Identifique o início e entenderá o futuro
Você pode até planejar um futuro melhor. Pode almejar fazer a diferença, e mais, fazer diferente. Mas a melhor dica para se ver o futuro é olhar para os jovens de hoje.
A gente costuma fazer notas e metas para o ano que entra e vai chegando o meio do ano e vamos vendo que nem sempre mais uma volta da terra em torno do sol muda as coisas. O planeta e o universo não estão muito aí para o calendário gregoriano. Mas a gente gosta mesmo é de um marco, de uma segunda-feira ou de um primeiro de janeiro. É sempre mais cheio de expectativas e mudanças, mesmo que o ano prenuncie ainda cheio de dúvidas. E acredito que não foi diferente para você na virada de 2020 para 2021. Começou com um sentimento diferente, mas se a gente for observar, as atitudes vem sendo as mesmas há muito tempo.
Antecipar tendências é um jogo que costuma favorecer os pessimistas. Além de render cliques e comentários indignados em redes sociais, cenários exclusivamente catastróficos ajudam a diminuir a margem de erro das previsões. Se tudo der errado, eu avisei. Se tudo der certo, é porque vocês escutaram meus alertas. São os tais profetas do passado. A verdade é que apontar possibilidades e cenários desejáveis é sempre mais complexo: trata-se de um caminho que passa por apontar (e ajudar a abrir) os caminhos que nos levarão até lá.
Se o ano passado nos ensinou alguma coisa, é que precisamos começar a pensar mais em construções de longo prazo. Muitos dos movimentos que hoje despontam como tendências já existem há mais de 10 ou 20 anos. Precisamos olhar mais para países que estão à nossa frente. Em todos os âmbitos.
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A beleza da coisa é saber identificar esses inícios. Pois o futuro, como bem disse o mestre da ficção científica William Gibson, já está por aí, apenas não foi distribuído. Por isso, precisamos olhar muito além de 2021 para pensar onde vamos investir nossa energia e nossos recursos daqui para frente.
Quer saber mais sobre o que vai realmente mudar o mundo nas próximas décadas? Prestar mais atenção nas crianças ao seu redor pode ser um bom começo. Tente cultivar um interesse genuíno sobre o que seu sobrinho, sua filha, seu enteado ou sua afilhada estão assistindo, ouvindo e fazendo. Aquele grupo esquisito de k-pop. Aquele aplicativo chinês que você baixou, mas não entende direito para que serve. Aquele vídeo que tem mais de 100 milhões de views de alguém que você nunca ouviu falar. Pois é. São essas as referências culturais e tecnológicas que estão formando as bases dos verdadeiros profissionais do futuro. Onde isso vai dar? Daqui a 20 anos me chame e conversamos de novo.