem diga que a internet roubou todo o tempo disponível, ou há quem pense que esse “mau costume” é consequência de uma cultura e uma infância sem livros. Há aqueles até que entendem o gosto pela leitura como “um dom” ou uma “herança hereditária” (meu pai). Ele sempre diz que eu puxei o gosto pelos livros da minha avó, que vivia no universo literário. Eu lembro que ela gostava de ler tudo o que aparecia, livros em geral, a bíblia, panfletos, revistas, até bula de remédio ela não deixava de passar os olhos. Meu pai diz que o prazer pelos livros pulou uma geração.

Todos os três exemplos são apenas desculpas. Você está sempre lendo: mensagens do Whatsapp, uma notícia interessante, as postagens dos seus amigos no Facebook, uma descrição de uma foto no Instagram e até os artigos do Linkedin! A única coisa que (talvez) precise ser mudada é o direcionamento das suas “leituras”, que já são diárias. Ah, e claro, ler algo que te cative.

Lembro que o segundo livro que eu li na vida foi A Princesa e o Sapo, quando tinha uns dez anos, desde então não parei mais. (Não me pergunte do meu primeiro livro, não lembro o nome nem a história, mas só sei que tinha uma pegada asiática). Comecei a amar fantasias, distopias e utopias e cheguei até ao ponto de ler a saga inteira de Jogos Vorazes em uma semana, acordava de madrugada para saber como a Katniss iria vencer os jogos.

Depois desta fase, passei para os livros brasileiros, migrei para contos, crônicas, clássicos, amei intensamente Eça Queiroz, Monteiro Lobato, Fernando Veríssimo; assim como também Conan Doyle, Jayne Austen, Alexandre Dumas e Júlio Verne. Depois de tudo isso, cheguei aos livros de histórias reais. Acho que este foi um fator determinante para seguir o jornalismo.

 Depois que entrei na faculdade, não tinha muito tempo para ler, me distanciei um pouco da minha estante e a leitura virou uma obrigação. Acho que teria gostado muito mais da Revolução dos Bichos se não fosse obrigada a ler. Mas mesmo lendo menos do que estava acostumada, sempre tentava tirar um tempo para o meu prazer.

Não estou dizendo que você precisa determinar um horário, carregar um livro na bolsa para todo o canto ou até mesmo ler todos os dias, mas pense naquilo que seja mais fácil para mudar este hábito. Hoje há inúmeras opções para ler, como e-books, aplicativos para celular e até o livro “normal com páginas”.

Tente começar o hábito com livros rápidos e fáceis de entender. Outra dica que eu dou é: livros digitais, muito mais em conta! Já comprei grandes clássicos por 1,99. Muita gente é resistentes a esta opção, mas você se acostuma a ler em um celular. Já lê tanta coisa através do smartphone, por que não um livro?

Nunca foi tão fácil adquirir livros e tão também de carregá-los. Hoje você pode ler em um ônibus cheio, na espera da consulta, antes da aula, ou antes de dormir. A prática ajuda no melhor funcionamento do cérebro, aumentando as conexões neurais, estimula a criatividade, o vocabulário e o senso crítico. Ajuda até a ser mais empático! Não deixe que todos estes benefícios e o prazer da leitura para depois, comece agora!

Fontes: Plataforma Pró-Livro; Guia do Estudante.













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