Hoje falo de beleza…é dia para nos sentirmos mais bonitos?
Bonito ou comum?
A Dove tem contribuído, com inúmeras campanhas, para alertar para a escravidão de muitas mulheres, e cada vez mais homens, para um ideal de beleza inexistente e para uma autoimagem individual muito desajustada da realidade.
Há dias que o vídeo seguinte está nas redes sociais. Colocaram dois cartazes sobre duas portas, lado a lado. Um dizia “bonita” e o outro “comum”. Umas mulheres passavam por uma das portas e outras pela outra. Algumas, depois dessa escolha, foram entrevistadas. Vale a pena ver o vídeo.
A magia da indústria de beleza: o que parece não é
Somos todos os dias bombardados com inúmeras imagens de homens e mulheres perfeitos, que levam a que muitos se sintam desadequados. A indústria da cosmética e da moda envolve bilhões. A loucura nos ginásios e pela linha perfeita leva muitos a investirem tempo e dinheiro que não estão dispostos a gastar noutras coisas.
Principalmente nalguns meios, o aspeto que tem e o que veste, abrem e fecham portas. Ai da mulher que não andar de saltos altos, mesmo que isso ponha em causa o seu conforto e capacidade de produzir resultados.
O mais assustador é que muita gente não percebe que os exemplos de mulheres e homens perfeitos das revistas são enganadores. Hoje em dia, não só a cosmética como também a magia do Photoshop transforma qualquer pessoa em alguém que tem todos os traços esperados da beleza (é assustadora a transformação que o Photoshop pode fazer como pode observar nos vídeos seguintes).
Sou como penso que sou?
Tudo isto leva a uma imagem desajustada de quem somos como tão bem o seguinte vídeo espelha. Neste vídeo, a Dove pede a mulheres que se descrevam para que um desenhador, que não as vê, crie o seu retrato (desenhadores que fazem retratos de criminosos com base na descrição de testemunhas). Depois pedem a alguém que acabou de conhecer essa mulher que faça também a descrição. Os retratos são comparados e é muito bonito ver a reação das retratadas.
As etiquetas
No outro dia ouvia alguém a aconselhar os outros a fazerem exercício para não ficarem sentados na praia “com vergonha”. Pelos vistos a “vergonha estética” é muito mais poderosa do que a “vergonha” de não tratar do que se tem mais precioso: o nosso corpo e a nossa saúde e também a nossa felicidade.
Voltando ao vídeo das portas, pergunto, não qual das portas escolheria mas como se sentiria depois de passar por cada uma delas. É só uma porta mas revela a etiqueta que colámos em nós. E quem coloca a etiqueta? Será que não passamos pela porta “bonita” porque temos medo do que os outros vão pensar por acharmos que somos bonitos? Ou nem se quer nos permitimos a isso porque a voz dentro da nossa cabeça vai criticar a decisão?
E tudo isso terá impacto no modo como nos movemos, posicionamos, brilhamos e somos percecionados pelos outros. E talvez a beleza seja simplesmente a autoconfiança aplicada ao nosso rosto e ao nosso corpo.
Amanhã quando sair de casa note que por cima da porta da sua casa diz “bonita”. Tenha um bom dia!
A beleza de uma mulher não está na expressão facial, mas a verdadeira beleza de uma mulher está refletida em sua alma. Está no carinho que ela amorosamente dá, na paixão que ela demonstra. A beleza de uma mulher cresce com o passar dos anos.
Audrey Hepburn