Hora do Martírio
Começa, neste sábado, primeiro de setembro, as sessões da manhã, tarde e noite, nas televisões e rádios, os programas de venda dos candidatos às eleições deste ano.
Eis uma questão que alia mercadologia e as imagens e posições políticas de candidatos às eleições.
Onde deveríamos ter comunicação de interesse público, temos marketing político dos candidatos.
É o que significa o processo de divulgação das ideias, propostas e comportamento dos pretensos políticos.
Transformar esperanças, direitos, garantias e o próprio futuro da nação e dos estados em mercadorias, é a hora da forca, do martírio.
Onde haveria de estar as discussões e proposições de políticas públicas, estão a mercantilização dos sentimentos da população, com candidatos bem penteados, mangas arregaçadas, beijos e abraços bem apertados, nos eleitores. O sorriso estampado nas faces dos candidatos e candidatas, dão o tom da mal fadada exposição de ideias, ao invés de uma comunicação que discuta e eleja as prioridades necessárias às consecuções e formulações de planos de ação política capaz de atingirem as necessidades básicas da sociedade.
Quando situação, os programas ressaltam os feitos políticos como se fossem resultado de um tremendo esforço e diferenciação dos demais candidatos.
“Eu fiz, eu vou continuar fazendo, e sempre me apoiarei nas resoluções dos problemas mais graves da nossa população”, é o que se escuta nas propagandas eleitoreiras. Nunca os candidatos patrocinam a sua obrigação e o dever de gerirem ou legislarem os destinos das comunidades, sobretudo, das mais carentes de consciência política.
Todos se apresentam como o salvador da pátria, através dos belíssimos programas de tv e rádio. Afora os recadinhos nas redes sociais, diga-se de passagem, a coqueluche do momento, em mercantilização das propostas que deveriam ser politização.
Talvez merecesse uma reavaliação no modelo de nossa comunicação.
Politização vem com conscientização, e não com mercantilização. Conscientização é alcançada com a comunicação pública, de interesse público.
Uma comunicação que mostre e demonstre as causas e não os efeitos dos feitos gloriosos dos políticos com o nosso “suadinho dinheirinho”, é um tema a ser levado a baila no Congresso Nacional.
Confundir alhos com bugalhos, eis a competência do marketing político.
Sempre escutamos; “Enquanto existir os analfabetos, não sairemos nunca desse estágio letárgico da democracia”. Os “analfas” botam tudo a perder.
Ora, por que os doutores e mestres, deste país, não conseguem exterminar essa praga, como se fala em alto e bom som?
Mercantilizar os sonhos de uma nação não é o problema. O problema dessa nação, sempre recai nos Índios, nos trabalhadores, nas massas, e nos tão volumosos analfabetos.
Somos uma das poucas nações, em que os hipossuficientes dão causa as mazelas desse país.
Deus continue nos protegendo do mercantilismo político, para nos livrar dessas degradantes horas de martírio.