Identifique-se, por favor.
Qual o limite entre a sua identidade e a empresa em que você trabalha? Até onde você consegue se identificar sem envolver a empresa em que trabalha ou a atividade profissional que você exerce?
Bom, geralmente não costumo iniciar meus textos com perguntas e sim com uma citação ou com um parágrafo introdutório ao tema, mas nesse caso em especial quis começar assim, pelo único motivo de que esse é um questionamento válido em nossa vida. A nossa identidade, quem somos como indivíduos nesse mundo em que se valoriza tanto o singular, aquele que se destaca, um mundo onde ninguém mais quer ser o zagueiro e sim o atacante, o centro das atenções e não o apoiador.
As vezes temos dificuldade em dar uma introdução sobre quem somos, por que também temos um certo bloqueio para nos definirmos, nos definirmos com a sinceridade necessária entre o eu que todos conhecem e o eu que conheço. A filosofia claro, não poderia ficar alheia a esse tipo de pensamento, nessa busca por uma identidade a filosofia traçou algumas linhas de pensamento com praticamente todos os filósofos mais conhecidos, como Platão, Agostinho de Hipona, Spinoza, Kant, para citar apenas alguns, mas tem uma que eu particularmente acho que exprime de uma maneira que eu gosto muito essa questão da identidade apartada, ou seja o eu por eu mesmo, sem acessórios nessa definição, esse seria a linha de pensamento de Baruch Spinoza (1632-1677), ele nos fala sobre o conceito do Afeto, onde se indica um estado da alma, a maneira como somos afetados pode aumentar ou diminuir a nossa vontade de agir. E é dele a citação “Todo ser é potência e a potencialidade de cada um se desenvolve na relação.” E agora numa reviravolta textual, volto a apresentar as perguntas do primeiro parágrafo, pois era aqui que queria chegar, se a nossa potência se desenvolve na relação, qual é o nível de relação que você tem com a empresa que trabalha ou com a função que exerce? Essa relação faz a sua potência aumentar ou diminuir? Como ela te afeta?
As vezes precisamos desenvolver um senso de conhecimento próprio para que possamos entender a relação que temos com a empresa, com a atividade e até mesmo com quem nos cerca no ambiente de trabalho, honestidade é fundamental para saber se estou doando mais do que recebendo, ou contrário, será que essa relação vitimizada entre o funcionário e o patrão está sempre presente? Sei que estou deixando muitas perguntas nesse texto, muitas interrogações sem respostas, mas a intenção é justamente essa, eu não sei responder a respeito da sua identidade, da sua verdadeira identidade, isso é algo que deve ser granjeado por cada um.
Será que essa identidade que temos com o nosso trabalho nos potencializa? Ou nos apequena? É apenas uma forma de esconder o que não achamos verdadeiramente digno de se revelar, por medo ou por simples ato de timidez.
Assim como o jovem Spinoza trazia dentro de si muitas incertezas, nós também não somos diferentes, temos as nossas angustias e incertezas e é através de toda essa bagagem emocional que construímos a nossa identidade, tão questionada aqui, por isso sempre se lembre que o caminho entre a primeira inspiração e a última expiração, precisa ter valido à pena, a construção da identidade durante a nossa vida tem que ter mais do que simples parágrafos introdutórios, deve ter o desenvolvimento completo do texto dessa vida, da nossa vida. Não acredito em identidade definitiva, mas sim em uma identidade que passa por mudanças em seus afetos, em suas escolhas, acredito, como diria o poeta Raul Seixas, “nessa metamorfose ambulante.”
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4 aAdorei!
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4 aBom amigo Bento Flávio Rodrigues Sucesso sempre! Richard Heiras