A Importância da Gestão do Conhecimento Operacional

A Importância da Gestão do Conhecimento Operacional

Nos últimos dois anos tenho acompanhado algumas discussões sobre a importância da mudança de foco dos processos da Gestão do Conhecimento (GC) do nível operacional para um nível mais estratégico. 

Este é um tema de extrema relevância, porém não podemos abandonar ou dar menos atenção para as aplicações da Gestão do Conhecimento no nível operacional. A vida prática tem nos mostrado uma realidade que muitas vezes é dura: a necessidade da melhoria de processos operacionais e de base no dia a dia das empresas. Isso é praticamente um “back to the basics” para a turma da GC, mas com o foco em resultados concretos e não apenas em modelos teóricos. Vale ressaltar que o foco em resultado não significa trazer soluções “one size fits all”, porque na prática “one size does not fit all”, senão todos nós só usaríamos sapatos número 41 (e isso não seria legal).

Foco em resultados é, por exemplo, buscar melhores práticas e adaptá-las para fazer sentido em cada unidade/filial de acordo com a realidade e a necessidade locais, mas com embasamento em experiências bem-sucedidas, caso contrário iremos observar unidades super produtivas e lucrativas e outras com capacidade ociosa e/ou que operam com prejuízo. Trago isso porque com frequência tenho passado por empresas e encontrado situações onde a aplicação da GC no nível operacional poderia minimizar muitos problemas, reduzir custos e maximizar ativos.

Outro argumento para continuarmos dando atenção ao nível operacional é a falta de qualificação de muitos dos profissionais no Brasil. O indicador da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) - PISA de 2015, nos trouxe a triste realidade onde, no total de 70 países avaliados, o Brasil ficou nas posições 63 em ciências, 59 em leitura e 66 em matemática.

Alguém pode argumentar que o PISA avalia alunos com 15 anos de idade, mas estes alunos, caso tenham terminado o ensino médio, são aqueles que serão contratados hoje, em 2019. Você já pode imaginar qual é o tipo de trabalho eles irão realizar? Na sua maioria serão atividades mais operacionais, aquelas mesmas que já encontramos desafios hoje. A partir daí, já podemos imaginar o tamanho do problema que as empresas terão com estas contratações. Mesmo aquelas que contratam apenas profissionais com nível superior, é difícil acreditar que boa parte da mão-de-obra recém-formada tenha superado as deficiências de base durante os quatro ou cinco anos de graduação.

Investigar e desenvolver a Gestão do Conhecimento no nível Estratégico é importante. Entretanto, se buscamos um país mais competitivo, a Gestão do Conhecimento no nível Operacional é mandatória porque ela pode ajudar a minimizar os problemas de mão-de-obra, reduzir custos operacionais e gerar resultados imediatos que têm valor para as empresas. 


Um colega me perguntou se eu poderia dar um exemplo de "conhecimento operacional". Imagine o caso de uma empresa que tem atendimento SAC. Se um funcionário da a resposta A para um problema e outro funcionário responde AB para o mesmo problema, algo está errado. Este exemplo pode ser extrapolado para forças de vendas, filiais, unidades industriais e muitas outras situações.

Tatiana Pacheco

Estudante na UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

5 a

Verdade

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Leandro Loss, PhD

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos