A hora de SER HUMANO

Se tem uma coisa que eu gosto é de ver gente falando com gente como gente. Não sei se deu pra entender, mas sabe aquela situação em que independentemente da hierarquia e do cargo, as pessoas conseguem se olhar nos olhos e criar acordos de performance que perduram no tempo porque se baseiam no respeito e na confiança?

Estamos vivendo um tempo em que é preciso cada vez mais construir esses acordos humanos, muito além dos sistemas e dos números. Em meio à pandemia, que nos jogou nas cordas e nos forçou a buscar ajuda de todos os lados, muito tem se falado na tecnologia, em como soluções tecnológicas simples estão sendo de grande ajuda a dar continuidade ao trabalho. E isso é muito relevante.

Faz alguns dias que participei de uma live sobre EAD e falei exatamente sobre isso, de como a EAD, por exemplo, saiu das sombras da desconfiança e despontou com uma "salvação" para os processos de treinamento.

Entretanto, o que muitas pessoas, em meio a tantas demandas, não percebem, é o que essas tecnologias todas estão descortinando. Existe um universo de gente por trás dos crachás, dos títulos, daquela imagem que se constrói dentro da empresa.

Numa das minhas incursões pelos congressos virtuais e meetings para falar de EAD ou mesmo reuniões de trabalho, o que mais tenho visto é gente, real, com mestrado e pós doc em resolver pepinos, gerenciamento de crises domésticas... enquanto a gente conversa, o filho chora, o cachorro late, a obra no vizinho entra no zoom com uma máquina barulhenta, o interfone toca, o papagaio imita o Silvio Santos.... e por aí vai!

Sabe o que eu estou tirando de lição de tudo isso? Que daqui pra frente, teremos um outro olhar para o nosso colega de trabalho, para o nosso cliente, nosso fornecedor. É imperativo que o nosso olhar treinando pelas teorias da adminstração, do RH, das finanças e tantas mais dê lugar ao olhar da sensibilidade. Muitas pessoas não voltarão mais a trabalhar 100% juntas presencialmente.

Alguns terão um regime híbrido, com 3 dias em trabalho de casa e 2 na empresa ou vice versa. E já tem muitos casos em que toda a empresa vai seguir com toda a força de trabalho em home office. Então, minha gente, daqui pra frente, a gente vai ver muita criança chorando sim, muito cachorro latindo sim e quer saber? eu acho que esse componente da imprevisibilidade da vida real nos enriquece.

E para os líderes de equipes, o recado é claro. Ninguém quer que vocês deixem de estabelecer metas, cobrar resultados, produtividade... não. O que se espera de vocês agora é que, com toda essa roupagem diferente do trabalho, vocês sejam importantes vetores da sensibilidade necessária para transformar muitas vidas. Se antes já se falava que a liderança pelo exemplo era um dos melhores modelos de gerenciamento de pessoas, agora a liderança pela sensibilidade, pelo olhar mais humano é o que vai ganhar terreno, admiração, engajamento.

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