Imóveis de luxo movimentam mercado imobiliário com aumento de 40% na Capital

Imóveis de luxo movimentam mercado imobiliário com aumento de 40% na Capital

O mercado imobiliário de alto padrão teve um aumento de 40% na Grande Cuiabá no último ano, em comparação a 2019. Na contramão da economia de todo o país, este setor se mostrou superaquecido desde o início da pandemia. Até o momento, foram contabilizados cerca de R$ 3,2 bilhões em vendas de empreendimentos durante este período.

Seja apartamentos com mais de 200 m², casas em bairros nobres ou em condomínios de luxo, a compra e venda destes imóveis têm chamado a atenção dos investidores. A avaliação é que este movimento seja resultado do risco elevado da aplicação variável, além da baixa expectativa sobre a recuperação rápida da economia.

“Quem estava em dúvida, decidiu investir rápido”, disse o consultor e pós graduado em direito imobiliário, Reginaldo Miranda. Para o “Personal Broker” (termo em inglês destinado a consultores de imóveis de alto padrão), além de melhorar a qualidade de vida, a aquisição é um tiro certeiro para quem não quer perder tempo e nem dinheiro.

“Antes o cliente tinha um perfil que não sabia bem o que queria, pois existiam outras formas ainda seguras de investimento. Hoje ele está mais assertivo. Quem tinha dinheiro no banco, migrou para o investimento em imóveis. Assim, o dinheiro dele está mais garantido”, disse o executivo, considerado um dos mais renomados e experientes do Estado.

A decisão por este tipo de investimento é resultado de alguns fatores importantes. Mesmo com as incertezas em relação ao cenário econômico, a renda fixa se tornou pouco atrativa Isso devido aos baixos níveis da taxa Selic (consideradas as menores da história). Por isso, o mercado imobiliário ganhou espaço nos planos de investidores.

A exemplo disso está o engenheiro agrônomo Antônio Luiz. Com o perfil mais conservador, para ele o investimento em imóveis sempre foi algo seguro, independente do cenário econômico. Ele, que durante a pandemia adquiriu uma casa e um terreno em dois condomínios diferentes e de alto padrão, descarta outras formas de aplicação.

“A construção civil não está parada e continua boa. Por isso, continuei investindo. Compro terreno para construir uma nova casa e vendo em seguida por um bom valor. Eu sempre tive este perfil, gosto de fazer isso pois é algo palpável, que só tenho a ganhar”, destacou ele, que está prestes a vender a atual casa onde vive. “Quis mudar para uma maior”.

Supervalorização de renda

Mais de 9 mil imóveis foram movimentados em Cuiabá no último ano, segundo o levantamento do Sindicato da Habitação de Mato Grosso (SECOVI-MT). E não pense que os valores estão abaixo do mercado. De acordo com o presidente do mesmo órgão, Marco Pessoz, houve uma supervalorização do setor.

“Com a chegada do Coronavírus, o que estava em uma certa expansão, teve um aumento espetacular. Lotes chegaram a sofrer 100% de valorização e mesmo assim, o mercado se manteve aquecido”, disse o representante que também destacou algumas facilidades na compra. “Há condomínios que oferecem taxa zero e isso facilita a negociação”, completa.

Apesar do superaquecimento e valorização do setor, esta realidade está com os dias contados também. A previsão é que o mercado esfrie nos próximos meses devido a quantidade limitada de pessoas com este padrão de vida. “Pode haver um reajuste desse perfil, e o cenário pode mudar. Mas isso, devido ao limite de pessoas”, frisou.

Mais espaço e liberdade

Outro ponto motivador para a aquisição de novos imóveis está na atual realidade na pandemia. Pessoas buscam lugares seguros e com espaços amplos, tanto para o home office como para os filhos brincarem. Além disso, novos empreendimentos oferecem alternativas diferentes e mais requintadas de lazer.

“As opções de lazer destes condomínios são comparados a de um clube aquático. Tem alguns que estão para sair, com opções de adega individual na parte de baixo do condomínio e também dentro do apartamento. Algo de super bom gosto”, revela o Personal Broker, Reginaldo Miranda.

Embora sejam apartamentos, Miranda afirma que todos oferecem um amplo espaço aos moradores. Sem contar na boa localização. “Regiões como no Goiabeiras, Jardim das Américas, Santa Rosa, todas que possuem o metro quadrado mais caro da cidade, tem apartamentos de 200 m² em média. Espaço amplo como em uma casa”, ressalta.

Mas dentre os imóveis mais procurados da Capital, estão os condomínios horizontais de alto padrão. Mais afastados do centro, estes espaços se destacam entre os compradores que buscam fugir das mazelas da pandemia.

“Com espaços maiores, dá para trabalhar de forma mais tranquila em home office. Fazer caminhadas, passeios com o pet e deixar os filhos brincarem mais livremente. Algo que, sem dúvida, não vai haver com tanta qualidade em outros lugares”, opina o especialista.

Com a média mínima de 420 m² por terreno, estes condomínios de luxo também não economizam na hora de diversificar opções de lazer. Apesar de serem mais afastados, boa parte deles oferecem bons comércios nas redondezas. E estes pontos, conforme Miranda, são fatores decisivos na hora de fechar contrato com os clientes.

“São imóveis em áreas nobres e planejadas, com largas avenidas, ciclovias, verde, cercada e fomentada de bons comércios, como supermercados, farmácias, e boas escolas particulares. O alto padrão oferece uma qualidade de vida superior, que outros padrões não conseguem oferecer. Por isso há uma grande procura, pois é possível aproveitar tudo aquilo que foi investido”, finaliza.

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