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A industrialização teve um impulso essencial no final do século 18 com a introdução do equipamento mecânico de manufatura, revolucionando a forma de produção com a introdução da energia da água e do vapor nas fábricas. A segunda revolução ocorreu tendo a eletricidade como fonte principal de energia no início do século 20, envolvendo a produção em massa com base na Divisão do Trabalho. No início dos anos 1970 surgiu a terceira revolução industrial até os dias de hoje, com emprego da eletrônica e da Tecnologia da Informação (TI) na automação da produção (KAGERMANN et al, 2013).

Atualmente a internet das coisas e dos serviços está mostrando possibilidades industriais que se revelam como a Quarta Revolução Industrial, também conhecida como Indústria 4.0.

As fábricas inteligentes (smart factories) empregam uma nova proposta de produção conectando máquinas, armazéns, e o negócio como um todo interligado, formando Sistemas Cyber Físicos (CPS). Com isso, a Indústria 4.0 tende a possibilitar o atendimento dos requisitos de cliente individual de forma rentável, otimizando as decisões de última hora e aumentando a flexibilidade de resposta. Isto resulta em uma nova forma de criar valor e em um novo modelo de negócio (KAGERMANN et al, 2013).

Em 2016, a quarta revolução industrial foi escolhida como tema para o fórum econômico mundial, liderado pelo seu presidente Klaus Schwab, com o intuito de nivelar e discutir os impactos desta na economia global. Foi tema a preocupação quanto ao direcionamento que a humanidade dará à esta revolução. Como toda revolução, esta tende a trazer benefícios e perdas.

Cabem aos gestores, sejam eles técnicos, políticos e sociais, o devido direcionamento desta ruptura de conceitos e métodos para que se maximizem os benefícios e se minimizem os impactos negativos, fazendo com que a revolução seja bem usufruída por toda humanidade.

Isto explica a atitude necessária para alavancar os resultados benéficos perante aos acontecimentos. As três revoluções anteriores foram diagnosticadas após terem se consolidado, com mais tempo para instituições, governos, empresas e sociedade se adaptarem. E ainda assim, apesar de trazerem ganhos de produtividade e barateamentos de produtos e serviços, tiveram seus impactos negativos em termos de cortes e extinções de empregos ao mesmo tempo que se criaram novas exigências e qualificações necessárias para os novos empregados.

A Indústria 4.0 já está transformando o mundo, com ações estratégicas nos países industrializados, na busca contínua da produtividade e da competitividade. No Brasil esta transformação ainda não é percebida como nos países como Alemanha, EUA, China, Japão e Coréia do Sul entre outros.

Os fatores que guiarão esta revolução no Brasil são a evolução tecnológica em todos os setores e a integração da produção com novos sistemas de negócio adaptados às nossas realidades (FIRJAN, 2016).

Neste mesmo sentido, o Sistema Toyota de Produção, define que a Engenharia de Produção Lucrativa (Mureku) - redução dos gastos e potencialização dos lucros (OHNO, 1997), deve levar em consideração o contexto em que a empresa se insere e as condições ambientais existentes como demanda, capacidade e distribuição de custos entre outros, trabalhando assim com projetos de sistemas de produção distintos de acordo com a realidade encontrada. Dentro de um contexto global existem diferenças consideráveis entre as condições competitivas enfrentadas pelas empresas de diferentes países. Fatores externos a empresa, associados ao ambiente econômico e institucional são essenciais para constituir uma estratégia competitiva como a escala e diversidade de produção e seus custos relativos (ANTUNES et al, 2008).

No atual momento econômico-financeiro do Brasil, a Indústria 4.0 surge como um alavancador de potenciais soluções para melhoria da produtividade e competitividade com base na evolução da alta tecnologia. Mas é necessário pensar e projetar soluções com viés de análise crítica da ótica da viabilidade técnico-econômica, tendo como pano de fundo o real contexto do ambiente local. Isto se torna mais evidente quando se trata de ambientes fabris já constituídos e em plena produção, em locais com fatores de produção diferentes dos países mais industrializados.

E é neste contexto que os conceitos da Indústria 4.0 necessitam ser moldados com a finalidade de obter os melhores resultados, localizando a tecnologia de maneira eficaz, dado a combinação da utilização dos diferentes fatores de produção.

Um adequado esquema processual de implementação da Indústria 4.0, seria por meio da evolução incremental ao longo do tempo. Em cada passo, elaborando uma análise crítica do retorno esperado frente ao investimento tecnológico, dado os fatores ambientais da realidade industrial abordada. O caminho então inicia com as transformações que trazem os maiores retornos sobre investimento e vai seguindo até o ponto limite em que o retorno sobre o investimento é muito pequeno ou nulo, evidenciando o melhor estado de evolução possível - estado de Indústria 4.0 localizada - adequado à realidade econômico-financeira em que está inserida.

Este é o tema de minha dissertação de Mestrado, que está em pleno desenvolvimento através do método de Design Science Research, com o intuíto de desenvolver um artefato metodológico para implementação da Indústria 4.0, levando-se em conta os fatores econômicos e financeiros locais.

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