Home Office - ou aprendemos pelo amor ou pela dor.

Home Office - ou aprendemos pelo amor ou pela dor.

Há anos que se fala no famigerado home office. Sou de uma época (nem tão distante assim) em que a web engatinhava e não era o mundo digital aumentado e multifacetado que é hoje. Então a justificativa era que “os processos corporativos” ficavam prejudicados e nem tudo era possível resolver remotamente. Não se conseguia realizar reuniões muito produtivas, pois o Skype de 2003 (ano em que foi criado) era bem diferente do que é hoje e outras ferramentas de web conference eram caras e trabalhosas. Os laptops dependiam ou de cabos de rede ou de plaquinhas de modem com aquelas anteninhas - e era uma briga conseguir uma conexão estável.

Ocorre que isso tudo caiu por terra e deslocar-se foi ficando cada vez mais caro e improdutivo. Ao longo dos anos, somavam-se a isso questões ligadas ao fato de que a pessoa “não desliga”, o que incorreria em abusos trabalhistas e tudo o mais. Também uma verdade até certo ponto e a permeabilidade das redes sociais na vida das pessoas foi tornando cada vez mais difícil separar onde fica o mundo virtual do trabalho e o “outro mundo”, se é que ele existe.

A questão mais subterrânea está na clareza de objetivos e na confiança com que lidamos com nossos parceiros, funcionários, chefes ou seja lá qual seja o modelo estrutural com o que trabalhamos. Se tudo é claro numa relação, qual o motivo de organizações ainda temerem o home office?

Pois precisou um Corona Vírus se apresentar e forçar uma guinada no que possa estar mal resolvido nesse tema. Vale aquela máxima que sempre ouvi dos “Mestres Yoda” que encontrei ao longo da minha caminhada. Tudo gira e voltamos sempre ao mesmo ponto: “A humanidade vai aprender no amor ou na dor, ela escolhe”. A humanidade somos nós, somos eu, você e todo mundo. Ou aprendemos ou aprendemos. É o pragmatismo darwiniano pondo uma pá de cal nas crenças e meias soluções sobre o assunto.

Invista tempo e energia em boas contratações, não contrate apenas pelo bonito currículo ou por indicações superficiais ou mal explicadas. Mas, feito isso, a batalha não está ganha. Invista em criar relações claras, mensagens focadas e inequívocas engajando colegas, funcionários e chefes. Crie redes de confiança saudáveis e jamais vai precisar se preocupar em saber se seu funcionário ou colega está mesmo trabalhando quando está em casa. Isso pertence à um passado pré-histórico que, ao que parece, de pandemia em pandemia, vamos enterrando. Se não for pelo amor, será mesmo na DOR. Que assim seja.   


Claudio Moura do Nascimento

Consultor Institucional/ SNC/ Oncologia/ Doenças Raras; Acessoao Mercado; Propagandista Médico / Representante Farmacêutico

4 a

Muito boa reflexão! Sensata, realista e muito atual. Parabéns, meu amigo.

Patricia Candido

CONSULTOR CARDIOLOGIA E DIABETES, ONCOLOGIA E HEMATOLOGIA, HOSPITALAR, IMUNOLOGIA, DOENÇAS RARAS, DOR, SAÚDE FEMININA, MEDICAMENTOS DE ALTO CUSTO, Rio de Janeiro-RJ

4 a

Excelente reflexão, Daniel Souza !

Euber Lisboa

Mentor de Carreira na Indústria Farmacêutica | Palestrante e Treinador

4 a

Daniel Souza excelente artigo. Parabéns 👏👍👏 Infelizmente ainda vejo muitas contratações sendo feitas apenas pelo currículo. Apesar da frase "Contrata-se pelas competências técnicas e demitem pelos comportamentos." Na prática isso continua acontecendo. Precisamos dar mais ênfase as soft skills pois elas são o complemento necessário para a melhor performance

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