Impactos do Calor e dos Consertos nos Pneus

Os pneus representam um dos principais custos no transporte e, por isso, merecem controles rígidos ao longo de sua vida útil, a não observância desses controles pode comprometer o rendimento esperado, o número de recapagens e, consequentemente, a rentabilidade do equipamento, entre os fatores que contribuem para a inutilização dos pneus, destacam-se o calor e os consertos, ambos capazes de causar danos irreversíveis à carcaça, necessitando-se assim da reposição por um pneu novo, com custo vezes maior que a recapagem.

Os impactos que o calor e os consertos inadequados causam aos pneus têm implicações significativas para o ESG (Environmental, Social, and Governance) e as 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, o ressecamento da borracha devido ao calor reduz a vida útil dos pneus, resultando em um aumento no descarte de pneus e, consequentemente, na geração de resíduos sólidos, impactando diretamente o ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis). Além disso, a necessidade de substituições frequentes de pneus aumenta a demanda por recursos naturais, como borracha e petróleo, exacerbando a exploração de recursos naturais e afetando o ODS 15 (Vida Terrestre). Consertos mal feitos, por sua vez, diminuem a resistência da carcaça dos pneus, levando a um aumento na frequência de acidentes e falhas, o que compromete a segurança nas estradas e impacta o ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), a gestão inadequada dos pneus também pode afetar o ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima), pois a produção e o descarte de pneus contribuem para a emissão de gases de efeito estufa, portanto, a adoção de práticas de manutenção adequadas e a escolha consciente de pneus são essenciais para mitigar esses impactos, promovendo um transporte mais sustentável e alinhado com os princípios do ESG e os objetivos da ONU.

Calor: O Inimigo Silencioso

O calor é sinônimo de ressecamento da borracha dos pneus ou a baquelização, quando um pneu é exposto a altas temperaturas, a borracha começa a perder suas propriedades elásticas, tornando-se mais rígida e quebradiça, esse ressecamento pode levar a rachaduras e fissuras na superfície do pneu, comprometendo sua integridade estrutural.

Consequências do Calor:

1. Ressecamento da Borracha: A borracha ressecada ou baquelizada perde a capacidade de absorver impactos e se adaptar às irregularidades do terreno, aumentando o risco de danos além de perder capacidade de tração, podendo aumentar ou potencializar a possibilidade de acidentes.

2. Redução da Vida Útil: Pneus expostos ao calor têm desgastes acelerados em comparação a pneus que rodem dentro dos quesitos ou premissas para se atingir um bom desempenho em sua vida útil, portanto, uma vida útil significativamente reduzida, necessitando recapá-lo ou de substituição mais frequente.

3. Aumento do Risco de Falhas: O calor pode causar a delaminação da carcaça, onde as camadas do pneu “contas de proteção, transição, amortecedoras, coroa e até mesmo do talão começam a se separar, aumentando o risco de falhas catastróficas como por exemplo uma explosão, além do dano material imediato ao veículo, perda de dirigibilidade, os pedaços do pneu como a banda de rodagem  podem causar danos ou proporcionar acidentes em outros veículos, além é claro de que a perda da sustentação mecânica do equipamento aliada a dirigibilidade o acidente com o próprio veículo .

Consertos: A Solução que Pode Virar Problema

Embora os consertos sejam uma prática comum para prolongar a vida útil dos pneus, eles podem diminuir a resistência da carcaça se não forem realizados corretamente, um conserto mal feito pode comprometer a integridade estrutural do pneu, tornando-o mais suscetível a danos futuros e até mesmo proporcionar um acidente de trânsito.

Consequências dos Consertos:

1. Diminuição da Resistência da Carcaça: Consertos inadequados ou quantidade de concertos podem enfraquecer significativamente a carcaça do pneu, reduzindo sua capacidade de suportar cargas e impactos, além da capacidade de flexão e aderência ao piso.

2. Aumento da Frequência de Consertos: Pneus que passam por consertos frequentes tendem a ter uma vida útil mais curta, pois cada conserto adiciona um ponto de fraqueza a carcaça do pneu.

3. Risco de Danos Irreversíveis: Consertos mal executados podem causar danos permanentes à carcaça, inviabilizando futuras recapagens e aumentando os custos de manutenção, além da exposição a acidentes.

Recomendações para Prolongar a Vida Útil dos Pneus

Para garantir uma vida mais longa para os pneus, é essencial seguir algumas recomendações:

1. Escolha Adequada dos Pneus: Selecionar pneus adequados para o tipo de carga, tipo de piso e região onde o veículo operará, por exemplo, pneus que rodarão em piso asfáltico devem ter sulcos diferentes daqueles que rodarão em piso de terra.

2. Manutenção Preventiva: Realizar inspeções regulares para identificar e corrigir problemas antes que se tornem graves.

3. Condições de Armazenamento: Armazenar os pneus em locais frescos e secos para evitar o ressecamento ou baquelização da borracha.

4. Consertos Profissionais: Garantir que os consertos sejam realizados por profissionais qualificados, utilizando materiais, equipamentos e técnicas adequadas.

Conclusão

O calor e os consertos são dois dos principais inimigos dos pneus, capazes de causar danos irreversíveis à carcaça, a observância das recomendações de manutenção e a escolha adequada dos pneus podem garantir uma vida mais longa e eficiente, traduzida por uma maior quilometragem, maior número de recapagens e menos tempo com o veículo parado, além é claro de reduzir o CPK – Custo Pneu Km, assim, é possível aumentar a rentabilidade do equipamento e reduzir os custos operacionais.

Seguindo essas práticas, podemos não apenas prolongar a vida útil dos pneus, mas também garantir a segurança e a eficiência do transporte, contribuindo para um melhor desempenho econômico e operacional.