Ih! Clonaram meu WhatsApp!

Assim como nós, os criminosos também estão passando por uma #transformacaodigital.

Há alguns anos, eles nos abordavam no estacionamento do supermercado para nos sequestrar e realizar saques nos caixas eletrônicos.

Depois, eles começaram a fazer ligações, dizendo que estavam com algum parente nosso.

Agora, estão capturando nossos dados, por distintos canais, e mandando mensagem à todos os nossos contatos em agenda, pedindo dinheiro emprestado para alguma emergência.

O que tudo isso tem em comum? Estamos em um cenário de amplo desemprego e, certamente, temos alguém que está em dificuldade financeira e, com isso, somos pegos por termos os dedos mais rápidos que nosso cérebro (grato pelo ensinamento, @Otto Stoeterau), e, por isso, respondemos à tudo muito rapidamente, sem raciocinar nem nada.

Essa semana um amigo me chamou, pois ele e sua esposa foram as vítimas da vez. Ambos receberam uma ligação, onde o criminoso se passou por representante de uma famosa cadeia de restaurantes (que eu gosto muito, diga-se de passagem), e disseram que eles foram contemplados com um jantar e que, para "ativar" a promoção, tinham que dizer qual era a senha recebida por mensagem. A tal senha viria por SMS e seria composta de 6 dígitos... Qual o resultado? WhatsApp ativado no celular dos criminosos em segundos.

A sorte é que, pelo círculo de amigos deste casal, os pedidos de dinheiro que os criminosos faziam não fazia sentido algum e alguns deles ligaram (sim, os celulares ainda fazem chamadas de voz) para confirmar... Resultado: Um dos WhatsApp ficou bloqueado por alguns dias, por causa do Duplo Fator de Autenticação previamente ativado (ufa!).

Como não ser mais uma vítima?

-     Primeiramente não podemos confiar no que recebemos como “vantagem”. Alguma razão há por trás disso e, certamente, não é em nosso favor! Te ligaram para oferecer alguma coisa muito boa? Diga que vai retornar para confirmar e ligue para o telefone da empresa que está no site oficial da empresa envolvida. Eles também são vítimas!

-     Recebeu uma ligação pedindo um código/senha que está em uma mensagem de texto? Abra a mensagem e leia todo o conteúdo dela antes de compartilhar.

-     Usar credenciais diferentes para diferentes serviços online: Combinação de usuário e senha ainda é o meio de acesso mais comum, por isso, use senhas diferentes para os serviços. Tá com preguiça de lembrar as diferentes senhas? Use um cofre de senhas .

-     O serviço online tem duplo fator de autenticação? Ative! Sempre bom ter uma camada a mais de proteção.

-     Ao usarmos qualquer serviço on-line, assegurar que nossas informações estejam devidamente protegidas – mesmo que por uma política de privacidade – de acordo com a LGPD (Lei 13.709/2018). Para isso? Vamos ler um pouco de documento?

Foi vítima? O que fazer?

-     Registre um Boletim de Ocorrência através do site da Polícia Civil de seu Estado. Se algum amigo repassou dinheiro, ele repassou à alguma conta (sim, sim, na maioria esmagadora das vezes, para conta de laranjas)... Dá para rastrear por meio de investigação. Não esqueça de acionar seu advogado ;)

-     Solicite a reativação de sua conta no WhatsApp, para isso, desinstale e reinstale o WhatsApp em seu smartphone. Se a verificação em duas etapas (duplo fator de autenticação) foi ativado e você não tem a senha (PIN), informe o e-mail cadastrado e espere até 7 dias para reativar sua conta em seu aparelho novamente;

-     Ative, novamente a autenticação em duas etapas! Assim, da próxima vez, o criminoso terá um pouco mais de dificuldade em acessar sua conta!